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Cinco anos após sua morte, o ex-reitor recebeu emocionante homenagem na Faculdade Nacional de Direito, em 10 de julho. Foram especialmente destacadas as realizações do período em que o professor esteve à frente da UFRJ

Fotos: Fernando Souza

Cinco anos após sua morte, o ex-reitor Aloísio Teixeira recebeu emocionante homenagem no Salão Nobre da Faculdade Nacional de Direito, na noite de 10 de julho. Familiares e amigos celebraram o legado do professor, especialmente quando esteve à frente da UFRJ entre 2003 e 2011. Muito se lamentou a falta que ele faz nos dias atuais, como incansável defensor da universidade. Mas todos concordaram que suas realizações devem inspirar a continuidade da resistência pela Educação e Ciência públicas. Diretora do Instituto de Bioquímica Médica à época da gestão Aloísio, a professora Débora Foguel destacou o crescimento da UFRJ, quando o ex-reitor bancou a aprovação do programa de reestruturação e expansão das universidades (Reuni), em 2007. E ainda o esforço de Aloísio para incluir a instituição no Exame Nacional do Ensino Médio/Sistema de Seleção Unificada, em 2010, com ações afirmativas para os alunos de escolas públicas. As duas iniciativas sofreram muita resistência interna: “O resultado, hoje, é termos uma UFRJ diversa, mais colorida, de jovens com diferentes sotaques e origens. Um verdadeiro retrato do que é o Brasil”, elogiou. Anfitrião do encontro, o diretor do Direito, Flávio Martins, saudou o papel do homenageado na transformação da unidade: “Particularmente, nós da Nacional devemos muito àquela gestão”, disse. Foi no primeiro mandato de Aloísio na reitoria que a faculdade, então em crise acadêmica e administrativa, sofreu uma intervenção. A medida, em 2004, com apoio dos alunos, iniciou a recuperação do curso. O professor Adalberto Ramon Vieyra, diretor do Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem da UFRJ, falou sobre a capacidade de articulação política do homenageado. Segundo ele, Aloísio restaurou, em seus mandatos, os princípios da gestão colegiada na instituição. E não parou por aí: “A plenária de decanos e diretores consagrou o princípio de uma gestão mais participativa e plural”, disse. Adalberto observou, ainda, a interiorização da universidade estimulada pelo ex-reitor em direção a Xerém e Macaé. Não por acaso este último campus, no Norte Fluminense, ganhou o nome de Aloísio. Representante da Fundação Maurício Grabois — uma instituição do PCdoB —, Aldo Arantes destacou a luta do ex-reitor em defesa da democracia e do socialismo: “Hoje, ele certamente estaria ao nosso lado na luta contra o golpe”, falou, em referência ao governo de Michel Temer. [caption id="attachment_7920" align="alignleft" width="318"] No saguão ao lado, exposição de charges lembrou período da gestão Aloísio[/caption] No saguão ao lado do salão onde ocorreu a homenagem, havia uma exposição de charges e tiras com Aloísio Teixeira como tema principal. Autor dos desenhos, o ex-estudante da Escola de Belas Artes e cartunista Diego Novaes contou foi a experiência de retratar o professor, de quem acabou se tornando amigo. Diego disse que irá doar todo o acervo, com mais de mil ilustrações do período, para a UFRJ: “Quando o Aloísio morreu, demorei seis horas para fazer uma charge, porque não parava de chorar”, contou. A professora Maria Malta, pró-reitora de Extensão, representou o reitor Roberto Leher — fora do país — na reunião. Ela lembrou que, em momentos de crise, como hoje, Aloísio não tinha dúvidas sobre a necessidade de a universidade se unir. A pró-reitora anunciou que várias homenagens ainda deverão ser feitas ao professor ao longo do ano.   [caption id="attachment_7921" align="alignleft" width="366"] Os irmãos Raul Teixeira e Maria Lúcia Werneck Teixeira (à esq.) recebem uma placa da universidade[/caption] Também articiparam da atividade o aluno Rafael Acioli, diretor do Centro Acadêmico Cândido de Oliveira, da FND;  decano do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, Vitor Iorio; e Saturnino Braga, ex-senador e ex-prefeito do Rio (Aloísio foi secretário municipal de Planejamento do mandato). Confira fotogaleria do evento em: https://goo.gl/hsDxin

De 16 a 21 de julho, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência vai realizar sua 69ª reunião anual, no campus da Universidade Federal de Minas Gerais De 16 a 21 de julho, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência realizará sua 69ª reunião anual, no campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais. No dia 18, a presidente da Adufrj, Tatiana Roque, será a palestrante no encontro “As universidades e os professores diante da crise brasileira”. Já no dia 20, durante a assembleia geral dos sócios da SBPC, às 18h, Ildeu Moreira, professor do Instituto de Física da UFRJ, tomará posse como presidente da sociedade. A extensa programação inclui mesas-redondas, conferências, encontros e minicursos. A reunião anual é gratuita e aberta ao público sem necessidade de inscrição prévia, exceto para os minicursos.

Durante atividades realizadas em defesa da Ciência e Tecnologia na Câmara dos Deputados nos dias 11 e 12, a presidente da Adufrj, Tatiana Roque, apresentou iniciativa que busca preservar os recursos do setor
Foto: A presidente da Adufrj, Tatiana Roque, fala sobre as perdas da Educação e da C&T - Antônio Augusto/Câmara dos Deputados
A campanha Conhecimento Sem Cortes ocupou a tribuna da Câmara dos Deputados, em Brasília, durante sessão especial para avaliar a redução do orçamento das universidades e da Ciência e Tecnologia. Na última quarta-feira, 12, a professora Tatiana Roque, presidente da Adufrj, detalhou os efeitos das restrições impostas pelo governo Temer. “Pasmem, estamos perdendo meio milhão de reais por hora”, explicou a docente, em discurso no plenário. Os números impactaram a plateia, formada por parlamentares e cientistas. Por minuto, são R$ 8 mil perdidos, como mostra o tesourômetro — um contador eletrônico instalado na Praia Vermelha. “Além da pesquisa, é fundamental pensar nas políticas de permanência dos estudantes nas universidades, que incluem bolsas e alojamento”, destacou a professora, que começou seu discurso citando Carlos Chagas Filho. “Ele dizia: ‘na universidade se ensina porque se pesquisa’”. “Queremos que o Congresso, durante o debate do orçamento de 2018, amplie as verbas para ciência e inclua um dispositivo que proíba o governo de contingenciar o setor”, disse o deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), lembrando que a pasta da Ciência na gestão Temer perdeu aproximadamente R$ 2,54 bilhões. O corte é o maior em 12 anos. Na véspera, seminário A discussão na Câmara começou na terça-feira, 11, com um seminário. Carlos Frederico Rocha, vice-presidente da Adufrj, mostrou os cálculos que sustentam os números do tesourômetro. "Pegamos todas verbas de custeio e investimento desde 2015 das universidades, da CAPES e MCTI e retiramos o que foi contigenciado", esclareceu. Helena Nader, presidente da SBPC, reforçou o papel da Educação: “Em qualquer lugar do mundo, Educação, Ciência e Tecnologia se chamam investimento. Só aqui se chama gasto”, ensinou. “Sem Educação e sem Ciência não tem economia que resista. Não tem Brasil”.

De 13 a 16 de julho, professores universitários de todo o país participam do 62º Conad do Sindicato Nacional dos Docentes de Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) na cidade de Niterói (RJ). O encontro terá como tema central “Avançar na unidade e reorganização da classe trabalhadora: em defesa da educação pública e nenhum direito a menos!". As plenárias serão realizadas no Teatro Popular Oscar Niemeyer. Os grupos de trabalho se reunirão no campus Gragoatá da UFF. Os docentes irão debater e atualizar os planos de lutas gerais e específicos do Sindicato Nacional, deliberados durante no 36º Congresso da entidade no início do ano, e também aprovarão as contas da entidade.

Foto: Manifestação na Maré, em 2013 – Crédito: Samuel Tosta/Arquivo Adufrj
Além de invadir o colégio municipal Osmar Paiva Camelo, ação policial provocou o fechamento de mais 13 escolas Policiais arrombaram, nesta quinta-feira, o portão da escola municipal Osmar Paiva Camelo, na Maré, bairro vizinho ao campus Cidade Universitária. O prédio foi utilizado como base de operações. O colégio estava vazio. A direção soube da ação policial de manhã cedo e suspendeu as aulas. As informações são da ONG Redes da Maré. Em decorrência da ação policial, que começou às 6h, 4 pessoas ficaram feridas por arma de fogo, mais de 4 mil estudantes ficaram sem aula e 4 postos de saúde foram fechados. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, 14 escolas, 2 creches e 7 Espaços de Desenvolvimento Infantil da Maré não abriram hoje em decorrência dos riscos gerados pela operação da PM. De janeiro a maio de 2017, as moradoras e moradores do conjunto de favelas da Maré já foram impactados por 13 dias de confrontos entre grupos armados, 16 dias de operações policiais, 14 dias sem aulas, 19 dias sem postos de saúde, com 18 pessoas feridas e 15 pessoas mortas, ainda de acordo com a ONG Redes da Maré. No fim de junho, a juíza da 6ª Vara da Fazenda Pública do estado do Rio expediu uma decisão que determinou à Secretaria de Segurança apresentar, em até 180 dias, um plano de redução de riscos e danos a ser cumprido pelas forças policiais sempre que realizarem uma operação na Maré. O prazo não está correndo, pois a Secretaria ainda não foi intimada. A decisão estabelece que, ao ordenar a realização de operações policiais naquele território, o estado do Rio deixe ambulâncias de plantão. De forma gradual, também deve ser implantado sistema de vídeo e áudio em todas as viaturas, além de monitoramento por GPS. A sentença observa que os mandados judiciais de prisão e de busca e apreensão por parte de policiais militares e civis devem ser cumpridos durante o dia, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, conforme a Constituição Federal.

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