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07WEB menor1135Presidente da AdUFRJ, Eleonora Ziller, no CR virtualHoras a fio em frente a uma tela de computador, gastos extras em casa e uma inesperada exposição via internet. A diretoria da AdUFRJ prepara um documento sobre o trabalho remoto docente, uma situação que deve piorar com a retomada institucional das aulas na graduação. O objetivo é discutir um conjunto de medidas para preservar os direitos dos docentes.
“Estamos investindo nosso dinheiro nas condições técnicas para dar aula”, afirma a presidente da AdUFRJ, professora Eleonora Ziller. “São gastos com luz, internet e equipamentos”.  
O sindicato também vai reivindicar da instituição o suporte tecnológico para utilização dos programas necessários às atividades didáticas. “Uma grande parte dos professores não está habituada nem pratica o ensino a distânca”, completa.
Outra preocupação é com a saúde dos docentes no ambiente doméstico, onde uma simples cadeira inadequada pode causar enormes danos à coluna. “Além de problemas com lesão por esforço repetitivo e visão, por exemplo. O professor não pode ultrapassar uma determinada carga de horas por dia em frente a uma tela”, observa Eleonora.
Um ponto polêmico será a gravação das aulas. Especialistas em educação a distância recomendam o recurso para favorecer a inclusão dos estudantes, que podem não conseguir uma conexão estável no momento de uma atividade em tempo real. Mas, ao mesmo tempo, a medida pode também colocar em risco os professores. “Vamos solicitar da universidade protocolos para atuar”. Eleonora acentua ainda a diferença entre se relacionar com os alunos em tempo real e a preparação de uma aula gravada. “Precisamos ter noções de gravação, de edição. É muito mais complicada”.
A AdUFRJ também pretende ouvir professores de diferentes áreas do conhecimento para identificar os problemas específicos de cada curso diante do ensino remoto. Está sendo avaliada a realização de uma plenária virtual no dia 13. No dia 16, uma reunião do Conselho de Representantes, com a presença de representantes do DCE e da Associação de Pós-graduandos, avalia os resultados da discussão.

CONSELHO DE
REPRESENTANTES
A reunião do Conselho de Representantes da AdUFRJ na segunda-feira, dia 29, mostrou como o tema do ensino remoto é polêmico.
João Torres, do Instituto de Física, registrou que a palavra-chave do momento é “emergência”. “Não será de excelente qualidade, mas temos de fazer o ensino remoto”. João observou que o papel do sindicato é representar de forma fiel os professores. E, de acordo com uma pesquisa feita pela reitoria e divulgada no Jornal da AdUFRJ, eles já se manifestaram, em sua maioria, a favor do ensino a distância.
Rodrigo Volcan, do Instituto de Química, manifestou que os problemas do trabalho docente são muito agravados durante  a pandemia e cobrou mais discussão na universidade sobre o ensino remoto.  “Como vamos dar aulas práticas? Meu departamento só tem uma disciplina que é teórica. As demais são teórico-experimentais. Precisamos amadurecer mais este debate”, disse.
Diretor da AdUFRJ, o professor Felipe Rosa tratou da inclusão dos estudantes no ensino remoto. “Temos que incluir todos, mas pouco se fala sobre os que estão sendo excluídos agora. Eu já perdi alunos do curso. Devemos estar perdendo dezenas de alunos todas as semanas. Se a gente ficar seis meses sem nenhuma atividade didática, essa conta vai chegar aos milhares”, disse.

RETOMADA GRADUAL
A reunião contou com a presença do pró-reitor de Planejamento da UFRJ, Eduardo Raupp. O professor, que coordena o GT pós-pandemia da universidade, foi convidado pela diretoria da AdUFRJ para explicar as cinco fases de retomada gradual das atividades e os respectivos condicionantes, conforme já antecipado pelo Jornal da AdUFRJ. “Queremos identificar demandas. Quais serão os desafios de um retorno? Como organizar isso?”, disse.
O dirigente deixou claro que uma ampliação das atividades presenciais depende de uma combinação de requisitos institucionais e requisitos epidemiológicos. Ou seja, não basta que ocorra uma diminuição dos índices de contaminação pelo novo coronavírus, no estado. A universidade precisa oferecer as condições mínimas para o retorno. E vice-versa. “As datas são prognósticos. Indicamos prazos bem longos”, observou, em referência à previsão  de início gradual de aulas pr   esenciais na graduação e na pós-graduação com rodízio e ensino híbrido, entre outubro e dezembro. “O mais importante são os requisitos”, enfatizou.
Questionado sobre o que a administração pensa em relação ao retorno das atividades do Colégio de Aplicação, Raupp disse que haverá um encontro específico do grupo de trabalho para avaliar o assunto. “Em qualquer unidade, a prioridade é assegurar a saúde . Não vamos fazer nada açodado”, respondeu.
Os conselheiros também manifestaram preocupação com a capacidade orçamentária  da UFRJ de dar conta das novas demandas tecnológicas e de adaptação da infraestrutura, diante dos cortes governamentais dos últimos anos. O pró-reitor informou que há possibilidade de uso da verba do Plano Nacional de Assistência Estudantil  e de uma pequena margem do orçamento discricionário. “Mas não resolvemos esses problemas sem políticas públicas. Uma universidade não dá conta disso sozinha”, disse. Dois dias depois, finalmente o MEC anunciou alguma forma de apoio às universidades.

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