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Proposta é instalar catracas nas portarias e fazer controle eletrônico de frequência por meio dos crachás. Ideia está em análise e prazo de execução não foi definido. Mudança está sendo discutida depois de auditoria do TCU que cobrou maior fiscalização da jornada de trabalho Tag . UFRJ A direção do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) está discutindo com sua equipe um tema polêmico, mas necessário: a implementação do ponto eletrônico, com o controle dos crachás feito por meio de catracas nas portarias. A ideia está em análise, e o prazo de execução ainda não foi definido. O HUCFF é referência no atendimento de alta complexidade e na formação de uma elite da medicina brasileira. Sofre com a estrutura gigante e engessada, a falta de pessoal e os salários desiguais. Cem médicos ganham mais que o reitor, mostrou a Revista da Adufrj em setembro de 2017. Os relatos de ausência de profissionais são frequentes. O HUCFF está sob intervenção da reitoria desde novembro. O ponto eletrônico não foi iniciativa do hospital ou da UFRJ. Obedece a uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) expressa no acórdão 2729, de dezembro de 2017. O acórdão expõe o resultado de auditoria realizada pelo TCU na UFRJ, na Fundação Universidade de Brasília (FUB) e nos respectivos hospitais universitários. Aponta irregularidades na frequência de professores e técnicos e, no HUCFF, cobra controle mais rígido. Pelo acórdão, as universidades terão de divulgar atividades de ensino, pesquisa e extensão de professores, com normas para avaliar o cumprimento da jornada de trabalho. O diretor do HUCFF, Leôncio Feitosa, fez reuniões com a equipe para tratar do ponto. Em substituição à proposta de controle biométrico (pelas digitais), a ideia é usar catracas. Hoje o ponto é manual, com folhas assinadas e fiscalizadas pelos diretores de divisão. Feitosa afirmou que a mudança busca atender ao TCU respeitando a autonomia da universidade. “Em cada ponto de acesso, definido por uma equipe de expertise na área, serão instaladas catracas que reconhecerão os crachás de identificação. Um sistema de informática produzirá dois relatórios: um registrará a entrada e saída dos trabalhadores, e o outro registrará a entrada e saída dos demais”, esclareceu. Feitosa afirmou ainda que, “em alerta de que a simples presença pode não ser o bastante para o aumento da produtividade”, as metas de serviço serão atualizadas. “Nossa responsabilidade é que não haja absenteísmo”, afirmou. O diretor da divisão médica do HU, Marcos Freire, admite a preocupação dos colegas, pois há regimes de trabalho variados. “Quem entra em cirurgia não tem hora para sair”, afirmou. Na avaliação de Freire, médico do hospital e professor da Faculdade de Medicina, é preciso regras claras: “Não podemos ter regra homogê nea com essa variedade de profissionais”. Destaca que, num hospital universitário, muitos profissionais acompanham alunos, e isso tem de contar como trabalho. Na enfermagem, são 30 horas semanais e não 40, reivindicação da categoria atendida na UFRJ desde 2011. A carga mensal é de 120 horas, ou dez plantões de 12 horas. O diretor da Divisão de Enfermagem, Tony Figueiredo, elogiou a transparência na discussão do ponto, mas alertou para a necessidade de considerar como trabalho atividades de ensino. Neuza Luzia, coordenadora do Sintufrj, diz que o debate deve ir além do TCU: “Somos contra ponto eletrônico. Queremos debater nossa profissão”.    

Dirigente definiu-se como gestor de esquerda e desconversou sobre reeleição — mas sua agenda não cabe em doze meses. Relativizou a posição sobre cursos pagos e prometeu iniciar reabertura do Canecão Ana Beatriz Magno e Kelvin Melo Em 116 minutos de entrevista, o reitor da maior universidade federal do Brasil falou sobre as alegrias e tormentos de três anos de mandato. Avisou que só haverá eleição no hospital universitário depois que as rotinas de trabalho forem repactuadas, relativizou sua posição sobre cursos pagos e prometeu começar o processo de reabertura do Canecão. “Não vai mais se chamar assim”, contou o professor titular da Faculdade de Educação, que chegou aos 54 anos à reitoria sem nenhuma experiência administrativa. “Nunca dirigi um instituto. Nunca fui diretor. Muita gente não votou porque não me conhecia direito. Eu era mais conhecido pela trajetória no movimento docente da qual eu me orgulho. Aqui estou aprendendo muito”, compara o ex-presidente do Andes e da Adufrj. “É muito mais difícil ser reitor que sindicalista”. Às vésperas de convocar um congresso universitário, Roberto Leher diz que ainda não sabe se será candidato à reeleição, mas admite que seus planos não cabem em 12 meses. “Eu posso continuar fazendo muito coisa como professor”, desconversa, num dos raros momentos em que não olhou nos olhos dos entrevistadores. Sem fugir de nenhuma das questões, e insistindo em se definir como um gestor de esquerda, o docente tratou de política, eleições presidenciais, autonomia universitária e, com ênfase, se inseriu numa linhagem da UFRJ. “Pertenço a uma linhagem de reitores que têm uma visão de mundo que está assentada historicamente na esquerda. Essa linhagem inclui Horácio Macedo e Aloísio Teixeira. E isso fala muito sobre a UFRJ”. A seguir, trechos da entrevista:   É bom ser reitor? É muito bom falar em nome de uma universidade tão pulsante, respeitada e que tem contribuições relevantes para o país. Isso me deixa muito orgulhoso. Em qualquer fórum, mesmo os que não defendem a universidade pública, falar em nome da UFRJ faz muita diferença. Isto motiva, enche de expectativas de futuro. E o que é ruim? O mais duro é perceber que o projeto de mudança social em curso nas universidades está muito ameaçado. Isso é o que mais me angustia. Lidar com a pequena política, usando a expressão do Gramsci, e conversar com o aparato burocrático do Estado para liberar recursos orçamentários também incomoda muito. Estamos falando de um lugar protegido pela Constituição, com a prerrogativa da autonomia universitária. Um reitor é uma alta autoridade do Estado. Em vários países, o status dos reitores é muito acima dos ministros. São pessoas escolhidas por suas comunidades, e representam uma instituição muito estratégica. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Como é a relação com o MEC ? Nenhum ofício é respondido. A tentativa de liberação de recursos se dá por reuniões das quais não se tem o registro, nem atas... A maior universidade federal do país manda ofício e o MEC não responde? De nenhuma universidade. Nenhuma das 63 recebe resposta formal de temas orçamentários. Não há o compromisso formal que se daria numa democracia liberal republicana, no sentido clássico da palavra. Isto, de fato, não está estabelecido no Estado brasileiro hoje. ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS O que acha que ocorrerá em 3 de outubro? É a pergunta mais difícil. Seguramente, teremos a continuidade da crise. Não há nenhuma força social comprometida com um projeto de nação democrático de igualdade social... Nem Boulos, Manuela, Lula? Os candidatos das organizações de esquerda, por tudo que aconteceu e está acontecendo, muito dificilmente ganharão. O candidato que teria força para ganhar é Lula. Mas todas as evidências indicam que não será candidato. Qual o pior cenário para as universidades? O pior cenário, desastroso, trágico, é Bolsonaro. Não é provável, mas é possível. Provável é o nome de centro-direita melhor posicionado. E o Ciro? Ciro precisa dar uma sinalização mais precisa do que seria sua agenda. Ele teve uma relação muito conflituosa com as universidades estaduais. Ciro tem origem na Arena. Ninguém foi da Arena por acaso. OPOSIÇÃO O senhor dialoga com sua oposição na universidade? O senhor tem oposição? Há concepções de universidade diferentes, mas não sinto movimentos de oposição. Ao contrário. Tenho percebido uma responsabilidade institucional muito grande. Construímos processos de debate com todos os setores, independentemente do voto deles. SINDICALISMO É mais difícil ser reitor ou sindicalista? Hoje é muito mais difícil ser reitor. Temos que dar respostas práticas e imediatas para problemas candentes, como estudantes sem bolsas, prédios inacabados. Fui presidente do Andes na época do Jurassic Park (risos), em 2000 a 2002, num contexto de ascenso de lutas. Nossas assembleias eram lotadas. Hoje é uma pressão muito grande, num momento em que temos um carecimento enorme. SEGURANÇA Relatos de crimes no campus têm aumentado muito... O que a reitoria está fazendo? A situação é muito grave. Estamos apostando no Proeis (Programa Estadual de Integração na Segurança). Entre maio e junho, teremos a conclusão do processo. Também já há aumento de efetivo. Não que tenha tido uma mudança qualitativa, mas aumentou o efetivo. Por que não controlar o acesso aos estacionamento como em outras universidades? Os últimos casos que tivemos os bandidos estavam tão fortemente armados que a segurança patrimonial poderia aumentar o risco. Tem que ser restrição policial. Professor, há casos dramáticos de sequestros dentro dos estacionamentos... A situação é de barbárie. Vivemos sofrimentos enormes. Sequestro-relâmpago é uma experiência brutal. Nunca fui sequestrado, mas não tenho dúvida de que é. Estar num carro com pessoas com fuzis automáticos ameaçando te matar é uma situação de terror. Se não houvesse ação deliberada da universidade junto à Secretaria de Segurança, seria pior. No contexto do Rio, estamos numa situação muito privilegiada, mas em nenhuma hipótese aceitável. CANECÃO Na sua gestão, o Canecão vai ser reaberto? Na minha gestão, vamos dar um encaminhamento objetivo para a solução do problema. É muito difícil. A legislação de zoneamento urbano do Rio não permite a existência de um Canecão. Estamos trabalhando com a Câmara dos Vereadores para fazer a alteração... O zoneamento não permite nenhuma atividade de espetáculo, show, teatro, naquela área. Como então o Canecão funcionava antes? Como funciona muita coisa. Como funcionava a boate Kiss? Aquilo ali (o Canecão) é uma boate Kiss. Se pegar fogo ali... Temos estudos técnicos que provam isso. Tem que ser outra coisa. Queremos fazer um centro cultural da UFRJ. Temos já desenhos sobre isso. Esse espaço cultural vai exigir uma forma de uso econômico. Cobrar ingresso? Não cobrar ingresso apenas. Precisamos de dinheiro de investimento. Tem que ter algum tipo de cessão da área. A complexidade é que não queremos que o espaço cultural seja compartilhado com o capitalista. Queremos que o espaço cultural seja da UFRJ. Professor, é muito projeto para um último ano de mandato.... Não vamos concluir a construção no meu mandato. Mas acreditamos que, aprovado pelo Conselho Universitário, isso vai ficar como um patrimônio para o futuro da UFRJ. PATRIMÔNIO Há desvalorização do patrimônio da UFRJ por problemas de manutenção? Se você entrar no CCS e em vários lugares da UFRJ, você vai encontrar a fiação original. Como pode? Nunca houve reforma. Eu coloco muito esse tema na Andifes. No orçamento, tem que ter uma rubrica da depreciação do patrimônio. Nunca foi feita reforma estrutural em prédio algum desta instituição. HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Quando acaba a intervenção no hospital? Quando haverá eleição? Só haverá processo eleitoral quando gargalos de funcionamento forem equacionados. Primeiro, concluir o dimensionamento de pessoal. É um trabalho muito difícil. Segundo, reequacionar o funcionamento dos fluxos internos: setor de compras, setor de almoxarifado... O ex-diretor ficou três anos e não fez isso? Não é necessário fazer considerações específicas sobre este processo, mas tivemos de fazer uma intervenção. O hospital frequentemente parava porque não tinha soro fisiológico, não tinha luva. O hospital tem orçamento do Fundo Nacional de Saúde, da UFRJ, de R$ 90 milhões. Não estou dizendo que é suficiente. Mas não pode faltar luva, soro, analgésico. E a questão de pessoal? Há denúncias de profissionais que descumprem a jornada... Tem que haver repactuação geral das relações de trabalho, uma exigência ética, muito mais do que do Tribunal de Contas, que também está nos exigindo o controle. E, nesse caso, nós não temos divergência em relação ao TCU de que o planejamento da força de trabalho tem que se dar de tal maneira que as pessoas cumpram com os seus contratos de trabalho, respeitando o dinamismo que tem na universidade. CONHECIMENTO O que o senhor não conhecia da UFRJ e que passou a conhecer? Eu não conhecia o cotidiano do campo das tecnologias. Eu conhecia o debate academicamente, mas pude conhecer os detalhes... Pude conhecer melhor o Parque Tecnológico, o hospital...É muito emocionante, impactante, a experiência de ser reitor e ver a relevância da nossa instituição, com valores da esquerda. O que é produção de conhecimento de esquerda em tecnologia e biociências? Com horizontes compartilhados pela esquerda. Por exemplo, pesquisadores que trabalham a ultraestrutura do vírus. Você dificilmente vai encontrar essa pessoa comentando um assunto “clássico” da esquerda: da igualdade social etc. Mas estas pessoas, quando aconteceram os episódios recorrentes da zika, mergulharam no trabalho científico para responder a um enigma: existe ou não relação entre o vírus da zika e a microcefalia? Isso é um compromisso social dentro da perspectiva da esquerda. Numa visão de mundo da esquerda. Muitas vezes, não percebemos quando estamos fora da reitoria. PARQUE TECNOLÓGICO Seu grupo político tinha uma visão crítica sobre Parque Tecnológico... Nunca critiquei a existência do Parque. Sempre defendi a participação da universidade com a pesquisa e desenvolvimento. Um projeto social de esquerda tem que responder a problemas de energia, cidades, transporte, esgoto. Não tenho uma visão romântica de que vamos viver o mundo do bom selvagem. Interação com o setor produtivo é função da universidade. Vejo com preocupação a tentativa de transformar a universidade num lócus de pesquisa como se fosse um departamento da empresa. Não pode. CURSOS PAGOS O senhor é a favor dos cursos pagos? Sou contra. O senhor é contra uma empresa inscrever empregados em um curso proposto pela universidade, e remunerar docentes e técnicos envolvidos com a oferta deste curso? A universidade tem que oferecer esse curso. Assim como temos que oferecer cursos para secretarias de Educação e Saúde. E sermos remunerados por isso. É importante interagir seja com a Volkswagen, o mercado financeiro, a Saúde. E que o setor que está adquirindo o curso remunere a universidade. Pensávamos que o senhor fosse contra... Sou contra, quando tem fins não acadêmicos. Por exemplo, um curso com objetivo apenas como estratégia para captação de recursos, não seria bom para a universidade. Tem que separar o que é pertinente. Quem diz o que é pertinente, professor? Sempre a unidade acadêmica. Isso é um valor pra mim. A reitoria não define conteúdo para nenhum projeto. AUTONOMIA O que dá para um reitor fazer no contexto em que praticamente não há autonomia? Por mais que o governo retire prerrogativas de autonomia, a universidade tem práticas que são silenciosamente transgressoras. É isso que faz a UFRJ a UFRJ, que faz a USP a USP, que faz a UnB a UnB... A pesquisa foi institucionalizada no país no tempo da ditadura. A universidade foi aprendendo a trabalhar por vias misteriosas. Nas entrelinhas, nos interstícios. Esse aprendizado vai passando de geração em geração. Por mais restrições que existam, o professor em sala de aula é completamente livre. E o Escola Sem Partido e os vetos aos cursos sobre o golpe? Pode ter o Escola sem Partido, podem existir essas iniciativas, mas é seguro que os professores, técnicos e estudantes perseguem a autonomia. Temos que perseverar na busca de um conhecimento epistemologicamente relevante. Isto é uma pulsão da universidade. Mas para isso não precisa ser reitor... Precisa ser reitor, não o Roberto Leher, mas precisamos de reitores que assumam uma postura de coragem. Se o reitor não se posiciona diante de assuntos que afetam a autonomia, se tem medo de retaliação, isto é uma mensagem errada para a comunidade universitária. A autonomia do reitor é discursiva? Não só discursiva. Porque é possível traduzir isso em práticas. Por exemplo, os recursos para a assistência estudantil são, fundamentalmente, do Plano Nacional de Assistência Estudantil. Mas nós aplicamos o dobro. É uma decisão dentro de todas as restrições... É um ato administrativo, mas é um ato político. ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL O momento de penúria de recursos das universidades é nacional... Mas, no Rio, temos especificidades. Numa cidade menor, é possível montar repúblicas de baixo custo... O Rio é a cidade mais cara do país. Isso dificulta a vida dos estudantes que são da classe trabalhadora mais explorada. Me angustia trabalhar uma assistência estudantil em que grande parte dos estudantes têm renda per capita familiar de R$ 320. É muita pauperização. Antes não era pior? Não é pior ter uma universidade sem alunos pobres? Claro. Temos a responsabilidade de lidar com as primeiras gerações da classe trabalhadora que estão na universidade. Um quarto dos estudantes vem de fora do Rio. OBRAS  A UFRJ está cheia de obras paradas. Isso não o incomoda? Sem dúvida. Elas não começaram na minha gestão. O planejamento da infraestrutura foi incompleto na época do Reuni. Num certo sentido, tinha como pressuposto a permanência de governos que apoiariam a expansão da universidade. O Reuni sinalizava que as verbas iam de 2007 a 2012. O que será feito com esses esqueletos? Logo que assumimos, fizemos o levantamento de cada obra. Discutimos com o MEC um plano de dois ou três anos para cobrir esse passivo. Infelizmente, o plano não encontrou suporte. Nunca foi apoiado pelo ministério. Quais obras serão concluídas? A Física, o alojamento baixinho do Fundão... A UFRJ está há mais de 15 anos para fazer aquele prédio da Física. Agora, está em fase final. Fechamos a empena do hospital, temos feito as subestações de energia do CT, do CCS. Vamos concluir a mudança para o polo de Caxias, em Santa Cruz da Serra. ESTATUINTE E o Congresso Universitário? Será este ano. Queremos fazer separado do processo de sucessão da universidade. Nossa expectativa é que o Congresso seja um momento de livre autorreflexão da universidade. Ele terá função de Estatuinte? Não. O Congresso é um acúmulo de reflexões. Delas, podem surgir, no futuro, mudanças estatutárias. ELEIÇÕES PARA REITOR O senhor é candidato à reeleição? É um debate que não fizemos na equipe. Primeiro, porque nós entendemos que uma antecipação desse debate não atende aos interesses da UFRJ no contexto em que estamos vivendo. O senhor gostaria de ser reitor de novo? Eu gosto do trabalho de ser reitor, conforme lhe disse. Entendo que o trabalho é muito importante para a sociedade brasileira. Mas isso não é um projeto de vida. Sou professor. Tit. Reduzido: Roberto Leher: "Precisamos de reitores com coragem"   Tag exclusivo   Resumo: Em entrevista exclusiva, Leher definiu-se como gestor de esquerda e desconversou sobre reeleição _ mas sua agenda não cabe em doze meses. Ele relativizou a posição sobre cursos pagos e prometeu começar a reabertura do Canecão.

O velório do mestre será realizado nesta quinta-feira, 17 de maio, no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, a partir das 10h. A cerimônia de cremação terá início às 16h Larissa Caetano (estudante da ECO e estagiária) A UFRJ está de luto. Morreu na manhã desta quarta-feira o professor Alberto Luiz Galvão Coimbra, fundador da Coppe, aos 94 anos. O engenheiro foi responsável pelo primeiro curso de pós-graduação de engenharia química no Brasil, que deu origem ao Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), posteriormente batizado com seu nome. Nascido no Rio de Janeiro, no bairro de Botafogo, em 1923, Alberto Luiz Coimbra cursou Química Industrial na Escola Nacional de Química, da Universidade do Brasil, atual UFRJ. Recomendado pelo professor Athos da Silveira Ramos, conseguiu uma bolsa de mestrado na Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos. Na volta ao Brasil, casou-se com a estilista Betty Quadros e lecionou na Faculdade de Engenharia Industrial, em São Paulo. Retornou ao Rio de Janeiro, em 1953, para dar aula no Instituto de Química da Universidade do Brasil. Coimbra acreditava na evolução universitária do país. Ele viajou para os Estados Unidos, em 1960, com o objetivo de entender a estrutura acadêmica americana e implementá-la no Brasil. Nesse momento, ser professor universitário no país era uma atividade extra e, para ele, a instauração da dedicação exclusiva era necessária para transformar a situação do magistério. Logo em seguida, Coimbra criou o curso de Pós-Graduação em Engenharia Química, que foi o princípio da Coppe. Em 2018, o instituto comemora 55 anos e o título de maior centro de ensino e pesquisa da América Latina em Engenharia. O velório do mestre será realizado nesta quinta-feira, 17 de maio, no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, a partir das 10h. A cerimônia de cremação terá início às 16h.  

Um casal de professores do Instituto de Farmácia foi vítima de um sequestro-relâmpago na última sexta-feira, 18 de maio. Um casal de professores do Instituto de Farmácia foi vítima de um sequestro-relâmpago na última sexta-feira, 18 de maio. Eles foram rendidos quando chegavam para trabalhar e ficaram 11 nas mãos dos bandidos, enquanto o grupo sacava R$ 38 mil com os cartões de crédito e débito. Os professores estacionavam no prédio do CCS quando foram rendidos por homens encapuzados e obrigados a seguir com os assaltantes. A quadrilha levou o carro, computadores e telefones. No fim de semana, os professores enviaram um relato de desabafo para grupos da UFRJ. Eis o e-mail que eles escreveram relatando a tragédia: Queridos colegas, Gostaríamos de fazer um relato e um desabafo. Fomos sequestrados sexta-feira as 11h no retorno da Av. Carlos Chagas Filho, próximo à Bio Rio. Fomos abordados por 3 indivíduos armados que nos jogaram num carro e nos encapuzaram e levaram nosso carro. Fomos obrigados a fornecer todos os nossos dados bancários e perdemos nossos computadores, celulares, documentos e demais pertences. A perversidade da ação foi tal que fomos mantidos reféns por 9h (nove horas!) encapuzados, no banco traseiro de um carro com uma arma apontada para nós. Neste dia, tínhamos muitos experimentos em curso nos laboratórios. Então, nos programamos para pegar nosso filho de 7 anos na escola as 14h e levá-lo para o lab para que pudéssemos fazer tudo o que precisávamos. Só que estávamos no cativeiro neste horário! A escola tentou nos contactar por celular, não os tínhamos! Por telefone fixo, não temos telefone fixo nos laboratórios!Dispensamos o transporte escolar e nossa funcionária de casa mais cedo devido nossa mudança de planos de ficar com nosso filho conosco no Fundão. Resultado: a escola tentou por 3h nos contactar e, então, decidiu entrar em contato com nossa família. Nosso filho saiu da escola as 18h, 4h de espera por alguém para ir buscá-lo. Fomos libertados as 22h em Belford Roxo sem dinheiro ou celular. Nesse tempo, não tínhamos ideia do que teria sido feito de nosso filho. Por sorte, conseguimos a ajuda de alguém que nos emprestou o celular para saber o paradeiro do Luigi e nos levou até um ponto de taxi. Encontramos nossa família as 24h, desesperados. Nos procuraram em hospitais, IML e, junto com nossos alunos dos laboratórios, foram à polícia, delegacia e etc. Resumindo, estamos todos profundamente abalados e com sequelas psicológicas que não sabemos quando serão cicatrizadas. Estamos nos perguntando o que está acontecendo? Todos sabemos que estes assaltos no Fundão são diários. Cadê a ação da Reitoria? Da Prefeitura Universidade? Cadê a gestão e atenção com os funcionários desta casa que tanto se esforçam para fazer da UFRJ uma universidade de excelência? Quantos mais terão que passar por esse trauma desumano? Ouvir dos bandidos que nossa patrulha de vigilância é inútil e que mais 2 “equipes” estavam no Fundão para fazer a mesma abordagem em outras vítimas é vergonhoso! E assustador! Nós somente gostaríamos de poder fazer o nosso trabalho! Aquilo que amamos! Mas precisamos estar protegidos na hora de chegar e sair! E durante nosso dia também nos nossos prédios! É pedir muito um telefone fixo? Câmeras funcionando para monitoramento? 2-3 carros de vigilantes para coibir estas ações???? Honestamente, não conseguimos imaginar como continuar desta maneira. Fazemos também nossa mea culpa, pois quando ouvimos outros relatos de tragédias similares, comentamos entre nós e com colegas, mandamos mensagens de solidariedade... mas acreditem, isso não basta! Agora, podemos dizer que é preciso cessar com isso! A mudança é urgente!!! É preciso cobrar uma solução para esse absurdo diário! Queremos dignidade! Temos esse direito! Patricia Zancan e Mauro Sola-Penna     A Reitoria soltou nota oficial lamentando o caso e informando que teve reunião sobre os sequestros com a Secretaria de Segurança do Rio. A promessa foi reforçar o policiamento nas vias. A nota informa que a UFRJ vai aderir ao Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis), aumentando o número de carros da PM na Cidade Universitária. O contrato será pago pela Petrobras. Segundo a nota, o programa está "em vias de implementação". Na próxima quarta-feira, a Prefeitura da UFRJ terá reunião com a Divisão Antissequestro da Polícia Civil.  

Gabriel Nacif (Estudante da ECO e estagiário da Adufrj) Morreu na madrugada desta quarta-feira, em Lisboa, Fernando José Cardim de Carvalho, professor emérito do Instituto de Economia da UFRJ. Cardim era referência em pesquisas na área de pós-keynesianismo no Brasil e no exterior. Foi idealizador e fundador da Associação Keynesiana Brasileira, que organiza congressos e tem uma participação ativa nas discussões de política econômica no Brasil. O economista tinha 65 anos e lutava contra um câncer. Fábio Neves Perácio de Freitas, professor do Instituto de Economia, lamentou a morte: “É uma perda muito grande. Foi um dos professores que contribuíram para a reformulação do programa de pós-graduação em economia, no campo da teoria macroeconômica, e foi o responsável pelo curso de macroeconomia obrigatório, durante anos”. Fábio de Freitas, atual coordenador do curso, contou que a forma como Cardim o estruturou é a mesma até hoje. O professor destacou que Fernando Cardim foi um dos grandes pesquisadores da economia pós-keynesiana, ligada à contribuição do economista inglês John Maynard Keynes. “Ele é certamente uma das maiores autoridades dessa linha de pesquisa no Brasil e internacionalmente.” Perácio completou: “Foi um formador de vários pesquisadores na área e de um grupo de pesquisa bastante produtivo, com produção em livros e periódicos muito importantes”. O fato de morar em Portugal não impediu que Cardim continuasse envolvido com o Instituto de Economia da UFRJ. “Ele manteve orientações de pós-graduação até bem recentemente, já no período de doença e mesmo estando à distância”, afirmou Fábio de Freitas. “Quando vinha ao Brasil, sempre dava palestras na UFRJ e mantinha contato com nossos pesquisadores”. Fernando José Cardim de Carvalho formou-se em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), em 1975. Tornou-se mestre em Ciência Econômica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 1978. Concluiu o doutorado em Economia pela Rutgers, Universidade Estadual de New Jersey, nos Estados Unidos, em 1986. A cerimônia de cremação acontecerá amanhã (17), às 17h, no Centro Funerário de Cascais, na Rua Cascais, em Alcabideche, distrito de Lisboa.

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