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Depois de 15 anos sem definir um Plano de Desenvolvimento Institucional, a UFRJ aprovou por unanimidade o PDI para os próximos quatro anos. A votação ocorreu na terça-feira (20), em sessão do Conselho Universitário.
O PDI define metas acadêmicas e de gestão até 2024, e sua construção foi coletiva. Durante 40 dias, uma consulta pública recebeu sugestões da comunidade interna e externa. Mais de 500 sugestões foram recebidas.
“Esse novo PDI é o produto de uma construção coletiva, reflete a UFRJ da atualidade e como a instituição pretende avançar. Parabéns à toda a comunidade acadêmica e aos colegiados superiores”, resumiu a reitora, professora Denise Pires de Carvalho.
Vivian Rumjanek, professora emérita
Por unanimidade e aclamação, o Conselho Universitário decidiu na terça-feira (20) pela concessão do título de emérita à professora titular aposentada Vivian Mary Barral Dodd Rumjanek, do Instituto de Bioquímica Médica. Vivian ingressou na UFRJ em 1992, por concurso público, e lecionou na graduação e na pós-graduação. Carioca, Vivian passou boa parte da sua formação na Inglaterra, onde fez mestrado e doutorado na Universidade de Londres.
Membro titular da Academia Brasileira de Ciências, da Sociedade Brasileira de Imunologia e da British Society for Immunology, com atuação nas áreas de Imunologia Celular e Imunologia Tumoral, ela teve papel fundamental no desenvolvimento da pesquisa clínica no Instituto Nacional de Câncer (Inca). Criou, em 2000, o Programa de Oncobiologia da UFRJ, reunindo mais de 300 pesquisadores de várias instituições de ensino e pesquisa do país.
Relatora do processo de concessão do título, a professora Cláudia Martins destacou outro aspecto fundamental do trabalho de Vivian Rumjanek: ela foi a idealizadora do primeiro curso de extensão de Biociências para surdos da UFRJ, em 2009, uma parceria entre o Instituto de Bioquímica Médica da universidade com o Instituto Nacional de Educação de Surdos.
No programa AdUFRJ no Rádio desta sexta-feira (às 10h, com reprise às 15h), os professores Eleonora Ziller e Felipe Rosa, diretores do sindicato, comentam a polêmica indicação de Cláudia Toledo para a presidência da Capes, o início da vacinação dos profissionais da Educação da UFRJ e a revogação do título de doutor honoris causa ao ex-ministro Jarbas Passarinho, entre outros temas. No quadro Café com Ciência e Arte, Felipe Rosa conversa com sua colega do Instituto de Física, a professora Erica Polycarpo.
Deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF) é a autora do PL - Foto: Pablo Valadares/Câmara dos DeputadosUm projeto de lei que reabre escolas e instituições de ensino superior durante a pandemia tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados. Além de atingir a autonomia universitária, o PL nº 5.595/2020 apresenta uma contradição no país que bate recordes diários de mortes por covid-19: a suspensão das atividades só pode ocorrer “em situações excepcionais cujas restrições sejam fundamentadas em critérios técnicos e científicos devidamente comprovados”.
A tramitação em regime de urgência foi aprovada por 307 votos contra 131, no dia 13. Mesmo com orientação contrária das lideranças dos partidos de esquerda (e do DEM), alguns parlamentares surpreenderam. Tabata Amaral (PDT-SP), por exemplo, votou a favor da tramitação acelerada da matéria.
“Mais do que o conteúdo, o que chama atenção neste PL é o seu ‘timing’, que, na falta de palavra melhor, é macabro”, afirma o vice-presidente da AdUFRJ, professor Felipe Rosa. “É absolutamente incompreensível, no momento em que os especialistas dizem que deveríamos estar em lockdown”, completa.
Felipe lembra que o presidente Jair Bolsonaro vetou, em março, o uso de recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para os alunos das escolas públicas terem acesso ao ensino remoto. Agora, seus aliados na Câmara tentam forçar a volta ao presencial sem qualquer planejamento.
“As universidades estão mais protegidas por conta da sua autonomia, garantida na Constituição. Neste sentido, é mais preocupante a situação do ensino básico, que envolve mais gente e não tem esta salvaguarda”, diz Felipe.
O professor ainda destaca que as universidades não estão paradas, com atividades presenciais essenciais e aulas remotas. “Não tem razão nenhuma para uma volta generalizada e apressada ao presencial, mesmo do ponto de vista da funcionalidade”
Presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação, o deputado federal Professor Israel Batista (PV-DF) também criticou a proposta. “Para o governo, escola tem que abrir, e ponto, custe o que custar. Não importa se estamos com a circulação da cepa da covid-19 mais letal e transmissível em todo o país”, escreveu, em seu perfil no Instagram.
Como tramita em regime de urgência, o projeto de lei pode ser apreciado em plenário a qualquer momento. Mas caso seja aprovado, ainda precisaria passar pelo crivo do Senado.
UFRJ SEM RECURSOS
A UFRJ não recebeu sequer um centavo para adaptação de salas, durante a pandemia. Este ano, na tentativa de viabilizar algumas aulas práticas, foram solicitados ao MEC R$ 3 milhões para a compra de equipamentos de proteção individual e testes, informa a pró-reitoria de Planejamento e Finanças. Mas sem sucesso.
A UFRJ aguardava a sanção presidencial à lei orçamentária anual — no dia do fechamento desta edição — com um misto de incerteza e apreensão. Não exatamente pelo documento, que, já se sabe, será bastante ruim para o funcionamento da universidade: depois da proposta do governo e a tramitação no Congresso, a instituição perdeu R$ 71 milhões em relação ao ano passado. A expectativa é com os próximos passos da equipe econômica de Bolsonaro.
“Esperamos entrar em maio com o orçamento liberado, mas ainda não sabemos em que condições”, disse o pró-reitor de Planejamento e Finanças, professor Eduardo Raupp. De acordo com o dirigente, depois da sanção do presidente, é preciso verificar como será editado o decreto de programação orçamentária, o instrumento que estabelece o cronograma de execução mensal de desembolso do Poder Executivo. “Estamos recebendo um dezoito avos do orçamento até agora. Imediatamente esperamos receber um doze avos. Mas há questões ainda não definidas: será que vão liberar todo o orçamento? Vão contingenciar? isso só saberemos no decreto”, completou Raupp.
No dia 21, uma alteração aprovada na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021 reforça as preocupações da comunidade acadêmica. “O governo poderá ‘trocar’ verbas discricionárias por obrigatórias e isto, sim, vai impactar nosso custeio”, afirmou o pró-reitor.
Em mais uma de suas trapalhadas, o Ministério da Educação (MEC) revogou o entendimento sobre a nota de corte dos cursos ofertados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A medida acaba com a classificação dupla, criada em 2020, em que se considerava a nota dos candidatos parcialmente classificados no curso de primeira opção para calcular a nota de corte do curso de segunda opção. Dessa maneira, era possível que um mesmo estudante estivesse em duas listas de classificação distintas, ocupando a vaga de uma pessoa com a nota inferior. O método foi criticado pelos estudantes como #erronosisu, já que muitos não conseguiram a sonhada vaga pela existência desses “fantasmas” nas listas.
“Diante de apelos contrários à forma de divulgação da nota de corte, adotada a partir de 2020, a atual gestão do MEC determinou que a nota de corte volte a ser divulgada como era antes daquela alteração no seu formato”, afirmou o MEC por meio de nota. Nessa edição, cada estudante poderá ser classificado apenas em uma das opções de curso. O Sisu recebeu inscrições de 6 a 14 de abril, e ofertou 206.609 vagas para 5.571 cursos de graduação, distribuídos em todos os estados do Brasil.
Na UFRJ, a pré-matrícula dos estudantes classificados na primeira chamada do Sisu ocorre de 19 a 23 de abril. Ainda não há data prevista para o envio online de documentação dos 5.248 novos estudantes de 2021.1. O número de vagas ofertadas é um pouco superior ao de antes da pandemia, em função de alguns cursos não terem realizado o Teste de Habilidade Específica (THE) e optado por ofertar suas vagas pelo Sisu, conforme informou a pró-reitoria de Graduação (PR-1). A matrícula acontece de forma inteiramente remota desde 2020.2, com uma plataforma exclusiva desenvolvida pela equipe do Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (Siga) e da PR-1.
Para Antônia Velloso, diretora do DCE Mário Prata, o processo do Enem/Sisu tem sido muito complicado. “Desde a forma que saíram as notas, com atrasos e erros. Fizemos uma grande briga pelo #adiaenem”, lembra. “No final das contas, a gente vê uma desorganização do MEC, que não consegue efetivar nenhuma política pública que funcione”, acredita. Na opinião da estudante, a UFRJ está se saindo bem na operação de 2021.1, disponibilizando tempo e estrutura para a recepção de novos alunos. “Como todo o processo está sendo online, estamos respondendo e ajudando com as dúvidas, também em relação às cotas e aos documentos”, conta.
Na quarta-feira (14), o Conselho de Ensino de Graduação (CEG) decidiu que as reuniões das comissões de heteroidentificação devem ser presenciais. “É um procedimento necessário. Nossa universidade viveu muito tempo de fraudes nas cotas, e o método que foi achado para que isso seja quase zerado foi a comissão de heteroidentificação. E faz parte disso que seja presencial”, diz Antônia Velloso. “É uma escolha que tomamos para evitar fraudes nas cotas, e todos esses casos de pessoas que moram longe serão analisados pela PR-1”, afirma.
Ricardo Anaya, superintendente de Acesso e Registro da PR-1, afirmou no CEG que a pró-reitoria aguardará sinalização do GT Coronavirus para realizar a logística das reuniões. “Cuidando sempre para fazer de uma forma que minimize os riscos, para os candidatos e para as comissões. A heteroidentificação dos candidatos de Macaé será feita em Macaé, e a dos outros campi será na Cidade Universitária”, explica.