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Reunidos em assembleia na sexta-feira (21), os professores da UFRJ referendaram a proposta da diretoria da AdUFRJ para dar início a uma nova campanha de filiação ao sindicato. Entre outros mecanismos de adesão, a proposta prevê um período de dois anos de carência, sem pagamento de mensalidade, para novos filiados que estejam enquadrados até o nível de professor adjunto.
A professora Mayra Goulart, vice-presidente da AdUFRJ, observou que há atualmente 4.242 docentes na UFRJ, sendo cerca de 1.300 não filiados, que estão desprotegidos sob vários aspectos: “Teremos um Congresso muito conservador, que vê na universidade pública um inimigo preferencial. Vamos precisar estar juntos e sindicalizados”.
Pela proposta, após os dois anos iniciais de carência, o novo filiado contribuiria com um percentual de 0,4% dos vencimentos a partir do terceiro e até o quarto ano de filiação. Ao final do quarto ano, ele passaria a colaborar com a contribuição cheia de 0,8%.
O professor Gustavo Costa de Souza, do Ippur, sugeriu um adendo à proposta. Recém-ingresso na UFRJ, ele ponderou que os professores novos e que se filiaram recentemente também poderiam ter direito à carência nas mensalidades. Em nome da diretoria, o presidente da AdUFRJ, professor João Torres, informou que a proposta incorporaria a sugestão do professor Gustavo.
A assembleia definiu os nomes da delegação da AdUFRJ ao 14º Conad Extraordinário do Andes, nos dias 12 e 13 de novembro, em Brasília. A delegada será a professora Mayra Goulart e os observadores/suplentes serão: Eleonora Ziller, Ana Lucia Fernandes, Marinalva Oliveira, Cleusa dos Santos, Luís Acosta e Janete Luzia Leite.
Professores eméritos da UFRJ escreveram uma carta aberta à sociedade, na qual se posicionam "em defesa da Educação, da Ciência, da Cultura, do Meio Ambiente, da Tecnologia e da Democracia". O documento é subscrito pelos 50 eméritos da universidade, dentre os quais os professores Nelson Maculan, Muniz Sodré, Adalberto Vieyra, Luiz Bevilacqua e Ricardo Medronho, 2º vice-presidente da AdUFRJ. Medronho fez a leitura da carta no Conselho Universitário nesta manhã. O documento é uma crítica contundente ao atual governo federal.
"Como defensores incontestes da ciência, da educação, da saúde pública e do Estado Democrático de Direito, posicionamo-nos fortemente contra o negacionismo que causou a morte evitável de centenas de milhares de pessoas durante a pandemia", diz trecho do documento.
"Instigados pelas ações tomadas pelo governo federal nos últimos três anos, os Professores Eméritos da UFRJ se posicionaram contra a clara intenção deste governo de asfixiar as universidades federais e desmantelar o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, objetivando transformar o Brasil em mero país-colônia", avaliou o professor Ricardo Medronho.
Confira aqui a íntegra da carta.
A comunidade acadêmica do Centro de Filosofia e Ciências Humanas se reuniu no dia 19 para debater o projeto de construção do novo espaço multicultural na Praia Vermelha. A ideia é que o centro substitua o antigo Canecão e que o prédio, abandonado há mais de uma década, seja demolido para dar lugar a uma praça aberta. O projeto é uma adaptação do controverso “Viva UFRJ”, elaborado na gestão do professor Roberto Leher e que buscava trocar espaços nos campi do Fundão e Praia Vermelha por assistência estudantil.
O presidente da AdUFRJ, professor João Torres, participou do debate.O dirigente fez um histórico sobre o processo de retomada do espaço e lembrou que a iniciativa partiu do ex-reitor José Henrique Vilhena. “A única coisa positiva que Vilhena fez em sua gestão foi iniciar a briga pela retomada do Canecão. Mas, por conta da (acertada) oposição ao seu mandato, os movimentos da UFRJ se colocaram naquele momento contra a universidade e apoiaram o tombamento do Canecão”, disse. Torres ainda explicitou a posição da diretoria da AdUFRJ sobre o tema. “É imperativo fazer algo por aquele espaço. Não dá para deixar o Canecão em ruínas, no coração da cidade. Hoje, o prédio é o anti-cartão-postal da universidade”, afirmou. Ele também defendeu o diálogo e que a decisão sobre o projeto passe pelas instâncias universitárias com “amplo e republicano diálogo com a comunidade acadêmica”.
Representante do Sintufrj, o técnico-administrativo Fábio Marinho lamentou que a discussão estivesse ocorrendo em plena campanha para o segundo turno das eleições e criticou o projeto. “Queremos a revitalização dos espaços universitários com recomposição orçamentária e não com privatização do patrimônio público”.
Isadora Camargo, representante do DCE Mário Prata, também fez coro contra o projeto. “A solução para a universidade não é reduzir os espaços universitários. Nossa resposta para a falta de recursos é vender patrimônio?”, questionou.
O vice-reitor da UFRJ, professor Carlos Frederico Leão Rocha, era esperado para a apresentação de detalhes do projeto, mas não pôde comparecer devido a outro compromisso.
O manifesto dos cientistas contra o desmonte do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia e em defesa da candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ultrapassou a marca de 8 mil adesões. Até o fechamento desta edição, já eram 8.048 signatários.
“As propostas de Lula para o próximo governo recuperam e ampliam em muito o que seu governo anterior realizou. Pontos essenciais serão a recuperação econômica do país, a melhoria do sistema educacional e da saúde pública, a extinção da fome e a preocupação com o meio ambiente”, diz trecho do manifesto.
O próximo passo dos organizadores é tentar atingir dez mil assinaturas. O documento está hospedado no site do Observatório do Conhecimento. Assine você também e compartilhe para seus contatos.
Acesse: https://cienciacomlula.observatoriodoconhecimento.org.br/
No último sábado, dia 15, professores da UFRJ transformaram a Quinta da Boa Vista em sala de aula. Houve panfletagens e conversas com a população promovidas por docentes dos institutos de Física e de Biologia, e oficinas de cartazes realizadas por docentes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Escola de Belas Artes. Todos em apoio à candidatura de Lula. Muitas crianças participaram da atividade. Juliana Gracia levou as filhas gêmeas, Laura e Helena, de seis anos. "Vi o chamado nas redes sociais e vim preparada para minhas filhas fazerem arte", contou. "É muito importante inserir as crianças em ações em defesa da democracia. Vamos fazendo a nossa parte e espalhando amor".
Pai das gêmeas, André Rodrigues fala da relação de carinho com a universidade. "Fiz Geologia na UFRJ e hoje não poderia deixar de prestigiar essa atividade no Dia do Professor", afirmou. "Além de minhas filhas estarem ao ar livre, produzindo arte, elas estão reunidas com pessoas que têm o mesmo propósito que o nosso: um futuro longe desses dias sombrios".
Maria José Paiva, professora do ensino médio e estudante de Paisagismo da UFRJ, fazia sua caminhada quando se deparou com a banquinha da AdUFRJ. Não pensou duas vezes e pegou adesivos de Lula para distribuir entre conhecidos. "É incontestável o que Lula e PT fizeram em prol da universidade pública e dos institutos federais. Embora eu não seja muito afeita ao PT, é fundamental reconhecer o legado", avaliou. Sua amiga Márcia Lemos, professora do fundamental, complementou: "Nossa educação precisa ser defendida. Esse governo investe apenas na destruição da educação. Essa eleição pode realmente significar a continuidade ou o fim das universidades".
O professor João Torres, presidente da AdUFRJ, participou da atividade. Para ele, é importante que os docentes mantenham a mobilização nesta campanha de segundo turno. Cada dia conta. E no Dia do Mestre não poderia ser diferente. "Nesta eleição trabalho intensamente pela eleição do Lula. O motivo está escrito na frase que encerra o resumo do meu curriculum Lattes: 'Sem ciência e sem educação não há cidadania, prosperidade e inclusão', ilustrou Torres. "Só temos um caminho: votar no Lula", concluiu o professor.
Confira algumas imagens de Alessandro Costa/Adufrj: