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bandeira adufrjDiretoria da AdUFRJ

Nos últimos meses, o ocupante do Palácio do Planalto tem ultrapassado todos os limites, dando sinais de que não recuará nem cederá qualquer espaço para o bom senso em seu governo. O quadro que se apresenta, de alta inflacionária e aumento de desemprego, aponta para um governo de alta concentração de renda e potencial explosivo do ponto de vista social. Em relação às universidades, permanece o estrangulamento orçamentário e, no Congresso, ensaiam-se tentativas de retomada da discussão da reforma administrativa, assim como tentam dar continuidade a excrescências como o homeschooling. Também permanecem as intimidações e tentativas de processos contra docentes e técnicos-administrativos, mas que até agora não prosperaram.
Como se já não bastassem os documentos que estão paulatinamente confirmando a ação antivacina da Presidência da República, ao fecharmos esta edição nos deparamos com o disparate da recomendação para a não obrigatoriedade do uso de máscara para quem já teve covid-19 ou já está vacinado. A ação, que parece estapafúrdia, não só ajuda a criar tumulto no debate nacional e atende aos seus nichos mais fiéis, mas busca atrair aquela faixa da população exausta de tanta discussão, cansada de restrições e cuja vida já é uma permanente roleta russa. Assim, o pior presidente de nossa história se confirma como o porta-voz da insensatez e da ignorância. Por isso, reafirmamos nossa disposição para irmos às ruas no dia 19 de junho. Com todos os cuidados, e para aqueles que estão em risco, se poupem! Ainda teremos muito chão pela frente, muitas caminhadas e outros encontros nas ruas. Estaremos lá, os que puderem, pedagogicamente como no dia 29 de maio: 100% dos manifestantes de máscaras, buscando manter o distanciamento recomendado.
No dia 16 de junho entraremos numa nova etapa da pandemia: todos os trabalhadores da UFRJ — docentes, técnicos, terceirizados — terão tomado a primeira dose da vacina. É um passo importante, um reconhecimento de nosso papel social, mas que não significa um salvo-conduto para o retorno das atividades presenciais sem os procedimentos de biossegurança estabelecidos pela própria universidade. Entendemos que a vacina, um direito que deveria ser universal, se constituiu numa conquista diante de um governo negacionista e irresponsável. Queremos celebrar esse dia, mas também insistir que precisamos rever nossas resoluções de 2020, quando a vacina ainda não era sequer cogitada. Quais são os protocolos de segurança a serem mantidos e quais procedimentos devem ser acrescentados? O que muda em relação às atividades presenciais consideradas essenciais? Quais devem ser autorizadas após a segunda dose? Como nos proteger de um retorno desorganizado? Para tudo isso, esperamos que a universidade trilhe a mesma estrada que nos trouxe até aqui: diálogo com a comunidade e amplo debate institucional.
Vamos começar um recesso que há muito aguardávamos, mas ainda assim estamos longe de uma “normalização” de nossas atividades, com os calendários da graduação e da pós ainda desencontrados. Também temos arrastado mais lentamente do que gostaríamos a resolução da questão da insalubridade, com anos de acúmulos burocráticos e negativas. Num quadro de incertezas e desmontes, de pressão externa e cortes arbitrários, com um governo que tenta a todo custo nos vigiar e punir, é preciso redobrar a atenção e valorizar os espaços que conquistamos. Tanto no que diz respeito ao reforço à democracia interna da nossa instituição, quanto à sua defesa na vida política do país. É disto que trata essa edição do nosso jornal, é essa a nossa luta cotidiana.

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