AQUI. Desde que foi aberto para assinatura do público, o site que hospeda a carta já sofreu mais de dois mil ataques hackers.
Presidente da AdUFRJ, o professor João Torres participou dos encontros organizativos e acredita que este é o momento de unidade máxima contra as tentativas do atual governo de colocar em xeque as instituições brasileiras. “Vivemos um momento de ameaça concreta de ruptura da democracia”, avalia. “O governo e instituições militares têm questionado as urnas e as eleições. Algo muito semelhante aconteceu recentemente nos Estados Unidos. Mas lá, diferentemente daqui, as Forças Armadas atuaram no sentido de defesa da democracia. Aqui, este movimento não é claro”, continua o professor. “A carta, portanto, tem essa ressonância grande por conta da escalada autoritária e da possibilidade de quebra da normalidade democrática”, conclui.
A atividade na UFRJ começa às 9h30, com o Conselho Universitário que discute o orçamento da universidade. A sessão será realizada no auditório do Bloco A do Centro de Tecnologia. Em seguida, às 11h, o Consuni será suspenso para a realização do ato político em defesa da democracia, contra os cortes e por eleições livres, também no CT. Neste momento, será lida a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito. A organização do movimento é da AdUFRJ e das demais entidades representativas dos técnico-administrativos, estudantes e terceirizados.
“As universidades são espaços de formação do pensamento crítico e de valorização do conhecimento social”, acredita Esteban Crescente, coordenador geral do Sintufrj. “Em especial, nos úlimos anos, o debate sobre a popularização e o acesso a esse conhecimento se intensificou, o que reforça a necessidade desse espaço ser de resistência”, justifica o dirigente. “A história nos mostra que não podemos subestimar o caráter golpista de boa parte do alto comando das Forças Armadas brasileiras. Por tudo isso, é necessária a mobilização da sociedade brasileira nos atos em defesa da democracia”.À tarde, as comunidades acadêmicas dos institutos de Filosofia e Ciências Sociais e de História se organizam para fazer também a leitura da carta e concentrar professores, estudantes e servidores da UFRJ para o ato da Candelária. A programação está prevista para começar às 14h com a leitura da carta no Largo do São Francisco de Paula, no Centro do Rio.
Fernando Santoro, diretor do IFCS e um dos organizadores da atividade, ressalta a importância de atuar em defesa da democracia. “A Congregação do IFCS deliberou por estar atenta e ativa na defesa da democracia, das eleições livres e das instituições democráticas da República”, afirma. O empenho na preparação da atividade não esconde a preocupação do professor com a escalada da violência política. “Estamos preparando um protocolo de segurança como forma de proteger nossa comunidade acadêmica e os espaços da universidade contra a ação daqueles que usam da violência para desestabilizar a democracia”, disse.
O ato do dia 11, ressalta o professor, será a expressão da UFRJ para a sociedade. “Nosso prédio fica localizado no coração do Rio de Janeiro, num corredor cultural de grande importância também política”, diz. “Estaremos em praça pública, onde a universidade pensa sua cultura, para rechaçarmos qualquer tentativa de ataque à democracia”, afirma. “A universidade, por sua própria natureza, é uma das guardiãs da democracia, pois é espaço do debate, do pensamento livre. Também por isso somos atacados em todos os âmbitos, seja no corte do orçamento, seja na liberdade de cátedra, com intimidações e judicializações”, analisa. “É muito importante que estejamos juntos nesse momento”.
ATOS DEMOCRÁTICOS SE ESPALHAM POR TODAS AS REGIÕES
Além da UFRJ, a PUC-Rio será outro cenário de grande ato em defesa da democracia. No mesmo horário, às 11h, a carta será lida nos pilotis da universidade, na Gávea. A manifestação é organizada pela Associação de Docentes da PUC e conta com a adesão de mais 33 entidades. Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Central Única dos Trabalhadores, Associação Brasileira de Imprensa, Instituto de Advogados Brasileiros e Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro são algumas delas.
Também no Rio, às 11h, a carta será lida em outros dois pontos: ao lado das estátuas de Marielle Franco (foto), na Praça Mario Lago, e de Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas.
Às 16h, começa a concentração da passeata, na Candelária. A União Nacional dos Estudantes e partidos de esquerda organizam a atividade. A AdUFRJ participará do ato.
Em São Paulo, a manifestação principal concentrará no do Largo de São Francisco. Às 11h, será lida a Carta pela Democracia na faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Também em São Paulo, às 9h e às 17h, haverá atos de massa em frente ao Masp, na Avenida Paulista.
Veja outras cidades:
Distrito Federal
Às 15h, ato no Congresso
Nacional
Manaus
Praça da Saudade, às 15h
Salvador
Praça do Campo Grande, às 9h
Fortaleza
Praça da Bandeira, às 9h;
Gentilândia, às 16h; e Casa
do Estudante, às 19h
Goiânia
Praça Universitária, às 17h
São Luiz
Praça Deodoro, às 16h
Campo Grande
Câmara Municipal, às 10h
Belo Horizonte – Praça
Afonso Arinos, às 17h
João Pessoa
Lyceu Paraibano, às 14h
Curitiba
Praça Santos Andrade, às 15h30
Recife
Rua da Aurora, às 15h
Natal
Midway Mall, às 14h30
Florianópolis
Auditório da Reitoria da
Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC), às 10h.