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A pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ, Leila Rodrigues, criticou o recém-criado Programa Institucional de Internacionalização de Instituições de Ensino Superior e de Institutos de Pesquisa do Brasil (Capes/PrInt). A iniciativa do MEC pretende aportar R$ 300 milhões anuais em até 40 propostas das universidades. A duração do apoio será de no máximo quatro anos. “Era para ser um superedital”, argumentou a pró-reitora. “Mas trezentos milhões de reais, divididos entre até 40 instituições, é muito pouco”, completou. Leila informou que a primeira sinalização do MEC sobre o programa aconteceu durante encontro de pró-reitores da área há um ano: “Eles falaram que a descontinuidade do Ciência sem Fronteiras liberaria verbas para outro tipo de ações na colaboração internacional”. A assessoria da Capes não confirmou se as verbas do novo programa têm origem no fim do Ciência Sem Fronteiras. De acordo com o edital, um dos objetivos do programa é estimular a formação de redes de pesquisas internacionais. As instituições concorrentes devem ter no mínimo quatro programas de pós-graduação recomendados pela Capes nas duas últimas avaliações e, pelo menos, dois cursos de doutorado na mesma situação: “Uma instituição com quatro programas dentro dos critérios compete da mesma forma que uma instituição do porte da UFRJ”, apontou a pró-reitora. “Não há diferenciação entre universidades e institutos. Ou entre instituições públicas e não públicas”, acrescentou Leila. Na UFRJ, uma portaria de 11 de maio instituiu um Comitê Gestor, com representantes dos Conselhos de Ensino de Graduação e de Ensino para Graduados (CEG e CEPG), para tratar da política de internacionalização da universidade. E, segundo a pró-reitora, o assunto foi discutido em sucessivas reuniões do comitê com diretores e decanos, além dos colegiados acadêmicos. Prazo O prazo para inscrição de propostas das instituições vai até 18 de abril de 2018. E a divulgação do resultado está prevista para julho de 2018 Resposta da Capes A assessoria da Capes limitou-se a responder que o formato do Programa Capes-PrInt "permite atender à maioria das instituições vinculadas à pós-graduação brasileira, entre as quais encontra-se a UFRJ".

Levantamento realizado pela Adufrj mostra que percentual da UFRJ é menor do que a média das universidades federais, estaduais e particulares Os dados sobre a categoria cor/raça dos docentes das Instituições de Ensino Superior, especialmente para a UFRJ, ainda são parciais. Como se observa no gráfico 1, a proporção de professores das universidades públicas sem registro de cor/raça é muito elevada. A proporção dos que se declararam negros é mínima e se manteve estável nas universidades privadas e na UFRJ e houve um ligeiro aumento nas estaduais e municipais (gráfico 2).
Fonte: Censo do Ensino Superior, segundo categorias administrativas e UFRJ – Brasil, 2013 a 2016
A participação de quem se declara pardo é também menor na UFRJ (gráfico 3). As limitações relacionadas com o preenchimento das informações sobre cor/raça – por si sugestivas das dificuldades de obtenção de evidências sobre discriminação –, não autorizam inferências consistentes sobre a participação dos docentes negros na UFRJ. Mas, os dados disponíveis evidenciam um enorme contraste entre a cor/raça da população brasileira e a de seus professores no ensino superior. Diretoria da Adufrj
ARTIGO: "Ilhas de Branquitude" Em 20 de Novembro comemoramos o Dia da Consciência Negra, constituindo um momento de reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da identidade nacional. Este é um tema a ser discutido o ano inteiro. Uma questão relacionada é o confinamento racial* nas IES brasileiras. Embora não saibamos quantos docentes negros temos nos quadros da UFRJ, por mera observação, notamos que esta ainda é uma ilha branca cercada por negros. Questiona-se como que esta exclusão racial não tenha suscitado nenhuma discussão ou incômodo por parte dos acadêmicos brancos brasileiros*. A prática de exclusão de pesquisadores negros não é recente. Três exemplos bem conhecidos são os intelectuais Abdias Nascimento, Guerreiro Ramos e Edson Carneiro, estes dois últimos impossibilitados de ingressar na Universidade do Brasil*. Esta exclusão se deve a um predomínio da cultura de matriz europeia na academia brasileira. Embevecidos por um discurso de origem eurocêntrica, nossas instituições estabelecem regras, critérios, conceitos e julgamentos do que são ou não classificados como qualidades em diversas especificidades das relações institucionais. Buscando reverter este quadro, ressaltamos a importância de fomentar no meio acadêmico um discurso inclusivo e plural, que leve em consideração questões de raça, gênero, religião, orientação sexual, origem social e que considere as diversas fontes culturais. *J.J. Carvalho , REVISTA USP, n.68, p. 88-103, 2005-2006 Professor Antonio Carlos Fontes dos Santos (IF-UFRJ) & Rodrigo Fernandes Morais (doutorando PEMAT-UFRJ)

A segunda edição do Festival Interuniversitário de Cultura do Rio (FestFIC 2017) está com programação aberta ao público até este fim de semana. São mais de 200 atividades na capital e no interior do Rio (Campos do Goytacazes, Nova Iguaçu, Resende e na Ilha Grande), sempre relacionadas a instituições públicas de ensino técnico e superior do estado. São apresentações artísticas, exposições, atividades recreativas, cursos, seminários e oficinas. em múltiplas linguagens e com opções para todas as idades. A agenda completa pode ser conferida na página do Festival: https://festfic.wordpress.com/. O Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ, na avenida Rui Barbosa, no Flamengo, é um dos principais polos do evento. O prédio ganhou o apelido de “Casa das Universidades”, por abrigar alguns trabalhos de outras instituições durante o Festival. No local, destaque para uma exposição da Escola de Belas Artes (EBA), além de artistas independentes. A programação da universidade vai até hoje (11), de 9h às 21h. O fechamento do Festival será amanhã (12), na Quinta da Boa Vista, às 11h, com um piquenique cultural. Paula Scamparini, professora da EBA, escolheu duas palavras para descrever a iniciativa em um imóvel que não é preparado para receber obras de arte: colaboração e ocupação. “Para quem trabalha com arte visual e escultura contemporânea, lidar com um espaço como o da Rui Barbosa é um desafio”, conta. “Foi de grande aprendizado o trabalho coletivo entre os estudantes, professores, artistas e equipe de montagem”. Arte e política no cardápio A professora comemorou a participação da UFRJ no projeto: “Estamos fazendo nosso papel, dialogando com a sociedade e a cidade”, avaliou. “O que é fundamental nesse momento de dificuldades para as artes, sem apoio e verbas”. Visitante na “Casa das Universidades”, o ator Kadosh Olive elogiou, em especial, uma instalação interativa num dos pátios internos do prédio: “Incrível! Cria a possibilidade de vários movimentos e de relaxar”. Ele considerou a obra bem próxima dos trabalhos da pintora e escultora Lygia Clark (1920-1988).

Mesmo debaixo de chuva, atividade buscou dialogar com a população sobre a importância de aumentar os recursos para Ciência e Tecnologia Cariocas não gostam de dias nublados. Mas, quando o assunto é sério como o orçamento da Educação e das pesquisas, encaram até uma forte chuva como a que caiu durante a terceira edição da Marcha pela Ciência, sábado (11), na Praça Mauá. A programação foi garantida com disposição e bom humor pela comunidade acadêmica. “Houve o contratempo do tempo, mas, também, um número maior de entidades envolvidas desde a organização do evento. O que é muito positivo”, avaliou Lígia Bahia, vice-presidente da Adufrj. “Agora é centrar fogo na pressão sobre parlamentares que discutem as leis orçamentárias para 2018”, argumentou a professora. O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), professor Ildeu Moreira, reforçou a estratégia: “Toda a atenção no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa, para que possamos evitar cortes tão dramáticos como os previstos”. O representante da SBPC destacou que a Marcha também foi realizada em outras cidades na mesma data. Material de campanha contra os cortes e em defesa do Conhecimento foi distribuído ao público. E a Cyclophonica, uma orquestra em cima de bicicletas animada pelo professor Leonardo Fuks, da Escola de Música, não deixou ninguém dispersar. “Ciência não é só Astronomia”, destacou: “Trabalho na Música diretamente com acústica”. Na opinião do docente da UFRJ, “fazer arte e ciência hoje virou palavrão”. “O artista já era visto por parte da sociedade como alguém fora da realidade. Agora, o cientista também passa a ser questionado por teorias anticientíficas”, analisou. “A extinção do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação foi o maior desastre no país nos últimos anos”, afirmou Luiz Antônio Elias, economista e ex-secretário do MCTI, em referência à fusão feita com a pasta das Comunicações, no governo Temer. “A consequência foi a desarticulação de redes e a perda orçamentária. Comunicação e Ciência são atores distintos”, justificou, em seguida. Mais amplo Alguns cartazes chamaram mais atenção que outros. Foi o caso dos dizeres apresentados pela dupla de pós-graduandas da Engenharia Química da Uerj: “Ciência, não silêncio”. “O corte de verbas é uma forma de silenciar a pesquisa”, explicou Isadora Pereira. “E não vamos nos calar frente ao que está acontecendo”, completou Alene Dutra. O casal Jaime Oliveira e Caroline Oka compareceu pela segunda vez à Marcha. Ele é pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e ela, médica do município. “Tivemos um bom investimento em equipamentos nos últimos anos. Mas agora não conseguimos nem mesmo fazer a manutenção”, conta o físico. “A situação é a mesma na saúde. Grande parte das Clínicas da Família está parada por falta de recursos”, relatou Caroline. Sofia Voloch compareceu, mesmo sendo das Letras, à convocatória pela ciência brasileira na internet. “Faço um site com colegas contra as fake news e a questão da Ciência é muito importante nessa área”. Confira a fotogaleria.    

Queda ocorreu nos últimos cinco anos, segundo estudo feito pelo deputado estadual Comte Bittencourt (PPS). Bolsistas foram os mais prejudicados

*e Silvana Sá

Os recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro caíram de forma drástica em apenas cinco anos. Em 2012, a Faperj desembolsou R$ 350,8 milhões; em 2016, foram apenas R$ 146 milhões. Em 2017, de um orçamento previsto de R$ 537 milhões, somente R$ 88 milhões, ou 16,4%, foram pagos até 22 de agosto. A situação prejudica o trabalho de milhares de professores e estudantes. “É um desastre para a Ciência e Tecnologia do estado”, afirmou o deputado Comte Bittencourt (PPS), presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio, que repassou os números para a reportagem. Os contingenciamentos, de acordo com o parlamentar, provocam a descontinuidade das pesquisas: “Os laboratórios estão paralisando e os cientistas estão indo para outros estados e até para outros países. Temos um comprometimento não só do presente, mas do futuro”. Para 2018, a proposta de orçamento para a Faperj, em tramitação na Alerj, é de R$ 471 milhões, o menor desde 2014. A cifra representa R$ 65 milhões a menos que as verbas inicialmente orçadas para este ano. O deputado ressalta as dificuldades de modificar o quadro no Legislativo: “É difícil, mas vamos fazer da nossa comissão uma trincheira em defesa da Faperj”. O objetivo é sensibilizar os colegas para o prejuízo econômico causado pelo desinvestimento em ciência e tecnologia: “São bilhões que vão se perdendo. Está sendo esvaziado um setor estratégico”, completou. A crítica é reforçada pelo deputado Waldeck Carneiro (PT), vice-presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Alerj: “O desgoverno do Rio pratica uma violentíssima ofensiva contra a educação, a ciência e a pesquisa”. O parlamentar lembra que a bancada de oposição conseguiu conter uma emenda do governador Luiz Pezão para reduzir à metade a vinculação orçamentária constitucional a que tem direito a Faperj: de 2% para 1% da receita corrente líquida do estado. “Entretanto, a cada exercício, existe um descumprimento descarado do preceito constitucional”, disse. Sobre a possibilidade de aumentar os recursos destinados à Faperj no orçamento 2018, o deputado apresentou-se “muito cético, mas não pessimista”. A proposta do governo recebeu muitas emendas e será discutida e votada em plenário no dia 5 de dezembro: “A correlação de forças aqui na assembleia não aponta para a possibilidade de reverter esse quadro em plenário. Teremos dificuldades”, avalia. Já o diretor científico da Faperj e professor do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ, Jerson Lima e Silva, está otimista com a possibilidade de aumento de recursos para a agência no ano que vem. Ele participou, ao lado do presidente da Faperj, professor Ricardo Vieiralves, de uma reunião com o governador Luiz Pezão em 20 de outubro. “O resultado foi muito positivo. O governador está interessado em resolver o problema de financiamento da pesquisa no estado”, disse. De acordo com ele, Pezão teria indicado um aumento na arrecadação fluminense. “Nosso financiamento é atrelado à arrecadação do estado, então temos chances de um orçamento maior no ano que vem”, disse. Na avaliação do professor Ildeu Moreira, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a crise ainda demanda muita preocupação. Para ele, o Rio de Janeiro será “impactado dramaticamente” com a redução de recursos para a pesquisa. “O Rio é um estado muito tradicional no fomento da pesquisa, mas que corre grave risco de ter projetos, muito importantes para a retomada do crescimento, descontinuados”, afi rmou. Esperança Apesar da crise da Faperj, a Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa (PR-2) informou que, “em breve”, a agência buscará efetuar o pagamento de todas as bolsas e parte dos auxílios dos anos 2014 e 2015. É solicitado a todos os professores conferir se os respectivos processos estão numa listagem no site da PR-2. Em caso negativo, o docente deve encaminhar um e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., com o nome completo, número do processo, tipo de auxílio e, se possível, cópia do termo de outorga, até 13 de novembro. O superintendente de Pesquisa da PR-2, Marcelo Byrro Ribeiro, esclareceu que a presidência da Faperj demonstrou intenção de pagar pendências até 2015, mas isso ainda depende da liberação de recursos por parte do governo do estado. “É preciso esclarecer que é uma possibilidade, há o empenho, mas ainda não é um compromisso firmado, com data”, disse. A reportagem contou 274 empenhos relacionados a 137 processos de 2014 e 834 empenhos referentes a 395 processos de 2015. Como o volume de auxílios pendentes dos dois anos anteriores é muito pequeno (quatro, em 2013, e um em 2012), a pró-reitoria entende que estes débitos também poderão ser quitados. Até o fechamento desta matéria, a Faperj não confirmou o pagamento nem explicou a origem dos recursos.  
Ano Orçamento inicial Despesas empenhadas Despesas liquidadas Despesas efetivamente pagas
2012 363.835.563 359.081.949 359.081.949 350.858.661
2013 385.100.453 402.062.804 402.062.804 326.345.465
2014 449.143.093 426.959.477 426.959.477 329.150.530
2015 479.338.566 445.984.529 445.984.529 174.545.283
2016 512.275.774 330.797.555 330.797.555 146.073.665
2017* 537.011.576 154.724.367 152.435.141 88.272.610
2018 471.603.968**
*até 22 de agosto ** valor na proposta orçamentária em tramitação na Alerj

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