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76178148 1572663416191474 6767990489871286272 oFoto: Elisa MonteiroA dificuldade de fiscalizar a autoidentificação das cotas raciais foi o foco de uma roda de conversa promovida pelo Sintufrj, na terça-feira (19), na escadaria de entrada do Centro de Ciências da Saúde. "Sabemos que as fraudes às cotas são uma realidade, principalmente, em cursos elitizados como Medicina e Direito", afirmou o estudante Igor Martins, do curso de História e do coletivo Enegrecer. O bate-papo sobre negritude e universidade fez parte da programação do sindicato dedicada ao mês de Consciência Negra.
A relação entre acesso à educação superior e melhores oportunidades também foi destacada. Para Noemi Andrade, diretora do Sintufrj, as ações afirmativas na universidade ainda enfrentam o obstáculo do discurso da meritocracia. “É preciso afirmar cotas nas públicas, sim”, disse. “Os negros não podem ficar restritos a cursos que custam R$ 150 nos quais não se aprende coisa nenhuma e que não levam a lugar nenhum”.  
Os resultados de pesquisa do IBGE que indicam maioria de alunos negros, pela primeira vez, nas universidades públicas, foram confrontados. O sociólogo Wescrey Pereira (IESP/Uerj) frisou que os dados quantitativos camuflam gargalos como a concentração de negros em cursos que forma trabalhadores com remuneração mais baixa no mercado. Ou a maior exclusão na pós-graduação.
Pela CUT, a secretária de combate ao racismo, Rosana Fernandes, defendeu as ações afirmativas “como políticas de estado não de governo”. Ela lembrou que a exclusão dos negros de “cursos estratégicos” tem impacto direto e nocivo para a sociedade. “As mulheres negras não estão na graduação da Medicina, mas são as que mais sofrem com a violência obstetrícia”, exemplificou.  


Fazendo a cabeça
Antes do debate, o Sintufrj promoveu uma oficina de turbantes. "A amarração tem relação com a ancestralidade e com a cultura do que é ser negro no Brasil", explicou a diretora Noemi Andrade.

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