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IMG 2206bProfessores Paulo Vivacqua e Carlos Cosenza - Foto: Kelvin MeloNão é mais seguro afirmar que o estudante formado em Engenharia sai empregado da universidade. Somente entre 2015 e 2017, o Sindicato dos Engenheiros da Bahia (Senge) homologou 1,4 mil demissões. No Rio, a Cedae mandou embora 30 engenheiros em março. Já a General Motors demitiu 185 engenheiros de uma só vez no estado de São Paulo, mês passado. Os problemas do setor foram tema de um debate promovido dia 23 pela decania do Centro de Tecnologia.

Paulo Augusto Vivacqua, professor emérito da Universidade Federal do Espírito Santo e presidente emérito da Academia Nacional de Engenharia, atribuiu parte da crise aos governos que privatizaram empresas estratégicas. Deu o exemplo da venda da Vale, no governo de Fernando Henrique Cardoso. E mostrou preocupação com o futuro da Petrobras. “Temos de usar a nossa riqueza em benefício do país; não em benefício dos outros países, como vem ocorrendo. A privatização afeta nossa soberania, economia e segurança. A correlação com a engenharia é direta”, disse. “Estão vendendo o petróleo para pagar continhas do governo. Isso é um absurdo. É vender a galinha que bota os ovos de ouro”, completou.

Vivacqua apontou a necessidade de os especialistas das universidades de todo o país – não só engenheiros – se reunirem no que chamou de “mesa de integração”. O objetivo seria apresentar soluções dos problemas nacionais para os governos e empresas. O reforço da navegação de cabotagem é uma das propostas do engenheiro, já que 92% da população e 89% do PIB se espalham por uma faixa não muito distante da costa. “Reduz custos com frete, manutenção de rodovias, diminui a poluição”, afirmou

Carlos Alberto Nunes Cosenza, professor Titular da Coppe, mostrou receio com a proposta de Estado Mínimo em curso no governo Bolsonaro. “A saída para a crise seriam grandes investimentos em infraestrutura. Mas empresas não vão investir. Num país continental como o nosso, a participação do Estado é fundamental”, observou.

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