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WhatsApp Image 2023 06 22 at 20.25.49Foto: Silvana SáA sessão do Conselho Universitário desta quinta-feira, dia 22 de junho, teve a marca da emoção. Foi aprovada a Superintendência de Ações Afirmativas e Diversidade. O tema, adiantado pela última edição do Jornal da AdUFRJ, dominou a reunião do colegiado.
A nova superintendência será vinculada diretamente à reitoria da universidade e terá como missão a promoção de “políticas de acesso e permanência de alunos, técnicos-administrativos e professores” que tenham ingressado na UFRJ pelo sistema de cotas. Serão três diretorias-executivas: Admissão, Relações Étnico-Raciais e Gênero e Pertencimento. A equipe mínima, aprovada pelo Consuni, prevê a atuação de 19 pessoas.
“Estou muito emocionada. O movimento negro foi o grande protagonista das ações antirracistas em todo o mundo e, na UFRJ, também é o protagonista das ações afirmativas”, declarou a servidora Denise Góes, diretora da então Coordenação de Políticas Afirmativas e Diversidade. “Os historicamente excluídos precisavam ocupar esse lugar de excelência”, declarou.
Pró-reitor de Graduação, o professor Marcelo de Pádula elogiou e agradeceu a atuação de Denise Góes na constituição das comissões de hereoidentificação de graduação. “Eu saio diferente do que entrei neste processo. São três anos e meio atuando na heteroidentificação, com 13.165 estudantes beneficiados e nenhuma denúncia de fraude desde 2020”, orgulhou-se.
Reitor eleito, o professor Roberto Medronho celebrou a criação da nova instância. “Saúdo efusivamente esta superintendência com a qual eu concordo e apoio desde sempre”, afirmou. “Reafirmo publicamente a luta antirracista na UFRJ. Eu e a professora Cássia (Turci, vice-reitora) estamos empenhados nessa luta”, disse. “Não é possível que só os estudantes negros continuem sendo obrigados a apresentar identificação aos vigias quando circulam pelos prédios da universidade”, denunciou.
O reitor eleito se comprometeu a avançar nas discussões para transformar a superintendência recém-criada numa pró-reitoria. E sugeriu dois possíveis caminhos: um, torná-la uma pró-reitoria associada às políticas estudantis, ou seja, reformular a atual PR-7 para congregar as ações afirmativas. Outra, criar uma pró-reitoria específica de ações afirmativas. “O primeiro caminho seria o mais rápido, para a transformação imediata da superintendência em pró-reitoria. O segundo, também é possível, depende do apoio intenso do governo federal para liberação de novos cargos”, sinalizou.
Luzia Araújo, ouvidora da UFRJ, relatou que foi barrada no estacionamento quando chegou ao Parque Tecnológico na manhã desta quinta-feira. “Meu relato dialoga diretamente com o que o professor Medronho acaba de falar. Eu fui barrada ao tentar estacionar meu carro, às 9h15. É esse o tratamento que a gente, que é negro, recebe cotidianamente”, desabafou.
Em diversas falas, os conselheiros lembraram o professor Marcelo Paixão, ex-docente do Instituto de Economia da UFRJ e precursor da luta pela implantação de cotas raciais na universidade. Um deles foi o professor Ricardo Medronho, diretor da AdUFRJ. “Fui colega de Consuni do professor Marcelo Paixão. Ele paulatinamente, em todo Conselho Universitário, falava da importância de a UFRJ implantar cotas”, contou. “Eu fico feliz de ter votado a favor da primeira resolução que estabeleceu cotas na universidade”.
Apesar de celebrar, o dirigente da AdUFRJ pontuou a importância de a universidade continuar a avançar nas questões raciais. “Parabéns a todos que sucederam o professor Marcelo Paixão. Sem dúvidas, hoje é uma grande conquista, mas reconheço que ainda precisamos avançar”.
Decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, o professor Vantuil Pereira também celebrou o momento. “Esse processo foi iniciado pelo professor Marcelo Paixão, mas seu projeto foi negado. O que foi aprovado, em 2010, foi a criação de cotas sociais. As cotas raciais só foram aprovadas pelo Consuni por força de lei, em 2013”, lembrou.
O reitor Carlos Frederico Leão Rocha também sublinhou a negativa do Conselho Universitário de 2010 de criar as cotas raciais. “Nós rejeitamos as cotas para negros em 2010, então, de certa forma, o que estamos fazendo aqui é uma reparação histórica. Demos um passo importante nessa direção”.
Pela Associação de Pós-Graduandos, a estudante Natália Trindade também festejou a aprovação da superintendência. “Só a gente sabe o que a gente vive. Eu sou filha do Reuni, sou filha das cotas. A gente chegou na pós-graduação”, disse a estudante, que comentou a ainda baixa presença de pessoas pretas na pós-graduação. “Há poucos negros no mestrado e no doutorado. Não é porque a gente não quer fazer pós-graduação. É porque o racismo expulsa as pessoas pretas e pardas dessa universidade”.
Representante do DCE Mário Prata, a estudante Giovanna Tavares comentou a diversidade do público que acompanhava a sessão. “É a primeira vez que me sinto tão à vontade no Consuni. É muito bom ver nossos rostos negros nesses bancos”.
A nova superintendência deve assumir os trabalhos no começo da nova gestão da universidade, em julho.

NOTAS

Carlos Frederico Rocha se despede do Consuni

O Consuni do dia 22 marcou a despedida da atual gestão da UFRJ. O reitor Carlos Frederico Leão Rocha falou ao Jornal da AdUFRJ sobre a emoção do momento. “Enfrentamos dois anos de pandemia e três anos e meio de Bolsonaro. Tenho orgulho de nossa trajetória, que superou as dificuldades. É importante finalizar o mandato com a aprovação desta Superintendência de Ações Afirmativas e Diversidade. Esse foi um tema que recebeu especial atenção nossa durante todo o mandato”.

Servidor do Instituto de Química será novo emérito

O servidor técnico-administrativo Tarcísio Pereira da Cunha, aposentado do Instituto de Química, será o novo técnico emérito da UFRJ. A aprovação aconteceu por unanimidade no Conselho Universitário deste dia 22 de junho. Ex-diretora do IQ e ex-decana do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, a professora Cássia Turci, vice-reitora eleita da universidade, celebrou o compromisso do funcionário com a UFRJ. “É o tipo de servidor que nos orgulhamos de ter”, declarou.

Reitoria garante aprovar progressões da EQ

No início do Conselho Universitário, o diretor da AdUFRJ e representante dos eméritos, professor Ricardo Medronho, criticou a atuação da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD) nos processos de progressão da Escola de Química. O imbróglio foi contado na edição nº 1.275 deste jornal. Reitor da UFRJ, o professor Carlos Frederico Leão Rocha garantiu que a reitoria continuará aprovando as progressões à revelia da CPPD. A gestão está amparada por parecer da Procuradoria.


warning gc07da087f 640Imagem de Clker-Free-Vector-Images por PixabayO Ministério da Economia comunicou à UFRJ uma mudança em relação ao pagamento de salários, proventos e pensões dos servidores ativos, aposentados e pensionistas. Hoje, quando o banco não consegue fazer o depósito na conta-salário informada, o dinheiro retorna para a universidade e a pró-reitoria de Finanças reapresenta o pagamento. Isso ainda pode ser feito em outra conta-corrente do servidor. Mas, a partir de 3 de julho, só será possível o depósito em conta-salário. A pró-reitoria de Pessoal orienta que todos mantenham os dados atualizados, via aplicativo SouGov.br, com a indicação de uma conta-salário em uma das instituições bancárias credenciadas.

 

WhatsApp Image 2023 06 15 at 18.37.49A Prefeitura Universitária lança na próxima segunda-feira, dia 19 de junho, a campanha do agasalho 2023. O objetivo é arrecadar cobertores e roupas de inverno para doá-los a pessoas em vulnerabilidade social nos campi da UFRJ e na Vila Residencial.
As doações devem ser entregues na recepção da Prefeitura Universitária, de segunda a sexta, das 9h às 16h, até o dia 31 de julho. Itens como cobertores, colchas, casacos, blusas de frio, calças e meias estão na lista de prioridades. As roupas precisam estar limpas e em boas condições de uso.

Professores da rede estadual são ameaçados por PM

Um policial militar ameaçou professores da rede estadual de ensino com uma arma de fogo, no último dia 14. A agressão aconteceu em frente à Secretaria Estadual de Educação, quando os profissionais de educação realizavam um protesto em busca de uma audiência com representantes do Governo do Estado.
O policial militar, identificado apenas como Tenente Davi, sacou sua arma na direção dos professores para tentar dispersar o ato, no Centro. Neste sábado, a greve da categoria completa um mês.

Hospital Universitário precisa de sangue

O Hospital Universitário Clementino Fraga Filho realiza um mutirão para doação de sangue. No período de férias, as doações chegam a cair mais de 30%, o que coloca em risco os pacientes. Por dia, são realizadas, em média, 20 cirurgias na unidade, além de transplantes complexos. O mutirão acontece de 19 a 30 de junho. Para participar, é preciso preencher um formulário, disponível nas redes sociais do HUCFF (@hucff.oficial) e do Projeto Sangue da UFRJ (@sanguedaufrj), ter entre 16 e 69 anos de idade, estar bem de saúde e pesar mais que 50kg.

WhatsApp Image 2023 06 15 at 18.50.05 2Secretário nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho, Gilberto Carvalho proferiu a aula inaugural do Programa de Pós-Graduação de Tecnologia para o Desenvolvimento Social (PPGTDS) no dia 15 de junho. O encontro marca as comemorações pelos dez anos do Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social (Nides), órgão suplementar do CT.
Em sua palestra, o secretário destacou a mudança civilizatória no Brasil, entre 2003 e 2016. “O fim da fome endêmica no Brasil é a demonstração mais concreta desse processo”, afirmou. “Não era um projeto revolucionário. E teve sustentabilidade enquanto as elites do país sentiram que era possível conviver sem a perda do que lhes era essencial: concentração das taxas de lucro”, disse.
O político também defendeu a importância de financiamento para a economia solidária, e da formação de pessoas voltadas a resolver os problemas sociais. “É uma dimensão política e uma dimensão ética muito profundas. Pensar a autonomia das pessoas, sobretudo dos excluídos, é fundamental para nós e vocês têm papel importante nesse processo”.

diversity g0124d486b 640Imagem de Gerd Altmann por PixabayPor Francisco Procópio

A Coordenação de Políticas Afirmativas e Diversidade pode virar uma superintendência a partir da próxima reunião do Conselho Universitário, marcada para o dia 22. O parecer, assinado por todas as comissões permanentes do Consuni – Legislação e Normas, Ensino e Títulos e Desenvolvimento – é favorável à proposta. No documento, a relatora do processo, professora Libânia Nacif Xavier, destaca a “complexidade e relevância” do tema e a “necessidade de sua expansão no âmbito da UFRJ” como motivos para aprovação da nova instância e de seu regimento.
Hoje, o trabalho do grupo, segundo uma de suas coordenadoras, a professora Cecília Izidoro, está focado nas comissões de heteroidentificação que atuam na graduação, na pós-graduação e nos concursos públicos para docentes e técnicos. Com a transformação em superintendência, a atuação poderá ser expandida. “Precisamos garantir que o professor esteja preparado para lidar com a diversidade em sala de aula”.
A técnica-administrativa Denise Góes, que divide a coordenação do grupo com a professora Cecília, explica que a futura superintendência terá também missões externas. “Precisamos estar em contato com a Comissão de Diversidade da Alerj, Ministério dos Direitos Humanos, Povos Indígenas, Igualdade Racial, entre outros grupos”, conta. Denise Góes reitera, ainda, a importância dessas interlocuções para a produção de conhecimento. “A gente precisa trazer o conjunto da sociedade para a universidade. Não podemos achar que a universidade se constrói sozinha”.
A resolução 118 do Conselho de Ensino Para Graduados (CEPG) estabelece cotas para pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência nos programa de pós-graduação da UFRJ, mas precisa ser revista, de acordo com Denise. “A resolução não inclui cotas para quilombolas e para LGBTQI+. A gente já tem programas que fazem isso sozinhos, mas não podemos pensar de uma maneira isolada, a gente precisa de uma política única”, explica. O ensino e a grade curricular da UFRJ também devem entrar em pauta, para a implementação de disciplinas afrorreferenciadas. Caso aprove a nova superintendência, a UFRJ se juntará à lista de universidades como UFBA e UFPR, que já têm o órgão, e a outras instituições, como a USP, que possui uma pró-reitoria com a mesma finalidade. “A UFRJ, nos últimos cinco anos, produziu avanços importantes”, reconhece o professor Jadir Brito, do Núcleo de Políticas Públicas em Direitos Humanos. “A superintendência é um grande passo na luta pela igualdade”, conclui.

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