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A UERJ irá conceder o título de Doutor Honoris Causa ao professor e pesquisador da Coppe/UFRJ, Luiz Bevilacqua. A cerimônia ocorrerá no dia 27 de setembro, às 14h30, na Capela Ecumênica daquela instituição.
Bevilacqua é engenheiro civil formado pela UFRJ em 1959, professor emérito da universidade desde 2008, e pesquisador emérito do CNPq. Um dos fundadores do curso de pós-graduação em Engenharia Civil e Mecânica, logo nos primeiros anos da Coppe, também foi reitor da PUC-RIO e da Universidade Federal do ABC (UFABC). Atuou como presidente do Comitê de Engenharia da Capes; foi secretário-geral do Ministério de Ciência e Tecnologia; e diretor científico da Faperj. Mesmo depois de ter se aposentado em 1998, Bevilacqua não deixou de contribuir para o ensino e a pesquisa do Brasil.
Júlia FernandesA volta da obrigatoriedade da prova de vida no mês de aniversário tem surpreendido alguns professores aposentados. A AdUFRJ identificou pelo menos 15 docentes que ficaram sem os salários em agosto. O procedimento ficou suspenso entre janeiro de 2020 e junho de 2021 por conta da pandemia. No final de 2021, o governo firmou um cronograma especial para todos regularizarem as pendências. Desde janeiro, no entanto, o calendário voltou a funcionar como era antes da pandemia.
“A realização da prova de vida deve ser feita exclusivamente pelo banco ou por meio digital para quem tem a biometria cadastrada, através do aplicativo SouGov.br”, esclarece Karla Simas, coordenadora de Gestão de Pessoal da pró-reitoria de Pessoal (PR-4) da UFRJ.
A comunicação restrita ao meio digital também ajuda a explicar a perda do prazo para professores com mais idade que não estão acostumados a lidar com e-mails ou aplicativos: os avisos sobre a necessidade da prova de vida chegam aos docentes exclusivamente pelo e-mail cadastrado no Sistema de Gestão de Pessoas do governo federal (Sigepe) e por notificação no celular, para quem tem o aplicativo SouGov.br. Karla acrescenta que o aplicativo traz como vantagem a possibilidade de verificação do atual status do recadastramento.
Mas a prova de vida também é motivo de dor de cabeça para quem fez tudo certo. O professor Antonio Jazbik, de 84 anos, aposentado da Faculdade de Medicina, teve uma desagradável surpresa ao conferir a conta bancária, no início do mês. O docente não recebeu o pagamento da universidade relativo a agosto, mesmo após ter feito a prova de vida no prazo correto.
“Eu tinha feito no banco em maio, no mês do meu aniversário. Recebi em junho e em julho, mas, no terceiro mês, o meu pagamento foi cortado. Recebi o comprovante. Não sei o que aconteceu”, afirma Jazbik. Os proventos só são cortados após 90 dias da não realização da prova de vida. O professor precisou fazer uma nova prova de vida no banco e agora aguarda receber o salário suspenso e o regular, na próxima folha de pagamentos da UFRJ.
Segundo a PR-4, são raras as falhas no sistema do governo, após a realização da prova de vida, como no caso do professor Jazbik. A situação mais comum para a suspensão do benefício é a perda do prazo.
SERVIÇO
A pró-reitoria oferece suporte ao docente que não consegue se deslocar com facilidade. “A gente também tem a prova de vida domiciliar. Para aqueles que têm limitações físicas ou psíquicas para sair de casa, basta nos enviar uma declaração médica, e a pró-reitoria irá à casa do servidor para fazer a prova de vida”, esclarece Karla. “Se o servidor está no exterior, ele pode ir à embaixada, pegar o documento e mandar à PR-4, e a prova de vida também será validada”, conclui.
Faltam 16 dias para a eleição mais importante da história recente do Brasil. É a mais importante pelo que está em jogo, pelo que aprendemos a chamar de democracia, e que, na prática, atende por vários nomes entranhados no cotidiano docente: universidade pública, gratuita, de qualidade e inclusiva. Liberdade de cátedra. Financiamento público da Ciência, da Cultura e da Arte. Formação de professores críticos e qualificados.
Pois todo esse caleidoscópio civilizatório está ameaçado pela reeleição de Bolsonaro e, por isso, a atual diretoria da AdUFRJ defende desde a sua campanha eleitoral que o sindicato apoie a candidatura do campo democrático com maiores chances de derrotar o fascismo nas urnas. Hoje essa candidatura é a de Lula. Mas poderia ser a de Ciro ou a de um outro candidato mais à esquerda. E, se assim fosse, estaríamos igualmente aqui, nas ruas e nas redes, defendendo esses candidatos.
“Isso não é um capricho petista. Não estamos tratando de uma eleição normal, entre dois projetos políticos divergentes, como já ocorreu no passado, diversas vezes entre o PT e o PSDB. Antes tratávamos, por exemplo, de dois projetos antagônicos de universidade, um mais elitista e outro inclusivo. Agora, temos um candidato que quer a destruição da universidade. Bolsonaro é o candidato que defende a tortura, que defende o golpe, que prefere ser presidente por meio de um golpe do que pela eleição. Defender a vitória no primeiro turno nesse contexto não é, portanto, algo que pretende engolir a minoria, mas sim um gesto que defende o futuro das oposições”, pondera o professor Pedro Lima, do Departamento da Ciência Política da UFRJ, respeitado pesquisador da conjuntura eleitoral brasileira.
A interessante entrevista de Pedro está na página 5 desta edição. Na página 4, o cientista político Paulo Baía, professor da UFRJ, analisa as mais recentes pesquisas do Datafolha e do Ipec, nas quais o ex-presidente Lula mantém boa margem de votos à frente de Bolsonaro. Também na página 4, mostramos que, em encontro com comunicadores de todo o país, na terça-feira (13), Lula falou sobre sua expectativa de vencer a eleição no primeiro turno, e celebrou a chegada da primavera — a estação começa no próximo dia 22 — como um tempo de esperança para o país. A equipe de jornalistas da AdUFRJ participou do encontro.
Na página 6, publicamos a tradução concreta de como Bolsonaro ameaça a universidade. Desde o dia 14, a Escola de Belas Artes está sem aulas, castigada pela crise orçamentária, por dois incêndios, elevadores sucateados, banheiros sem água e serviços de limpeza sofríveis. A diretoria da AdUFRJ aproveita esse espaço para prestar solidariedade à EBA e se colocar à disposição para mediar soluções.
Vivemos um tempo de desalento, mas esperamos que a primavera nos devolva a esperança. Apostando nesse retorno da alegria, da discussão livre e da democracia plena, convidamos a todos para um encontro descontraído na próxima sexta-feira, 23, às 18h, no CBAE. Ali, entre amigos, sextaremos, debateremos políticas, beberemos, encontraremos os amigos e a força para lutar por dias melhores.
Boa leitura !
Foto: Silvana SáA direção da Escola de Belas Artes suspendeu as aulas da graduação no dia 14. Os motivos: falta de limpeza, de elevadores funcionando e água. A volta está programada para segunda, 19. Mas nem todos os problemas estavam resolvidos até o fechamento desta edição.
A limpeza começou a ser realizada na manhã do próprio dia 14, mas a continuidade do serviço ainda é incerta. A reitoria, que emitiu nota no mesmo dia se dizendo surpresa com a suspensão das aulas, afirmou que o serviço seria de responsabilidade da decania do Centro de Letras e Artes.
Flávio Cozini, supervisor da empresa Soluções, apresentou outra versão. Ele informou à reportagem que, até esta sexta-feira (16), a Pró-reitoria de Gestão e Governança (PR-6) ainda não havia solicitado a revisão contratual. “Nesse momento realizamos uma intervenção pontual, a pedido da decania, mas é necessário um aditivo ao contrato para solicitar aumento de área atendida ou de efetivo”, contou o representante. “A PR-6 nos comunicou que entrará em contato conosco mas, até agora, não recebemos nenhuma solicitação. Aumentando a área ou o efetivo, aumenta o valor do serviço”, afirmou.
O funcionário não se responsabiliza pela manutenção da limpeza nas próximas semanas. “Se voltarem as aulas nesses andares, teremos novos problemas, porque será uma limpeza precária justamente por não haver previsão contratual”.
Diretora da EBA, a professora Madalena Grimaldi confirmou que não comunicou a interrupção das aulas à reitoria, mas rebateu as informações contidas na nota oficial. A versão da dirigente confirma o que a empresa informou à reportagem.
“As aulas começaram no dia 29 de agosto, mas desde maio vimos alertando sobre a limpeza. Em reunião com a PR-6, foi dito que não haveria como fazer um aditivo ao contrato por conta dos cortes orçamentários”, disse Madalena Grimaldi. “Então eu e a decana, professora Cristina Tranjan, sugerimos fazer um rodízio como forma de atender a todos os andares com o mesmo número de funcionários de limpeza. Mas a PR-6 não autorizou porque também seria necessária, antes, uma mudança contratual”, revelou a diretora. “A PR-6, o tempo todo, nos informava que estava negociando com a empresa”, afirmou Madalena. Mas nada aconteceu. “Os banheiros ficaram numa condição de insalubridade tamanha que seria irresponsabilidade minha manter as aulas”. O fornecimento de água foi restabelecido na quinta-feira.
O funcionamento insuficiente dos elevadores também foi decisivo para a decisão de descontinuar as aulas. São cinco, todos reformados, mas que não conseguem ser utilizados ao mesmo tempo. “Tenho alunos e professores com mobilidade reduzida. Subir sete andares no nosso prédio significa, na prática, subir 11 andares, por conta do pé direito mais alto. Alunos e técnicos ficaram presos nos elevadores diversas vezes nessas primeiras semanas de aulas até que na sexta-feira (9) não havia mais nenhum funcionando”, contou Madalena Grimaldi. “Eu tive aluno passando mal, professor com falta de ar. Estou aguardando a resolução desses problemas para retomar o semestre”, concluiu a diretora.
Nesta sexta-feira, 16, quatro elevadores voltaram a funcionar. “Acabei de ser informada que há quatro equipamentos em funcionamento. Vamos voltar na segunda-feira (19)”, afirmou a diretora.
As informações foram confirmadas pela decana do CLA, professora Cristina Tranjan, que esteve durante toda a manhã de quarta-feira (14), em reunião com a reitoria. A decana, no entanto, minimizou o incidente após a longa conversa com a administração da UFRJ. “Houve a reabertura dos andares que ficaram seis anos fechados, e a limpeza não deu conta. A situação já está voltando à normalidade. A gente lutou muito para a reabertura desses andares, é uma vitória. O que está acontecendo agora são ajustes por conta do aumento da circulação no prédio”, declarou.
Sobre os elevadores, a decana informou que houve uma varredura na rede elétrica para a empresa de manutenção diagnosticar o que gera o mau funcionamento dos equipamentos. “Na sexta-feira (9), um professor cadeirante precisou dar aula no meu gabinete – que fica no térreo do prédio. Realmente não há como manter o funcionamento de um edifício com sete andares sem elevadores”.
A PR-6 não atendeu às tentativas de contato. Já a reitora da UFRJ, professora Denise Pires de Carvalho, que participou da reunião com a decana do CLA, na quarta, respondeu aos questionamentos da reportagem. “Aparentemente há um problema na carga elétrica que chega aos elevadores e a água precisou ser fechada por conta de um vazamento. É preciso solucionar esses dois itens para que as aulas sejam retomadas”, disse.
O professor pode circular pela universidade com o adesivo de seu candidato ou candidata? Pode, incluindo salas de aula. A participação em debates, mobilizações e protestos é liberada também. Só não é permitido pedir voto durante a aula.
Estas e outras orientações fazem parte de uma campanha produzida pela Associação de Docentes da Universidade de Brasília (ADUnb) para tirar dúvidas sobre o que pode e o que não pode ser feito pela categoria durante o período eleitoral. A AdUFRJ adorou a ideia e firmou uma parceria com a ADUnb para divulgar os cards da iniciativa. As peças serão compartilhados esta semana pela AdUFRJ, em suas redes sociais, com uma identidade visual própria.
A campanha tem respaldo em uma nota técnica — disponível AQUI — elaborada pela assessoria jurídica da ADUnb. Os advogados do sindicato, para produzir o documento, analisaram a cartilha “Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais em Eleições – 2022”, publicada pela Advocacia-Geral da União (AGU). No caso específico das universidades, também consideraram os parâmetros fixados em julgamento do Supremo Tribunal Federal de 2020. O acórdão do STF tratou de abusos cometidos por autoridades públicas contra manifestações realizadas nas instituições de educação superior no pleito de 2018.
Confira os cads da campanha abaixo.



