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WhatsApp Image 2022 05 13 at 18.55.57As condições de trabalho e ensino na UFRJ preocupam a comunidade acadêmica. Um mês após a volta das aulas presenciais da graduação, são muitas as queixas sobre a infraestrutura da universidade. Nesta semana, um professor titular do Instituto de Química ficou preso no elevador do Bloco A do Centro de Tecnologia com outras quatro pessoas (leia aqui). O incidente motivou uma carta de reivindicações, redigida por professores da unidade e assinada por mais de 400 pessoas. O documento foi parcialmente lido pela decana do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, professora Cássia Turci, no Conselho Universitário de 12 de maio e enviado à reitoria.

“Se providências não forem tomadas, nós seremos obrigados a suspender todas as atividades do Instituto de Química”, diz trecho da carta lida pela decana. “Nós temos quatro cursos de graduação, vários de pós-graduação. Além dos nossos cursos, atendemos outras dez unidades”, continuou Cássia, que também é professora titular do Instituto de Química. “Ou seja, nós temos 4.400 estudantes que circulam naquela área”, afirmou. “Como estamos no quarto, quinto, sexto e sétimo andares, sofremos mais com a questão dos elevadores”, concluiu a professora.

Representante dos associados do CCMN, o professor Carlos Riehl também criticou as condições precárias dos elevadores e reclamou da iluminação insuficiente no Fundão. “Ali na região atrás do Cenpes (Centro de Pesquisas da Petrobrás) está sempre sem luz. Ficamos várias semanas sem luz alguma no estacionamento do CT”, destacou. “Isso coloca toda a comunidade em risco. Solicito que a reitoria melhore a iluminação. Quem tem que sair à noite está sempre sujeito a imprevistos”. O problema foi tema de reportagem do Jornal da AdUFRJ na semana passada, assim como os elevadores do CT. Esta semana, o jornal continua a série de reportagens sobre condições de trabalho.

Pró-reitor de Gestão e Governança, André Esteves deu alguns informes sobre o drama dos elevadores. “A PR-3 pediu aporte ao MEC para a correção desse problema, mas ainda não houve resposta. Há uma licitação geral em curso, para toda a UFRJ, que inclui esses elevadores”, disse André. “Há, também, um processo contra a empresa que faz a manutenção dos equipamentos”, acrescentou. “E há uma análise de preços em andamento para renovação e compra desses elevadores”.

O pró-reitor aproveitou o momento para falar sobre os bandejões que apresentaram, segundo ele, nos últimos dias, uma redução de filas com estabilização do atendimento em 25 minutos. “O CT2, antigo Burguesão, deve iniciar as operações, no máximo, até julho”.

“A reitoria está atenta”, declarou a reitora, professora Denise Pires de Carvalho. “É muito difícil a nossa situação, mas a gente vai continuar avançando”. Ela atribuiu os problemas de infraestrutura à crise orçamentária das universidades federais, promovida a partir de 2016 e aprofundada no governo Bolsonaro. “O financiamento insuficiente leva a esses problemas, mas quero fazer um apelo para que os gestores da universidade tragam à administração central as solicitações”, pediu. “As pró-reitorias estão tentando atender ao máximo possível as demandas, com solicitações de orçamento emergencial e pedidos de complementação ao MEC”, revelou.

MEDALHA DO MÉRITO
A professora Anita Leocádia Prestes, aposentada do Instituto de História da UFRJ, será agraciada com a Medalha Minerva do Mérito Acadêmico. A indicação do IH foi aprovada por aclamação pelo Consuni. A honraria é concedida a docentes que se destacam por sua produção acadêmica e relevância social. É dada a professores que não são titulares e, por isso, não podem se tornar eméritos da universidade. Anita se aposentou como associada.

Filha de Luís Carlos Prestes e Olga Benário Prestes, sua vida se confunde com sua trajetória política e acadêmica. “É muito importante que a UFRJ homenageie hoje uma cientista, uma mulher, uma historiadora, uma comunista”, afirmou o professor Fábio Lessa, titular do Instituto de História.

A reitora, professora Denise Pires de Carvalho, se emocionou. “A honra é toda minha. Imagino que será uma cerimônia presencial muito bonita, uma festa da democracia, uma festa da justiça social”, declarou. “Vamos conseguir construir um futuro melhor para todos nós sem perdermos as referências do passado”.

Na mesma sessão, foi aprovada – também por aclamação – a emerência do professor titular Frederico Augusto Liberalli de Góes, aposentado da Faculdade de Letras. O docente é um dos expoentes da universidade e do país em sua área.

Já o pintor Oscar Araripe é o mais novo Doutor Honoris Causa da UFRJ. Egresso da Faculdade Nacional de Direito, o artista é uma personalidade reconhecida nas artes plásticas. Antes de se dedicar à pintura, foi escritor, tradutor e crítico de teatro.

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