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09WEB menor1130Assessoria a prefeituras do Norte Fluminense, estudo de cenários epidemiológicos, treinamento de profissionais, apoio aos mais vulneráveis e divulgação correta de informações. A UFRJ Macaé mostra sua força e atua, com sucesso, em diversas frentes contra a pandemia.
O Grupo de Trabalho Covid-19 UFRJ Macaé mobiliza 23 subgrupos. A estrutura é multidisciplinar e horizontal. “É um processo muito dinâmico, que todo dia se atualiza, seja pela chegada de novas informações científicas, seja por novas parcerias criadas pelos pesquisadores”, diz o professor Leonardo Moreira, um dos integrantes da rede. Mais de cem docentes desenvolvem projetos voltados para a crise. O número representa cerca de 25% do quadro total.
“Nesse momento de emergência, quem não sabe o que está acontecendo não consegue fazer políticas públicas”, avalia Kathleen Tereza da Cruz, professora do curso de Medicina e coordenadora do GT. O foco, explica a docente, é subsidiar a tomada de decisão dos gestores com consistente base científica. As prefeituras de Macaé, Rio das Ostras e Quissamã entenderam a mensagem e estão alinhadas com a universidade e as diretrizes das autoridades sanitárias interancionais.
Um exemplo está na análise dos pesquisadores Bernardo Tavares e Habib Montoya, publicada na página eletrônica da universidade, desde o início de maio.  O estudo mostra o impacto dos decretos da prefeitura de Macaé, entre o final de março e início de abril, e indica o efeito positivo da opção pelo isolamento social, com “achatamento da curva” de infectados a partir de 21 de abril. Os cenários epidemiológicos para a pandemia em Rio das Ostras e Quissamã mostram resultados semelhantes
Uma das frentes trabalho do GT de Macaé é a construção de um painel online que aponte as principais tendências epidemiológicas dos municípios da região. O diferencial do projeto da universidade, segundo a coordenadora do GT, é a capacidade de análise por meio do cruzamento de informações. “Os painéis sobre a Covid-19 que encontramos hoje só mostram dados absolutos, por exemplo, número de internações ou de óbitos. Mas o que isso quer dizer para aquela cidade afinal? É muito, é pouco?”, questiona Kathleen.
Sala de Situação é o nome do painel de acompanhamento, que considera indicadores de saúde como mortalidade, incidência, números de casos confirmados, de óbitos, distribuição por bairros. O trabalho é realizado em parceria com o curso de Computação da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Rio das Ostras.
A ideia é que a plataforma atenda todas as cidades do Norte Fluminense. Mas isso depende da colaboração das prefeituras para fornecer os dados. “Muitos municípios não dão atenção à produção e análise das informações sobre saúde, limitando-se à prestação de contas obrigatórias por lei. Alguns não querem abrir os dados, outros nem têm”, observa.
 Até o momento, o projeto-piloto é Quissamã. O município foi o primeiro a assinar uma cooperação institucional com a universidade para enfrentamento do coronavírus. Além do painel, o acordo inclui um conjunto de ações em parceria para conjugar saúde e educação. E as equipes de profissionais de saúde que atuam na pandemia recebem especial atenção, desde a formação permanente para construção de protocolos que reduzam riscos de adoecimento, até teleacolhimento para cuidar da saúde mental.
 “Como orientar casos suspeitos, teleatendimentos, acompanhamento de profissionais de saúde afastados, critérios para alta. Tudo é construído a partir das realidades trazidas pelos gestores. Esse diálogo é bom para eles e para a universidade”, relata a coordenadora do GT. Para a docente, a pandemia confirmou o acerto da interiorização da universidade. “Nós moramos e trabalhamos aqui. Conhecemos toda a região. Certamente, isso permite à universidade outro nível de atuação no território”.    

Comunicação é tudo
09aWEB menor1130Aproximar a população da produção científica é outra trincheira da UFRJ contra a Covid-19. Além da desinformação, há uma preocupação especial com a disseminação de informações erradas. Cartilhas educativas foram produzidas.
Mas, para a diretora de extensão do Nupem, professora Mirella Pupo, o caminho deve ser mais criativo. Ela e outros três docentes “traduzem” artigos científicos publicados diariamente em revistas científicas, como a Nature, sobre a pandemia, para uma linguagem simples. O bastante para gerar um card, uma publicação curta e ilustrada, para ser difundida pelas redes sociais. Também participam da empreitada uma técnica-administrativa e dez estudantes. No Facebook, a proposta ganhou rapidamente dois mil seguidores.
 “Não é uma coisa simples, porque, além da tradução, fazemos toda uma discussão sobre o conteúdo com os alunos. Em geral, usamos mais de uma literatura para esgotar o tema e não repetir assunto. O trabalho gera certo atraso em relação às notícias do dia, mas vale a pena”, diz. “Se a comunidade científica não se atualizar na forma de comunicar, serão apenas cientistas falando para cientistas”, acredita.
Os cards trazem assuntos diversos relacionados à pandemia, como alcance e velocidade da propagação do vírus, eficácia de drogas, produtos para limpeza, tempo para manifestação de sintomas, entre outros. Os temas são escolhidos levando em conta o interesse da população. As máscaras, por exemplo, ganharam duas publicações, o que não é comum.

Pós-pandemia
O cuidado com os laboratórios mobiliza os pesquisadores. “Temos algo em torno de 60 pesquisas, sendo que pelo menos 20 delas utilizam modelos com animais diversos, como camundongos, peixes, mosquitos etc”, explica a diretora adjunta de Pesquisa do Nupem, Cintia Barros. As escalas nos laboratórios são orientadas pela administração da universidade para manter a segurança no espaço de confinamento. Laboratórios com equipamentos ópticos também recebem manutenção frequente. “Estamos muito perto do mar, o risco é de fungos”, explica a diretora. “Se todo esse material for perdido, o retorno às atividades ficará muito  mais comprometido”.

Quem mais precisa
Macaé mantém ativa uma rede própria de solidariedade aos mais vulneráveis. Sete ações de doações já foram articuladas pela comunidade desde o início da pandemia. Além de cestas básicas, as doações incluem itens extras como material de higiene pessoal, máscaras, álcool líquido e em gel. Em casos especiais, o pacote contém também material de proteção individual, leite, fraldas infantis e geriátricas.
O público-alvo atendido é composto por funcionários terceirizados da UFRJ, idosos de asilos próximos à universidade e estudantes com baixa renda familiar. O Nupem realiza ainda atividades educativas sobre prevenção. A ação é coordenada pelo professor Pedro Hollanda Carvalho (Nupem), com colaboração da Adufrj.

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