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bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

Nesta edição, o Jornal da AdUFRJ traz o terceiro e último capítulo da série de reportagens sobre as más condições de trabalho no retorno às aulas presenciais, com foco nos problemas do edifício Jorge Machado Moreira, onde funcionam a reitoria, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e a Escola de Belas Artes (EBA). Patrimônio tombado pela Prefeitura do Rio em 2016, o JMM, como é carinhosamente chamado no campus do Fundão, é um sobrevivente. Resistiu a dois incêndios de grandes proporções nos últimos seis anos e, literalmente, vem ressurgindo das cinzas. As obras que timidamente vêm saindo do papel no JMM, como mostramos nas páginas 4 e 5, são um sopro de esperança para que a UFRJ consiga, aos poucos, recuperar sua infraestrutura, ainda mais combalida após dois anos de pandemia.
Diretora da EBA, a professora Madalena Grimaldi é otimista. “A palavra do momento é esperança”, sintetiza ela, diante dos esboços de recuperação que se espalham do 5º ao 8º andares do edifício, atingidos pelo incêndio de 2016. Alguns melhoramentos, como o reforço nos pilares de sustentação do prédio e a impermeabilização das lajes, são imperceptíveis aos olhos de quem trabalha ou estuda no JMM, mas representam um início de reconstrução. “Ainda há muito que fazer”, admite o vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha. Ele informou que estão sendo gastos R$ 12 milhões nas obras do JMM, volume bem aquém dos R$ 50 milhões necessários para a conclusão dos trabalhos.
A escassez de recursos para tocar o dia a dia da UFRJ, exposta pela própria reitora Denise Pires de Carvalho no Consuni do dia 12 de maio, que debateu as más condições de infraestrutura da universidade, é evidenciada por um estudo inédito do Observatório do Conhecimento, tema de nossa matéria da página 3. De 2014 para cá, e a partir de 2016 de forma mais acentuada, os orçamentos destinados à educação superior e à Ciência sofreram cortes da ordem de R$ 84 bilhões. Só a UFRJ deixou de receber, nos últimos sete anos, quase R$ 700 milhões.

Divulgado no dia 16, o estudo do Observatório do Conhecimento inclui uma rica e necessária ferramenta de monitoramento da evolução das verbas para o conhecimento no país — o Monitor do Orçamento do Conhecimento — que será, em breve, disponibilizada de forma virtual para toda a sociedade. O trabalho mostra como a falta de investimentos emperra o desenvolvimento e a modernização do país. “Sem investimento, a gente aborta vários futuros possíveis”, constata a professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ e coordenadora do Observatório do Conhecimento. Segundo ela, um dos reflexos desses cortes é a evasão de alunos dos cursos de pós-graduação. “Eles estão saindo porque não têm bolsas, não têm financiamento para suas pesquisas, e estão dentro de uma universidade degradada no seu espaço físico”, observa.
Diante desse cenário nada promissor, os caminhos possíveis para as universidades e para os docentes são temas de duas iniciativas que também abordamos nesta edição. Uma delas é a Cátedra Aloísio Teixeira — Universidade do Futuro, do Colégio Brasileiro de Altos Estudos (CBAE), que teve seu primeiro seminário na quinta-feira (19). Mediado por Maria Fernanda Elbert, professora do Instituto de Matemática da UFRJ e coordenadora da cátedra, o primeiro dos 15 debates que o projeto pretende realizar ao longo de 12 meses reuniu o sociólogo André Botelho, o físico José Abdalla Helayël-Neto e o antropólogo Rodrigo Rosistolato sobre o tema “A consolidação da universidade como espaço de legitimação de conhecimento no mundo”. Confira na matéria abaixo.
A outra iniciativa parte da AdUFRJ e aborda os desafios da carreira docente, tão atacada pelo desgoverno Bolsonaro. O mote são os dez anos de implantação da Lei 12.772, de 2012, que estruturou o plano de carreira e cargos do Magistério Federal. De lá para cá, a carreira docente sofreu retrocessos os mais diversos, que serão debatidos em duas mesas no próximo dia 27, no campus da Praia Vermelha. Mediadas pelas professoras Mayra Goulart e Ana Lúcia Fernandes, diretoras da AdUFRJ, as mesas contarão com a participação de diretores e ex-diretores de associações de docentes de vários estados. Veja a programação completa na página 8 e participe!


WhatsApp Image 2022 05 20 at 20.15.13A AdUFRJ e a APG convidam para o debate “Ciência e Tecnologia para a reconstrução do Rio de Janeiro”, a ser realizado na próxima segunda-feira (23), a partir das 12h, no auditório do bloco A do Centro de Tecnologia do campus do Fundão. Participam do encontro o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, o presidente da Alerj, deputado estadual André Ceciliano (PT-RJ), pré-candidato ao Senado, e a professora Tatiana Roque, do Instituto de Matemática, coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ. O debate é o primeiro de uma série com professores e políticos sobre a conjuntura nacional e estadual. O próximo será no dia 6 junho, com o professor Eduardo Serra, da Escola Politécnica, pré-candidato do PCB ao governo do Rio.
Boa leitura!

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