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A AdUFRJ oferece curso de alemão gratuito aos professores sindicalizados. As aulas começam no dia 1º de abril. Ainda restam cinco vagas. Haverá duas turmas: uma às terças, às 9h, e outra às sextas, às 16h.
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Por Renan Fernandes

Com o tema “Lutas e resistências femininas”, a edição especial do Cine Cidadania ganhou um significado especial, na última terça-feira (25). A exibição do filme “O mensageiro”, de Lucia Murat, colocou em pauta a anistia aos torturadores do regime militar. “É simbólica a exibição deste filme no dia em que defensores de torturadores estão sendo julgados”, exaltou a professora Christine Ruta citando o julgamento da denúncia contra Bolsonaro e aliados por envolvimento na trama golpista de 8 de janeiro de 2023.
O filme narra a história de Vera, jovem militante presa em 1969, após a implementação do AI-5. Em paralelo, a saga de sua mãe, Maria, para conseguir informações sobre o paradeiro da filha e garantir sua sobrevivência a aproxima de Armando, o carcereiro que alterna momentos de empatia com cenas de crueldade. A história da protagonista é inspirada na trajetória da própria diretora, que foi estudante do Instituto de Economia entre os anos de 1967 e 1968, antes de passar à clandestinidade na luta contra o regime.
O tema da ditadura é recorrente na obra de Lucia. “Faço filmes em função das minhas angústias. Cada filme que faço sobre a ditadura falam também da época em que foram feitos”, revelou. A motivação da cineasta neste último trabalho foi a percepção de uma crescente polarização na sociedade brasileira nos últimos anos. “Pensar no mensageiro, é pensar na possibilidade de diálogo com o outro. Havia uma demonstração de humanidade em meio a todo aquele horror”, afirmou Murat.
A historiadora Andrea Queiroz, diretora da Divisão de Memória Institucional do Sistema de Bibliotecas e Informação da UFRJ, pesquisa os impactos do regime militar na universidade. Entre os 45 professores cassados, Queiroz destacou a forma como as mulheres eram tratadas nos dossiês. “As mulheres eram tratadas de forma pejorativa, com um olhar de vulgarização e objetificação. Grandes cientistas como Eulália Lobo, Maria Yedda Linhares e Marina São Paulo de Vasconcelos”, explicou.
“Onde estaríamos se o 8 de janeiro não tivesse fracassado? Que nível de agressividade, de potência autoritária nós estaríamos submetidos?”, questionou a professora Eleonora Ziller, diretora da Universidade da Cidadania. A docente destacou a perspectiva didática na abordagem do tema. “É profundo e necessário, uma pedagogia de reeducação sobre o significado dessa fase da nossa história”.
Por Renan Fernandes
A professora Hildete Pereira de Melo não conteve as lágrimas durante a exibição do documentário “O Lobby do Batom”, promovida pela AdUFRJ na noite de sexta-feira (21), na Casa da Ciência. “Já assisti a esse filme várias vezes, mas foi a primeira vez que chorei”, disse a economista quando as luzes foram acesas. O filme de Gabriela Gaston mostra a luta de Hildete e outras bravas mulheres que organizaram o movimento feminista nos anos 1970 e 1980 e conseguiram influenciar a redação da Constituição de 1988.
“Foram tempos difíceis, de muita luta. Lembrar tudo isso agora me emocionou. Acho que estou ficando velha”, brincou Hildete. Depois da exibição, uma roda de conversa discutiu a pouca representação feminina em cargos de poder que persiste até os dias de hoje. A professora Mayra Goulart, presidenta da AdUFRJ, destacou que no estado do Rio de Janeiro, apenas 9% dos cargos legislativos são ocupados por mulheres, um dos menores índices do país.
“O machismo não é uma peça de antiquário, que estudamos como um fenômeno histórico”, disse a docente. Outro dado importante foi apontado pela professora Christine Ruta, coordenadora do Fórum de Ciência e Cultura. “Nas 23 secretarias de Ciência e Tecnologia que existem nos estados do Brasil, apenas quatro têm mulheres na pasta”, acrescentou ao debate.
O evento foi mais uma ação da AdUFRJ em celebração ao mês de luta pelos direitos das mulheres. “Queremos realizar mais encontros para promover discussões relevantes para a sociedade”, afirmou a vice-presidenta do sindicato, professora Nedir do Espirito Santo.
Foto: Alessandro Costa
O auditório da Coppe, no CT2, ficou pequeno para celebrar os 25 anos de fundação do Conselho de Minerva. A organização reúne 200 ex-alunos da UFRJ, além de associações de ex-alunos, universidades e instituições militares como o Museu Histórico do Exército e os Fortes de Copacabana e do Leme.
A cerimônia ocorreu no dia 19 e homenageou autoridades e personalidades de dentro e de fora da universidade. Presidente do Conselho de Minerva, o professor Sebastião Amoêdo de Barros se emocionou ao recordar a trajetória de constituição do conselho, que surgiu para apoiar as ações da universidade. “O Brasil não teria autonomia energética se não fosse a UFRJ. Devemos continuar a buscar o futuro”, declarou, na abertura do encontro.
Outra premiação concedida durante a assembleia comemorativa foi a Ordem do Mérito Guriri a cerca de 60 conselheiros. A honraria tem como objetivo destacar o comprometimento com a educação e a defesa da UFRJ. O nome é inspirado na planta Guriri (Allagoptera arenaria), que se desenvolve no solo arenoso do litoral do Rio de Janeiro e oferece abrigo a várias espécies. “Simboliza força, cooperação e resiliência”, explicou o professor Francisco Esteves, do Instituto de Biologia, um dos homenageados com a Ordem.
Os jornalistas Ancelmo Góes e André Trigueiro foram agraciados com o Colar do Mérito Pedro, O Libertador por suas contribuições para as comunicações e a defesa do meio ambiente. Todas as universidades públicas do Rio de Janeiro e o Instituto Politécnico de Leiria (Portugal) também receberam a distinção.
O reitor Roberto Medronho, presidente de honra da organização, destacou o papel estratégico da universidade no desenvolvimento socioeconômico do país e pediu unidade. “Precisamos construir coletivamente um novo mundo. É a partir da nossa união que vamos fazer deste país que tanto amamos um país mais justo, mais solidário e mais fraterno”.
Ex-reitor da UFRJ, o professor emérito Paulo Alcântara Gomes foi condecorado. Foto: Alessandro Costa
Professor Francisco Esteves recebeu a Ordem do Mérito Guriri. Foto: Alessandro Costa
O juiz Fernando Gabriele Bernardes, titular da 9ª Vara do Trabalho de Brasília, determinou que a Chapa 4 – Oposição para Renovar o Andes seja inscrita no processo eleitoral do Sindicato Nacional. A tutela de urgência foi conferida na noite da sexta-feira (14).
Na decisão, o magistrado aponta “possível tratamento díspar dos requerentes”, “bem como excessiva valorização de vícios formais sanáveis”. Na argumentação, Bernardes cita “probabilidade do direito dos requerentes” e concede a tutela de urgência. O pleito acontece no início de maio e as chapas já estão em campanha eleitoral.
Nas redes sociais, integrantes da chapa comemoraram a decisão. “Consideramos uma grande vitória para a democracia sindical”, diz o post no Instagram compartilhado pelo perfil da chapa e pelos professores Jailton Souza Lira e Maria Carlotto, candidatos a presidente e a secretária geral do grupo.
Candidato a 2º Tesoureiro da Regional Rio pela Chapa 4, o professor Daniel Negreiros Conceição também celebrou a notícia. “Ficamos muito felizes. Ganham os professores que se sentem representados pelo nosso movimento e ganha também o processo eleitoral, que contará com a participação de mais um grupo contribuindo para os debates relevantes da nossa categoria”, afirmou. Daniel é professor do IPPUR/UFRJ.
Ex-presidenta da AdUFRJ, a professora Eleonora Ziller também comemorou a decisão da justiça. “Mostra que os argumentos estão corretos”, disse, na noite em que a tutela de urgência foi concedida.
O Andes e a Comissão Eleitoral Central (CEC) foram notificados da decisão na terça-feira (18). Em reunião, na quarta, a comissão decidiu acatar a decisão judicial.
Com a liminar, a corrida eleitoral volta a ter quatro chapas na disputa. “A CEC apontou unanimemente a imprescindibilidade de cumprimento da decisão e deu estrito cumprimento à determinação”, disse o professor Gustavo Seferia, presidente da CEC e do Andes, ao Jornal da AdUFRJ. “A chapa foi registrada e foi garantida sua participação no processo eleitoral, em idênticas condições das demais chapas”, afirmou.
No entanto, na mesma reunião, a comissão decidiu que o Andes deve apresentar medidas judiciais contra a decisão que beneficia a Chapa 4. A primeira medida é um pedido de reconsideração da decisão judicial. Caso a solicitação não seja preciada em 24 horas, a segunda etapa consiste em apresentar um “mandado de segurança contra a decisão que conferiu a antecipação de tutela”. O presidente Gustavo Seferian confirmou que a assessoria jurídica do Andes deu entrada no pedido de reconsideração, mas ainda não há resposta da Justiça.
O primeiro debate nacional entre as chapas está previsto para o dia 10 de abril, na sede do Andes. As eleições acontecem nos dias 7 e 8 de maio.