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ÚLTIMO EDITORIAL

Diretoria da AdUFRJ

WhatsApp Image 2021 10 14 at 21.34.50Aqui encerramos um ciclo. Durante quase uma centena de vezes, o Jornal da AdUFRJ circulou com os nossos editoriais. Levaremos para sempre essa experiência, que poderia ter sido apenas muito interessante, mas que a pandemia transformou em um dos momentos mais marcantes de nossas vidas. Dividimos com a equipe de Comunicação a angústia diante do que nos era completamente desconhecido. A pandemia alterou de modo profundo e radical nossas formas de socialização, de trabalho e de participação política. A rigor, a nossa existência como sindicato se deu por aqui. As páginas de cada edição contaram em detalhes nossas ações, opiniões e reivindicações. As inúmeras e tristes despedidas daqueles que se foram e as alegrias por celebrarmos em cada número alguma conquista, pesquisa ou ação dos professores da UFRJ testemunharam quem somos, o que fomos e o que poderemos ser.
Durante todas as semanas fomos obrigados a repetir as piores notícias sobre a universidade pública, a Educação em geral e a desastrosa política de destruição nacional posta em movimento pelo governo federal. Não temos registro na história do país de ações tão sistemáticas e explícitas que afrontassem de forma tão direta as instituições nacionais, e que declarassem seus projetos autoritários, como o que vivenciamos nesse período. Buscamos espelhar nas páginas deste jornal o nosso compromisso inarredável em defesa da vida e da democracia, em defesa da Ciência e da Cultura, da liberdade e da autonomia universitária. Contra o brutalismo negacionista, nos mantivemos firmes na defesa dos princípios que regem e sustentam a vida acadêmica. Afinal, esse sempre foi o nosso maior projeto: que o jornal fosse cada vez mais um porta-voz dos professores da UFRJ, muito mais do que um instrumento da diretoria.
Para os que virão, desejamos não só sorte, mas ânimo e determinação para enfrentarem um outro desafio. Se nós não tínhamos a menor ideia de como seria fazer um sindicato funcionar integralmente em modo remoto, cabe à próxima gestão nos conduzir a uma nova vida presencial, com todos os desafios que ela contém. O cenário que se apresenta é o pior possível, com o escandaloso corte de verbas para o fomento à Ciência, que, se não for revertido, nos levará a um acelerado desmonte da vida científica brasileira. Entretanto, o dado novo é o desgaste e o isolamento político do governo federal. Bastante diferente do que havia há dois anos, quando tomamos posse. Isso não foi à toa e aumenta nossas chances de reversão de um quadro que seja menos desalentador e permita uma possível derrota no Congresso da PEC 32.        
Como um mantra, concluiremos o nosso mandato reafirmando a urgência das ações unitárias, das construções coletivas, dos gestos solidários. A vida sindical ainda pode ser um potente antídoto ao hiperindividualismo que enfrentamos, os laços comunitários podem ser o remédio de que tanto precisamos contra o isolamento e a solidão que nos confina. E o nosso jornal pode ser também um exemplo vigoroso e potente na era da pós-verdade, retomando valores fundamentais para o fazer jornalístico, consolidando uma relação de confiança e de credibilidade com o seu público.
À equipe de Comunicação da AdUFRJ, nossos enormes agradecimentos pelas lições de profissionalismo, pelo compromisso que muitas vezes atravessou o mero cumprimento do dever, que faz com que alcancemos hoje a incrível marca de 1.200 edições. E, principalmente, aos que nos leram até aqui, em especial aqueles que além de leitores foram críticos e parceiros, construindo com suas sugestões um jornal cada vez melhor, o nosso afetuoso muito obrigado, porque foram e sempre serão o sentido maior de todo esse trabalho.

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