Accessibility Tools
Foto: Milene GabrielaMilene GabrielaO ano letivo começou com uma boa notícia para uma parte dos alunos. A reitoria acaba de reabrir as 252 vagas do bloco B do alojamento. O imóvel, que estava desativado desde o incêndio de 2017, recebeu mobiliário e equipamentos novos em folha. Os moradores elogiam as instalações e, agora mais próximos dos cursos, comemoram o ganho de tempo para os estudos.
“Contribui para o meu rendimento na faculdade, porque não preciso ficar pensando em deslocamento e segurança”, diz Nathaly Gomes, estudante de Engenharia de Bioprocessos, contemplada com uma das novas vagas.
Os módulos foram equipados com pia, armário, despensa, geladeira, máquina de lavar roupas, micro-ondas e mesa com duas cadeiras. Os quartos foram mobiliados com cama box, colchão de solteiro, ventilador de pedestal, mesa, cadeira, prateleira e armário embutido.
Moradora da Gardênia Azul, na Zona Oeste da cidade, Nathaly perdia de duas a três horas no deslocamento para a faculdade. “Antes eu pensava na distância, já que em alguns dias da semana tenho apenas uma aula. Então avaliava se valia a pena sair de casa para assistir a essa aula, porque eu gastava muito tempo no deslocamento”.
Mas nem tudo está perfeito. No novo alojamento, cada módulo conta com três quartos, um banheiro e uma pequena cozinha. Um problema apontado pelos estudantes é o compartilhamento dos quartos, que seguiu como critério apenas a ordem alfabética. Em alguns casos, não houve separação entre homens e mulheres.
“No dia da entrega das chaves, uma menina ficou no mesmo módulo com dois meninos. Ela me disse ‘O que eu faço? Não estou me sentindo confortável’”, diz Nathaly.
Outra crítica é a falta de internet nos quartos — que existe no bloco A. "Tenho prova esta semana, porque meu curso iniciou o período em janeiro, e estou tendo dificuldades para estudar”, disse Nathalia Lima, estudante de Fonoaudiologia.
A solução tem sido se deslocar até a área comum no primeiro andar para fazer uso da rede, disponibilizada para todos pela Secretaria da Residência Estudantil. “Faço o download de todo o material que irei usar para estudar, mas, se surgir alguma dúvida, tenho que voltar ao primeiro andar para pesquisar na internet”, conta.
Apesar dos problemas pontuais, as novas instalações deixaram em evidência a situação de infraestrutura do bloco A. Os estudantes relatam buracos no teto, infiltrações, móveis sem utilização espalhados pelos corredores, portas e janelas quebradas. “O banheiro do meu módulo tem um buraco enorme, que cai uma água que eu não sei se é do segundo ou terceiro andar. E nunca foi consertado”, desabafa Alessandra Aguiar, do curso de Ciências Sociais. A diferença com os “vizinhos” também é gritante em relação aos equipamentos. "Os moradores do bloco novo ganharam uma máquina de lavar roupas, coisa que nunca tivemos”, acrescenta.
PR-7 RESPONDE
A reitoria providencia uma solução paliativa para a falta de internet do bloco B. “Todos os moradores receberão na próxima folha de pagamento um auxílio financeiro para custear o acesso, até que o processo de instalação da internet esteja concluído", responde Roberto Vieira, pró-reitor de Políticas Estudantis.
O dirigente também esclareceu sobre o compartilhamento dos módulos. Os novos moradores foram avisados de que as solicitações para mudanças de quartos poderão ser feitas na Secretaria da Residência Estudantil, a partir do dia 14.
Roberto informa que mais máquinas de lavar já foram adquiridas e, assim que chegarem, serão entregues. O buraco no teto citado pela estudante está sendo analisado pela empresa de manutenção preventiva e corretiva.
Apesar dos problemas existentes no bloco não reformado, o dirigente aponta as melhorias que foram possíveis desde o início da gestão. Em 2019, o prédio estava sem cercamento e sem rampas de acesso. O laboratório de Informática estava equipado com computadores que mal funcionavam. “Estamos encerrando a gestão com a reconstrução do bloco B concluída, o que representou dobrar o número de moradias. E com a construção das rampas de acesso à portaria e o cercamento também concluídos”, explica.
“Todos os computadores foram substituídos por novos equipamentos. Os reservatórios de água foram limpos e, agora, uma empresa fará a análise bacteriológica da água”, completa.
Roberto Vieira informa ainda que há projetos em fase final de conclusão para instalação de câmeras de monitoramento, interfones nos módulos e controle eletrônico de entrada e saída do prédio.
INCÊNDIO
Para evitar tragédias como a de 2017, a residência agora conta com uma brigada específica. Uma das preocupações é preparar os estudantes para eventuais incidentes. “Um dos planos em andamento é ter uma preparação para evacuação, mostrar para que serve o extintor e como utilizá-lo. Só estamos esperando os estudantes se estabilizarem”, diz o bombeiro civil Luiz Fernando.
ALOJAMENTOS PELO MUNDO
NA UNIVERSIDADE DO PORTO, em uma das maiores cidades de Portugal, o alojamento estudantil é aberto para todos os estudantes. Os bolsistas têm prioridade e desconto. Estrangeiros refugiados podem ser contemplados com as bolsas. As residências se localizam na mesma região dos três campi da instituição. As opções vão de quarto individual a quarto duplo e quarto de casal, com banheiro privativo. Bolsistas pagam 78 Euros. Já os não bolsistas, incluindo os pós-graduandos, desembolsam entre 177 e 394 Euros. No total, são mais de 1.200 vagas distribuídas entre dez unidades. Há um imóvel apenas para mulheres — no centro da cidade — e um com acessibilidade, para pessoas com deficiência. Os alunos podem contratar serviços de lavanderia.
A UNIVERSIDADE NACIONAL DE LA PLATA (UNLP), na Argentina, oferece o Albergue Universitário para estudantes bolsistas. Assim como na UFRJ, é totalmente gratuito. Os estudantes têm direito a quatro refeições da universidade, além de emergência médica e uma equipe multidisciplinar de psicólogos e pedagogos que acompanham os estudantes. O espaço comporta mais de 150 estudantes bolsistas, com cozinha e lavanderia compartilhadas, salas de computadores, de estudos, área comum, bicicletas por empréstimo e espaços de recreação. Há quadra de vôlei, basquete, futebol, e mesa de sinuca. Apesar de o albergue ser a meia hora da universidade, os bolsistas têm direito a transporte gratuito para o campus.
A UNIVERSIDADE DE OSLO, capital da Noruega, é pública e gratuita para noruegueses e estrangeiros. Apesar de não contar com bolsas de auxílio, todos os estudantes têm acesso a serviços mais baratos na cidade — fora dos muros da instituição —, como alimentação, médicos, psicólogos, creches, academias e moradia. A universidade mantém acordos com 23 “vilas estudantis”, em um modelo de housing comum a instituições europeias. São mais de 8.900 vagas, e os quartos variam de preço e tamanho, de individuais ou duplos, com áreas compartilhadas ou privadas, ao custo entre 4 mil e 8 mil Coroas Norueguesas. Sem esse acordo, o aluguel de um pequeno apartamento na capital é de 20.000 Coroas. As vilas são próximas aos campi da universidade ou às estações de metrô. (Igor Vieira)
Francisco ProcópioTransexuais e travestis representam menos de 0,1% dos estudantes de graduação, segundo um estudo de 2018 da Andifes. Mas nem mesmo no ambiente universitário eles estão imunes à violência do país que mais mata pessoas trans em todo o mundo. A discriminação sofrida foi uma das razões que fizeram Liege Nonvieri, do sétimo período de Ciências Sociais da UFRJ, desistir da primeira graduação que tentou, na UFF.
“Havia uma quantidade considerável de perseguições reacionárias. A animosidade foi demais para mim e acabei saindo”. Quando se matriculou na UFRJ em 2020, Liege percebeu a comunidade trans mais organizada e a existência de políticas institucionais de apoio. Mas nem todas as violências foram superadas. “Em 2022, por exemplo, a placa que garantia o uso de banheiros neutros no prédio do IFCS foi repetidamente removida”, diz.
A estudante também critica a universidade quando os nomes civis de alunos trans são divulgados em processos institucionais. Desde 2015, a UFRJ regularizou o uso do nome social por estudantes transgêneros e travestis em seus registros acadêmicos. ”Nunca recorri porque nunca me aconteceu nada em particular. Tenho meus documentos retificados e muito tempo de transição”, afirma.
Lucas Oliveira, ex-aluno do curso de Biblioteconomia, diz ter sido ignorado por alguns professores, quando os cumprimentava. Um deles não atribuía a frequência mesmo quando respondia à chamada.
Para denunciar casos como este, a Assessoria de Inclusão e Acessibilidade da pró-reitoria de Políticas Estudantis atua em ações de combate à exclusão e opressão a pessoas LGBTQIA+, pretos, pardos e indígenas, mulheres, pessoas com deficiência e pessoas com transtornos no desenvolvimento. Para entrar em contato, envie e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Por aclamação, em sua sessão ordinária de quinta-feira passada (23), o Conselho Universitário da UFRJ aprovou a concessão da Medalha Minerva do Mérito Acadêmico às professoras Doris Rosenthal, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF) e Yocie Yoneshigue Valentin, do Instituto de Biologia (IB).
A professora Doris Rosenthal é graduada em Medicina pela antiga Universidade do Distrito Federal (atual Uerj), em 1957, e defendeu seu doutorado em Ciências Biológicas na UFRJ em 1975. Em 1977, entrou na UFRJ como professora adjunta do IBCCF, permanecendo até a aposentadoria, em 2002. Entre suas colaborações mais notáveis, destacam-se as pesquisas no Laboratório de Fisiologia Endócrina (LFEDR), que hoje leva seu nome.
A ex-reitora Denise Pires de Carvalho, que assumiu neste terceiro governo Lula a Secretaria de Educação Superior do MEC, é uma das orientadas da professora Doris, que foi uma das fundadoras da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e é membro honorário da Academia Nacional de Medicina.
Já a professora Yocie Yoneshigue Valentin é graduada em História Natural pela então Universidade do Brasil (atual UFRJ), em 1964. Em 1985, obteve o título de doutora em Oceanografia Biológica pela Universidade do Mediterrâneo de Marselha, na França. É pioneira no estudo do uso de algas marinhas como fonte de fármacos.
Yocie foi presidenta da Sociedade Brasileira de Ficologia (SBFic) e iniciou suas atividades docentes na UFRJ em 1992, como professora adjunta no Instituto de Biologia, onde lecionou e coordenou pesquisas até se aposentar, em 2005. É membro do Comitê Nacional para Pesquisas Antárticas (Conapa) e professora bolsista de produtividade sênior em pesquisa do CNPq.
O primeiro debate entre os candidatos à reitoria está marcado para o auditório Roxinho do CCMN na quarta-feira (5), às 16h. Concorrem a chapa 10, “UFRJ para Todos: Autonomia, Inclusão e Inovação” — formada pelos professores Roberto Medronho, para reitor, e Cássia Turci, para vice-reitora — e a chapa 20, “Redesenhando a UFRJ: Democracia, Autonomia e Diversidade” — formada pelos professores Vantuil Pereira, para reitor, e Katya Gualter, para vice-reitora.
Depois de seis debates (confira o calendário abaixo), a comunidade universitária terá entre os dias 25 e 27 de abril para votar. No dia 28, ocorre a apuração. Depois, os integrantes dos conselhos superiores da UFRJ se reúnem para compor o Colégio Eleitoral, que vai elaborar a lista com três nomes para o cargo de reitor e três para vice-reitor. O documento será apreciado pelo presidente Lula.
5/4, 16h
Auditório Professor Horácio Macedo (Auditório Roxinho), no Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), Fundão.
11/4, 12h
Salão Pedro Calmon,
no Palácio Universitário,
campus Praia Vermelha
12/4, 15h
Auditório do Bloco B (Centro Multidisciplinar de Macaé)
13/4, 16h
Salão Nobre da Faculdade
de Direito (Centro)
18/4, 10h
Bloco A do campus
Duque de Caxias
19/4, 16h
Auditório Rodolpho
Paulo Rocco (Quinhentão),
do Centro de Ciências
da Saúde, campus Cidade
Universitária
O reitor Carlos Frederico Leão Rocha anunciou no Conselho Universitário desta quinta-feira (23) que todas as bolsas acadêmicas da UFRJ passarão de R$ 400 para R$ 700. O valor é correspondente ao das bolsas de Iniciação Científica (Pibic) do CNPq, reajustadas pelo governo Lula no mês passado. “As bolsas da UFRJ direcionadas ao Pibic já serão reajustadas imediatamente. As bolsas referentes à monitoria e à extensão só estão aguardando a autorização do orçamento suplementar”, disse. “Uma vez que tenhamos a autorização, vamos pagar as bolsas em R$ 700 retroativamente”, garantiu. Apenas para as bolsas acadêmicas, o reajuste significará um aumento de custos para a UFRJ em R$ 12 milhões ao ano, informou o pró-reitor de Finanças, Eduardo Raupp. “Exatamente por isso resolvemos aguardar a suplementação orçamentária antes de comprometer esses recursos”, justificou.
A sessão do Consuni também aprovou as emerências dos professores Moacir Gracindo Soares Palmeira, Elba Pinto da Silva e Djalma Mosqueira Falcão.