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WhatsApp Image 2024 06 21 at 20.45.10 1Foto: Silvana SáO Conselho de Ensino de Graduação (CEG) aprovou na quarta-feira, dia 19, um conjunto de medidas – reivindicadas pela bancada estudantil do colegiado – que beneficiam especialmente estudantes em greve e são extensivas a todos os mais de 50 mil alunos de graduação.
Os estudantes justificaram o pleito por três motivos: a greve discente, questões de infraestrutura e a greve dos técnicos, que inviabilizou aulas práticas em vários cursos. A sessão, com mais de seis horas consecutivas, acabou somente às 16h40.
Pela decisão do CEG, está estabelecido um novo período de trancamento de disciplinas, que começou no dia 20 e vai até 26 de junho. Não será permitida a contagem de frequência para reprovação em 2024.1. Os conselheiros autorizaram, ainda, a redução do número mínimo de seis créditos a serem integralizados em 2024.1 e flexibilização dos critérios para manutenção de bolsas acadêmicas.
Jubilamentos ficam suspensos no atual semestre. Avaliações poderão ser aplicadas, mas será garantida segunda chamada para todos os estudantes que faltarem às provas, independentemente do motivo. Não houve unanimidade, mas praticamente toda a pauta estudantil foi aprovada.
Apenas dois itens solicitados pelos alunos foram rejeitados: o congelamento do calendário por unidades acadêmicas e a não contabilização das reprovações no cálculo do Coeficiente de Rendimento (CR).
O congelamento do calendário não foi aprovado, mas ficou acertado que a PR-1 poderá negociar com as unidades uma adequação das datas de procedimentos acadêmicos, desde que não haja prejuízos ou mudanças em 2024.2. Não houve pedido de suspensão do calendário geral.
Alexandre Borges, aluno da Letras, diretor do DCE, foi o relator do tema e defendeu as mudanças. “Nós vemos a situação da universidade de forma muito grave e por isso defendemos a greve. Por outro lado, respeitamos as consultas nos cursos. Reconhecemos a decisão grevista de 58 cursos e também de outras dezenas que não optaram pela greve. Por isso, nossa proposta é que a PR-1 analise o calendário em nível das unidades”, explicou.
A UFRJ tem 176 cursos de graduação. Em mais de dois terços deles, os estudantes não aderiram à greve. Mesmo assim, o representante discente enfatizou a necessidade do período de trancamento especial. “A gente considera ruim o trancamento, mas quer evitar um mal maior, que é o excesso de reprovações”, disse. “A gente quer aprender. E, para aprender, a gente quer ter a disciplina por inteiro, com condições de assistir”, justificou.
Logo no início da reunião, a pró-reitora Maria Fernanda Quintela informou seu posicionamento. “Minha proposta desde o início é, independentemente da greve, que a gente converse curso a curso para adequações conforme as necessidades”, disse. “A instituição não suspende calendário geral, porque a instituição não entra em greve”.

Técnicos
O representante dos técnicos, Luiz Felipe Cavalcanti chegou a apontar preocupação com o período de trancamento especial. “A questão do trancamento para a gente é péssima, porque traz sobrecarga de trabalho. Não significa que a gente não vá fazer, mas é um ponto sensível para as secretarias acadêmicas”.
“O tempo todo eu ouvi nas falas ‘direito, direito, direito’, mas a todo direito corresponde um dever”, ponderou o professor Joaquim Martins, representante do CFCH. “Os pontos colocados são todos importantes, mas a gente tem que entender nossas diferenças”, completou.

PONTOS DE VISTA
Os professores foram informados em comunicação enviada pela PR-1 no dia 20 de junho sobre as novas regras para o semestre letivo. Diretor da AdUFRJ, o professor Rodrigo Nunes da Fonseca expressa preocupação com as medidas aprovadas pelo CEG. “Recebi diversas mensagens de docentes descontentes com a decisão. Todos entendem que as questões estruturais e financeiras são graves, mas este não deveria ser um argumento para a flexibilização global”, justifica Rodrigo.
“Os professores rejeitaram a greve em duas assembleias e continuaram lecionando, realizando pesquisa e extensão durante todo o período. Por que vamos flexibilizar faltas discentes, períodos de trancamento etc.?”, questiona. “Não acredito que isso seja justo nem com os docentes, que optaram por não entrar em greve, nem com a maior parte dos alunos, que se dedicaram às suas atividades acadêmicas integralmente”.
Professor do Instituto Politécnico de Macaé e da Coppe, Diego Malagueta também considera excessiva a pauta aprovada pelo colegiado. “O trancamento e segundas chamadas considero bastante pertinente. É esse tipo de solução que compete ao CEG deliberar. E afeta mais a vida do aluno, seu histórico escolar, do que o exercício profissional do docente”, acredita. “Mas considero que certas decisões são até mesmo desrespeitosas com a classe docente”, disse.
Uma das críticas é sobre a não contagem de faltas para fins de reprovação e jubilamento. “Sinto meu trabalho desrespeitado, ao impor ao docente que não atenda a regras básicas do seu exercício profissional”, critica o professor Malagueta. “Ao me impedir de exercer devidamente critérios de aprovação/reprovação, a decisão está invadindo a alçada do docente”, justifica. “Fora a irresponsabilidade de aprovar eventualmente um discente que não deveria. Temos de lembrar que, um dia, ele exercerá a profissão que está cursando”.

WhatsApp Image 2024 06 21 at 20.45.10 7Arte sobre foto de Kelvin MeloKelvin Melo e Renan Fernandes

Não precisa nem entrar no prédio do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais e do Instituto de História para começar a entender as péssimas condições de trabalho e estudo enfrentadas por professores, técnicos e estudantes. Plantas crescem nas paredes e tubulações de escoamento da água. As paredes, desbotadas, estão pichadas. Muitas vidraças, quebradas. No esvaziado Centro do Rio, o entorno é inseguro. Principalmente, na saída dos cursos noturnos.
Por dentro do imóvel de quatro pavimentos e 14 mil m² de área construída, a sensação de insegurança é alimentada pelo risco de incêndio. A rede elétrica, do século passado, demanda uma ampla reforma. Em caso de sinistro, quem frequenta os três pavimentos superiores só tem dois caminhos para alcançar o térreo: uma elegante escadaria toda feita em madeira (!) e um apertado acesso de cimento, nos fundos do prédio.
O sistema elétrico antigo, unido à falta de recursos, repercute na falta de climatização da maioria das salas. A reportagem constatou muitos aparelhos de ar quebrados ou pendentes de manutenção e instalação adequada. E uma profusão de ventiladores velhos, insuficientes para refrescar as amplas salas dos institutos, com um pé direito altíssimo.
Nas salas, além do calor em dias muito quentes, docentes e alunos sofrem com o mobiliário antigo. A reportagem viu muitos quadros a giz e poucos quadros brancos de qualidade. Os docentes também encontram dificuldade para conseguir equipamentos de projeção.
Já a falta de água para beber nos dias de calor se tornou um problema recente do prédio. Um acidente com a caixa de gordura do restaurante universitário contaminou os bebedouros do prédio, em maio, e forçou a suspensão das aulas por vários dias. Nesta semana, desta vez por um problema de fornecimento da companhia no centro da cidade, a comunidade do IFCS-IH ficou novamente sem água na quinta-feira (20).
Estes e outros problemas que compõem o drama da comunidade do prédio são abordados nesta edição especial do Jornal da AdUFRJ.

POSSIBILIDADE DE INCÊNDIO COMO O DO MUSEU NACIONAL

WhatsApp Image 2024 06 21 at 20.45.10 2Fotos: Fernando SouzaO receio que o IFCS-IH sofra um incêndio das mesmas proporções do Museu Nacional é constante. A rede elétrica defasada é o principal foco de preocupação de professores, técnicos e alunos que frequentam o prédio histórico do Largo de São Francisco.
“Já tivemos três princípios de incêndio em dois anos”, afirmou o estudante Washington Yuri, do Centro Acadêmico de Ciências Sociais. Em um deles, no ano passado, começou a sair faísca de um disjuntor antigo do quarto andar. “Alguém, por pura sorte, viu e desligou o disjuntor”, disse.
No início deste semestre letivo, uma professora substituta do Instituto de História tomou um tremendo susto ao tentar ligar um dos ventiladores. O aparelho deu curto-circuito e a docente levou um choque muito forte. “Ela ficou muito assustada, mas continuou a aula mesmo assim, com o braço dormente ali na hora”, afirmou o professor João Paulo Rodrigues, do IH.
Se algum destes “sustos” fugir ao controle e o prédio pegar fogo nos pavimentos superiores, as pessoas terão apenas duas opções para alcançar a saída: uma elegante escadaria toda feita em madeira e um apertado acesso nos fundos.
O professor Antonio Saturnino Braga, do departamento de Filosofia, revelou preocupação com as rotas de fuga do edifício. “É um medo com que convivemos aqui. Um tópico que deveria ser atacado prioritariamente. São feitos treinamentos e manutenção dos extintores, mas isso é paliativo. A questão das rotas de escape é muito grave”, teme.

“SAUNAS” DE AULA

WhatsApp Image 2024 06 21 at 20.45.10 3Não é fácil dar aulas em dias de calor. No verão, nem se fala. A rede elétrica antiga, somada à falta de recursos da universidade, impacta também a climatização do IFCS-IH. Não há aparelhos de ar-condicionado na maioria das salas. Parte dos que existem é apenas decorativa: os aparelhos estão completamente quebrados ou precisam de manutenção para voltar a operar.
A solução encontrada é a instalação de ventiladores. Muitos, mas insuficientes para refrescar as amplas salas do prédio histórico, com um pé direito altíssimo. Além de barulhentos, concorrendo com a voz dos professores.
“Os aparelhos de ar-condicionado que existem não funcionam e os ventiladores são velhos e ineficazes. Quando ligados, a gente se pergunta se é pior o barulho ou o calor”, lamentou o professor Saturnino Braga.
A professora Adriany Ferreira de Mendonça, da Filosofia, conconcorda. “Nos dias de calor, a gente passa mal. É desumano. Ainda temos medo de ligar os ventiladores, porque podem cair do teto”, disse.

INFILTRAÇÕES SÃO CONSTANTES

WhatsApp Image 2024 06 21 at 20.45.10 5As infiltrações estão por toda parte. Ao lado do Salão Nobre, no segundo pavimento, existe uma cratera no teto do banheiro feminino. Na biblioteca, perto de uma estante do setor de periódicos, uma das paredes está bastante descascada pela ação da umidade. As obras são protegidas por um plástico improvisado.
Diretor adjunto de graduação do Instituto de História, o professor João Paulo Rodrigues já teve a sala afetada por vazamentos duas vezes, em menos de seis meses: em novembro e abril. No episódio mais recente, detritos do teto ficaram espalhados pela mesa e pelo chão.
“O de novembro inundou a sala toda e vazou água para o corredor”, disse. “Os armários, com documentos, ficaram molhados. Tivemos que abrir para secar. Mas os armários estão deteriorados. E perdemos o filtro de água, que pifou”. O piso perdeu o sinteco e o cheiro de mofo só desapareceu por volta de maio, segundo o docente.
O mofo inviabiliza o uso de algumas salas do edifício. É o caso da sala 107, no térreo, que não tem janelas de ventilação para a rua. O professor Pedro Vitor, da Faculdade de Educação, que trabalha no prédio ministrando o curso de Didática especial em História, foi alocado na 107 no último período e precisou buscar outro local para dar aula. “É impraticável. A sala parece um calabouço. Tem um cheiro de mofo muito forte, ninguém consegue ficar mais de 15 minutos ali. Eu e os alunos começamos a espirrar e tive que interromper a aula para procurar outra sala”, contou.
A professora Isabele Mello, do IH, relacionou a falta de infraestrutura no prédio com um ambiente de desestímulo à continuidade nos cursos. “Por vezes, me sinto constrangida em sala de aula. Como promover a continuidade na carreira acadêmica, na pós-graduação, quando o estudante observa as condições em que ele está assistindo aula e que seu professor está trabalhando?”, questionou.

RISCO À SAÚDE NA BIBLIOTECA

WhatsApp Image 2024 06 21 at 20.45.12Com quatro pavimentos e um acervo de 135 mil documentos, a biblioteca Marina São Paulo de Vasconcellos é um dos destaques do prédio. Mas a beleza das paredes de pedra, originais da construção do século XIX, esconde um risco à saúde de quem estuda e trabalha no local.
“As paredes estão se desfazendo, soltando um pó que é respirado pelos frequentadores”, informa Sulamita Nicolau de Miranda, subchefe da biblioteca. “As pedras guardam o aspecto histórico dos anos 1800, mas estamos em 2024. É preciso um trabalho de recuperação, uma análise técnica de como estão essas paredes”, afirma.
A demanda por mais tomadas é outro problema do espaço. “Hoje, os alunos estudam com tablets e notebooks. Precisamos de uma rede elétrica estável, mas não temos nem tomadas suficientes para oferecer. E as que temos são do padrão antigo, de dois pinos”, conta Sulamita.
A falta de climatização também desafia quem trabalha e estuda no local. O aparelho de ar está quebrado. A reportagem do Jornal da AdUFRJ constatou o clima desconfortável na biblioteca na terça-feira, 18, dia em que a cidade registrou máxima de 34°C.
Mas as temperaturas altas também são prejudiciais ao acervo. “É uma questão de preservação do patrimônio da universidade. Os livros expostos ao calor e às janelas abertas se deterioram com o tempo”, aponta a bibliotecária.
O padrão determinado pelo manual de conservação de acervos bibliográficos da universidade estipula a temperatura ideal nas bibliotecas entre 19°C e 23°C e a umidade relativa do ar entre 50% e 60%.

ÁGUA CONTAMINADA

WhatsApp Image 2024 06 21 at 20.45.12 1O episódio recente da crise de infraestrutura foi a contaminação da água dos bebedouros. O problema foi causado por um vazamento da caixa de gordura do restaurante universitário, em maio. Nas redes sociais, estudantes relataram mal estar, vômito, dor de cabeça e de barriga. As aulas foram suspensas até a normalização do serviço.
O bicentenário prédio do Largo de São Francisco conta com quatro bebedouros (um por andar) para atender a uma “população” de 157 professores, 93 técnicos e mais de dois mil alunos com matrícula ativa. E isso contando apenas as graduações do IFCS e do IH.
Estudantes de Psicologia, Enfermagem e Odontologia também recebem aulas de Ciências Sociais ou Filosofia no local. Além disso, o bandejão localizado no térreo — que serve 800 refeições no almoço e 400 no jantar — serve o público das demais unidades da UFRJ no Centro.
Bem antes deste incidente, Adriany Ferreira, docente da Filosofia, já havia passado por uma experiência desagradável com os bebedouros. “Não tenho mais coragem de beber a água do IFCS. Tive problemas de saúde ano passado e nunca mais bebi”, revelou.
A professora destacou a qualidade da água como uma condição básica para a permanência de estudantes nos cursos. “A universidade tem que ser cada vez mais aberta e mais inclusiva. Agora, sem água potável, não tem restaurante universitário. O estudante, que por vezes vem de longe, fica sem água e sem comida”, concluiu.
O IFCS-IH comporta oito banheiros — um deles interditado —, que não estão em boas condições. Um aviso no sanitário feminino do segundo andar dá a dimensão de como o problema é antigo. “Em 2016, o IH gastou mais de R$ 6 mil com a manutenção dos banheiros. Em menos de seis meses, seis tampas de privada, um espelho e dois ganchos de bolsa foram quebrados”, diz um trecho.

MOBILIÁRIO ANTIGO E PRECÁRIO

WhatsApp Image 2024 06 21 at 20.45.12 2Kelvin MeloNo Salão Nobre, no segundo pavimento, um bonito relógio de parede marca sempre a mesma hora: cinco para as duas. O tempo parece ter parado também quando se trata de mobiliário e equipamentos básicos para as aulas no prédio. Em várias salas, os professores precisam trabalhar com o tradicional quadro negro a giz.
Há quadros brancos que só podem ser apagados, entre uma disciplina e outra, pelos funcionários terceirizados, usando produtos de limpeza mais fortes. “Comecei a trabalhar no ensino básico em 2016 e nunca dei aula em uma escola com quadro negro. Como o IFCS ainda tem salas sem quadro branco?”, questiona o professor Pedro Vitor dos Santos, da Faculdade de Educação.
Pedro foi aluno do IFCS, mas ainda é surpreendido com a falta de estrutura do edifício. “O IFCS funciona por meio de improviso e gambiarras. Os projetores instalados nas salas não funcionam. O departamento de Ensino de História tem um cedido pela Faculdade de Educação. Somos sete professores e a gente tem que fazer rodízio. Tenho uma aula sobre o uso da imagem na sala de aula e tenho que combinar com meus colegas para poder usar o projetor”, lamentou.

INSEGURANÇA NA SAÍDA DO NOTURNO

Três cursos noturnos — bacharelado e licenciatura em História e a licenciatura em Ciências Sociais — funcionam no Largo de São Francisco, com disciplinas até 21h40 ou 22h. Mas não é incomum que os professores liberem as turmas antes por conta da insegurança no centro do Rio.
A professora Isabele Mello, do Instituto de História, expôs o medo de alunos com a violência no entorno do prédio. “A questão da insegurança afeta principalmente os alunos do noturno. Vários estudantes já relataram assaltos no trajeto até os pontos de ônibus ou o metrô”, revelou.
Uma alternativa para reduzir os riscos seria a abertura do portão dos fundos do prédio, que dá acesso ao Largo Alexandre Herculano, próximo à Praça Tiradentes. “A liberação do portão facilitaria a vida dos estudantes. Mas por limitação de segurança e por necessidade de reformas não podemos usar a saída”, acrescentou.

 

IMG 1775 1Foto: Arquivo AdUFRJPara garantir a reabertura parcial do Museu Nacional em 2026, a reitoria calcula que seriam necessários R$ 177,9 milhões de investimentos em obras e exposições. O número foi apresentado pela vice-reitora da UFRJ, professora Cássia Turci, em audiência pública da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, na quarta-feira (5). A atividade aconteceu a pedido da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ). “É uma emoção muito grande estar aqui podendo falar mais uma vez sobre a reconstrução desse patrimônio fabuloso do nosso país”, disse o diretor do Museu, professor Alexander Kellner. “Nós queremos abrir o museu o quanto antes para as pessoas. Mas precisamos de ajuda”, completou.

ufrjminervaFoto: Artur Moês (CCS/UFRJ)O Conselho Universitário do dia 6 aprovou a matriz para distribuição do orçamento participativo em 2024. Os conselheiros optaram pelo parecer de vistas do professor Carlos Frederico Leão Rocha, diretor do Instituto de Economia.
A matriz repete os valores de 2023, mas acrescenta verbas ao campus de Caxias e ao Centro Multidisciplinar de Macaé. Para Duque de Caxias haverá aumento de R$ 23,3 mil. Já para o Centro, o acréscimo é de R$ 39,47 mil. O valor total a ser distribuído entre todas as decanias e unidades passa de R$ 12.904.773 para R$ 12.991.853,95. O incremento é de pouco mais de R$ 87 mil. Ficou estabelecido, ainda, o compromisso de o colegiado se debruçar sobre uma nova matriz orçamentária para distribuição de recursos do orçamento participativo a partir de 2025.
Apesar do aumento recebido, houve protesto dos professores de Macaé em relação a todas as propostas que entraram em discussão. Nenhum dos pareceres considerou aportar recursos separadamente para os institutos que compõem o Centro. “O centro é visto apenas como uma unidade simples e o valor fica restrito apenas à decania”, criticou o professor Habib Montoya. Todas as demais decanias têm recursos destinados separadamente para os centros e para as unidades.

RESPOSTA DO COMANDO LOCAL DE GREVE DOS TAE À CARTA DA PR 2 E DA SG TICO Comando Local de Greve (CLG) dos TAEs divulgou uma resposta à carta à comunidade da UFRJ assinada pela PR-2 e pela SG-TICG em relação ao desenvolvimento de um novo sistema para cadastro de projetos no âmbito do Edital PIBIC 2024. Como a AdUFRJ divulgou em suas plataformas — jornal, site e redes sociais — a íntegra da carta da PR-2 e da SG-TICG, dará o mesmo tratamento à resposta do CLG. Segue a íntegra da resposta.

Resposta à carta da PR-2 e da SG-TICG
A carta à comunidade da UFRJ assinada pela PR-2 e pela SG-TICG não retrata a verdade dos fatos, sendo antes uma forma de colocar a comunidade da UFRJ e, sobretudo, os estudantes contra a greve dos TAE e contra toda a categoria em última instância.


Dos fatos

1. No dia 26/03/2024 o Comando Local de Greve - CLG reuniu-se com a Reitoria, representada pelo Superintendente de Pessoal, acompanhado de representantes da PR-2, incluindo o Superintendente Geral de Pós-graduação e Pesquisa. Na pauta, uma extensa lista de solicitações de essencialidades, recebidas pelo e-mail do Sintufrj dias antes, na qual se incluíam pedidos da Reitoria e do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.

2. O CLG apresentou-se à ocasião tendo debatido os assuntos em reunião no dia anterior, no qual foram confirmadas algumas essencialidades, já previstas em assembleias anteriores. Muitos pedidos foram negados e outros tantos, na verdade, a maioria, foram classificados como sensíveis para os quais solicitaríamos mais elementos para decidir.
3. Entre esses pedidos sensíveis encontravam-se a realização da JIC-TAC e o desenvolvimento de “um novo sistema para o cadastro dos novos projetos no âmbito” do Edital PIBIC 2024, ambos de interesse da PR-2. Em relação à primeira solicitação, o CLG e a assembleia realizada em 03/04/2024 decidiram pela não essencialidade, o que, na prática, não impediu a realização do evento.

4. Já em relação à solicitação sobre o sistema em desenvolvimento, conforme esclarecimento dado pelo próprio Superintendente Geral da PR2, não haveria problemas em manter o uso do sistema vigente, embora não fosse considerado o ideal. O tema, desde então, ficou em suspenso, aguardando maior detalhamento dos demandantes. Nesse sentido, sem fato novo, nenhuma decisão foi tomada até o momento, permanecendo classificado como “Em discussão - aguarda detalhamento ou deliberação em CLG/Assembleia”. A listagem com as solicitações e as decisões a respeito podem ser verificadas em (https://sintufrj.org.br/wpcontent/uploads/2024/04/Essencialidades-Infos-para-o-site.pdf), cuja última atualização foi realizada logo depois da assembleia de 03/04/2024.

5. No dia 06/05/2024, o CLG recebeu, por e-mail, solicitação sobre o tema assinado pela SG-TICG e, na mesma semana, o Superintendente Geral de Pós-graduação e Pesquisa, procurou o CLG através de contato por WhatsApp solicitando reunião para tratar do assunto, o que de fato ocorreu no dia 15/05/2024, logo após a assembleia que precedeu a caravana. Informamos, na ocasião, que faríamos um esforço para ter uma resposta rápida, mas que a semana seguinte seria de caravana, o que poderia adiar a decisão. Nesta reunião estiveram presentes, além do Superintendente, o Coordenador PIBIC da PR-2 e o Diretor de Desenvolvimento da SG-TICG.

6. Na ocasião, ficou acertado que o CLG convocaria uma reunião com os trabalhadores do setor de desenvolvimento envolvidos com o projeto do novo sistema, o que se deu em 17/05/2024, online, com a participação de três servidores e, pelo CLG, de integrantes da Comissão de Ética. A decisão da reunião foi de apontar o uso do sistema antigo como possibilidade mais viável no momento, agendar uma reunião ampliada com PR-2 e o desenvolvedor do sistema antigo para a semana do dia 27/05/2024, de forma a se discutir possibilidades de prazo e soluções junto ao CNPq. Este encaminhamento foi informado ao Superintendente Geral da PR-2 no dia 20/05/2024, via WhatsApp, ao que respondeu, apenas, que não seria possível uma solução de prazos junto ao CNPq, visto que se tratava de um problema local, ou seja, específico da UFRJ. Desde então não houve mais diálogo.

Da posição do CLG
Portanto, não é verdade a informação da PR-2 e da SG-TICG de que o CLG-SINTUFRJ, “apesar dos nossos diversos apelos”, não considerou a atividade como essencial. O que de fato ocorreu é que até o momento não se chegou a uma definição. Por outro lado, foi passado a PR-2 a necessidade de uma nova reunião e a possibilidade de uso do sistema antigo, o que na prática indica o compromisso dos/as trabalhadores e trabalhadoras e do CLG em encontrar uma solução mediada para o caso.

Cabe esclarecer que o documento emitido pela PR-2 e pela SG-TICG, além de desrespeitoso, por tentar interferir nos encaminhamentos decididos pela categoria em suas assembleias, uma vez que “solicita a intermediação do DCE, APG e Adufrj”, é também inverídico, na medida em que não considera que toda e qualquer decisão tomada pelo CLG, baseia-se em reuniões nos respectivos locais de trabalho.

O CLG sempre esteve aberto ao diálogo e às negociações, tanto em suas reuniões quanto nas assembleias da categoria, tendo convidado, inclusive o Superintendente Geral da PR2 a comparecer às assembleias, o que de fato ocorreu no dia 27/03/2024 para falar sobre as demandas da área, na ocasião, especificamente sobre a realização da JIC-TAC. É preciso lembrar, ainda, que desde a reunião do dia 26/03/2024 e as decisões da assembleia de 03/04/2024, ficamos mais de um mês sem sermos procurados pela PR-2 ou outra Pró-Reitoria para negociar nenhuma outra atividade.

O Comando Local de Greve continua aberto às negociações, prezando pelo diálogo franco e honesto, e honrando seus compromissos com a comunidade universitária e com a luta por melhores condições de trabalho na UFRJ, o que hoje se materializa nas reivindicações de recomposição salarial, reestruturação da carreira e recomposição do orçamento da UFRJ.

Reivindicamos, por fim, direito de resposta com a divulgação dessa nota a toda comunidade universitária por e-mail através do SIGA.

Comando Local de Greve
Nota aprovada em Assembleia no dia 27/05/2024

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