A universidade hoje conta com 621 professores temporários, sendo 167 no Centro de Ciências da Saúde, segundo a reitoria. “Embora seja um vínculo transitório, dois anos é tempo suficiente para ter garantida uma participação adequada na vida da universidade”, destacou a presidente da Adufrj, professora Eleonora Ziller, durante o encontro. “Por um lado, sabemos que há uma precariedade; por outro, a universidade representa também uma experiência profissional incrível”, concluiu.
Mais de vinte professores, participaram da reunião com a Adufrj. A maioria defendeu mais planejamento e transparência dos processos seletivos. O encontro atraiu representantes de 13 unidades da UFRJ de diveros cursos. O contraste entre os reduzidos direitos e o excesso de cobranças concentrou as críticas dos substitutos. Uma comissão foi formada para esboçar uma proposta de agenda de discussões para 2020.
Bruna Brasil terminou o mestrado em julho. Em setembro, começou a dar aulas como professora substituta na Faculdade de Letras. Como o aspecto mais positivo, destaca a experiência com alunos e colegas. De negativo, cita a falta de reconhecimento: “O professor substituto tem uma cobrança muito grande, mas sem ter talvez o mesmo respeito que o professor efetivo. Isso tanto pelos alunos quanto pela instituição”, lamentou.
“Meu contrato coincidiu com o início do semestre letivo, como se eu não tivesse que preparar as aulas”, criticou Rafael de Almeida Semêdo, também da Faculdade de Letras. Já Nobu Chinen, da ECO, destaca a importância de fazer pesquisas. “Na universidade pública, temos muito mais respaldo para desenvolver pesquisas”, diz o docente, com formação em publicidade e longa trajetória profissional.
“Essa reunião foi muito positiva porque houve uma integração, uma troca de saberes e um consenso nas demandas dos docentes”, avalia a diretora da AdUFRJ, Christine Ruta. “Estamos preparando um seminário com e para os substitutos”.