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IMG 3170Mayra Goulart - foto: Alessandro CostaAs entidades representativas da UFRJ — AdUFRJ, APG, DCE, Sintufrj e ATTUFRJ — realizaram, na segunda-feira (10), um ato em defesa da Educação e da Ciência. A atividade ocorreu na escadaria do Centro de Ciências da Saúde, na Cidade Universitária. A vice-presidente da AdUFRJ, professora Mayra Goulart, destacou a importância de conseguir votos para Lula neste momento. "Converse com essas pessoas que vão votar em Bolsonaro que o que está em jogo é o Estado brasileiro", disse.

WhatsApp Image 2022 10 10 at 08.02.48 4PROTESTO de estudantes diante da reitoria da UFBA em Salvador foi decisivo para o recuo do governoO governo sentiu a pressão da comunidade acadêmica. Apenas dois dias após cortar R$ 328,5 milhões das instituições, com base em decreto do dia 30/9, o ministro da Educação anunciou a devolução dos recursos.
Na tarde desta sexta-feira (7), um envergonhado ministro Victor Godoy, que antes acusava reitores de exploração política do caso, foi ao Twitter divulgar a liberação do dinheiro. A tão alardeada “responsabilidade fiscal”, justificativa dos cortes, teria sido mantida sem problemas, como num passe de mágica.
“Vejo como uma vitória política das universidades. Da Andifes, do movimento sindical de docentes e técnicos e dos estudantes. O governo reconhece que havia retirado o orçamento e a nossa movimentação demonstrou como isto inviabilizaria as atividades”, afirmou o pró-reitor de Finanças da UFRJ, professor Eduardo Raupp.
Só na maior federal do país, que enfrenta grave crise financeira, a medida representaria menos R$ 18 milhões para o pagamento de serviços básicos de funcionamento, como limpeza e vigilância. “Se não fosse revertido, não conseguiríamos pagar as contas de setembro e parte de outubro como tínhamos planejado”, informou Raupp. Tirando o (pouco) dinheiro para investimentos e algumas verbas “carimbadas” — ou seja, com destinação específica —, a UFRJ teria apenas R$ 600 mil para despesas de custeio.
A norma do governo impedia a movimentação dos recursos até o fim de novembro “em observância à Lei de Responsabilidade Fiscal”, segundo nota de esclarecimento divulgada pelo Ministério de Educação. Dizia ainda que os valores seriam restabelecidos a partir de 1º de dezembro. Mas poderia ser tarde demais para a UFRJ, que conta com cada centavo para chegar até o fim do ano funcionando.
“É como se a gente estivesse no respirador artificial e o governo mandasse desligar e só religar em dezembro”, comparou Raupp. No fim do primeiro semestre, a universidade já tinha sofrido um corte de R$ 23 milhões. O dinheiro não foi devolvido.
Há pouca margem para ajustes internos. Em setembro, a universidade já tinha conseguido negociar a suspensão dos pagamentos para Light e Águas do Rio, que somam R$ 6,5 milhões mensais, em média. Mas a moratória só garante um pouco mais de fôlego para as demais contas.

CAOS
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) chamou a imprensa para denunciar a gravidade da situação na quinta-feira (6).
O governo afirmava que, mesmo considerando a limitação temporária de empenhos, o orçamento disponível para as universidades este ano é maior do que o de 2021. Mas tudo não passa de um jogo com os números que desconsidera a corrosão inflacionária. “As verbas discricionárias têm caído desde 2016”, esclareceu o presidente da Andifes, Ricardo Fonseca, que é reitor da Universidade Federal do Paraná.
Em função da pandemia e da migração de aulas e serviços administrativos para o remoto, as instituições conseguiram sobreviver em 2020 e 2021. Este ano, com o retorno presencial amplo, a economia de recursos não é mais possível. A Andifes cobra, no mínimo, o orçamento de 2019 — o último ano inteiramente presencial, antes da pandemia —, corrigido pela inflação. “Começamos 2022 numa situação de tremenda preocupação com o orçamento aprovado no final do ano passado pelo Congresso”, disse o reitor da UFPR.
Ricardo Fonseca também respondeu a críticas do MEC de que as informações sobre o bloqueio estariam sendo deturpadas. A nota do ministério cita que há “exploração política desse caso por parte de algumas pessoas e instituições”. “Se o ministro se refere à política partidária, aí respeitosamente tenho que discordar. Estamos fazendo o que faríamos em qualquer período. O que estamos fazendo neste momento é pedir socorro pelas universidades para que haja, aí sim, uma política estabelecida para o ensino superior”, completou o presidente da Andifes.
Ricardo Fonseca esclareceu também que a mensagem recebida pelo sistema do governo falava em “perspectiva” de retomada dos recursos em 1º de dezembro. “A incerteza torna a situação ainda mais caótica. Temos compromissos durante este período”. E acrescentou: “Contingenciamentos existem todos os anos, em todos os governos. O que não é comum na execução orçamentária é termos um decreto de contingenciamento nesta fase do ano”, reforçou o dirigente.
E havia mais um problema. O governo estabeleceu um prazo-limite para o empenho das universidades: 9 de dezembro. “Se estes valores forem restituídos no dia 1º, operacionalmente será um imenso desafio para todas as universidades fazerem seus empenhos em pouco mais de uma semana”, criticou.
O uso de receitas arrecadadas pelas universidades com aluguéis de seus terrenos e prédios poderia ajudar neste momento. Mas este caminho também está fechado pelo governo, que impõe limites em cada instituição. “A maioria arrecada, mas não pode gastar. Porque existe sempre este teto orçamentário. Mas o financiamento público continua sendo estratégico, necessário e prioritário”, frisou Ricardo. A UFRJ possui R$ 15 milhões de superávit nesta rubrica.

311347203 475854434588317 3959515379591965877 nProfessores, estudantes e técnicos da UFRJ estarão na Quinta da Boa Vista, no sábado, dia 8, para protestar contra mais um corte no orçamento da universidade. A UFRJ perdeu R$ 18 milhões em decreto assinado às vésperas da eleição. É o momento de mostrar para a população os prejuízos gerados por um governo que despreza a educação pública. E dialogar para eleger Lula, que tem uma história de comprometimento com o conhecimento.

WhatsApp Image 2022 10 10 at 08.02.47Alexandre Medeiros e Ana Beatriz Magno

Faltou “só um tiquinho”. Mas faltou. Logo que confirmado o segundo turno, os primeiros momentos foram de abatimento para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que esperava liquidar a fatura em 2 de outubro, e de euforia para o QG de Jair Bolsonaro (PL), que conseguiu levar o jogo para a prorrogação. Agora, em ambos os lados, é tempo de ampliar apoios e montar estratégias. Para o time de Lula, a tarefa é reduzir a abstenção, manter a votação obtida no primeiro turno e conquistar novos votos, sobretudo em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Para a equipe de Bolsonaro cabe a hercúlea missão de tirar uma vantagem de seis milhões de votos e reduzir uma rejeição ao presidente que parece inabalável, principalmente no Nordeste. Não será fácil para nenhum dos dois.
“O excelente desempenho de Bolsonaro no primeiro turno evidencia um enraizamento do pensamento conservador no tecido social brasileiro. Não será fácil para Lula manter a dianteira. Ele terá que manter seu índice e reforçar sua posição no Nordeste, intensificar sua atuação nas regiões Norte e Centro-Oeste, tentar crescer um pouco na Região Sul e, ao mesmo tempo, ir para uma batalha de vida ou morte em São Paulo, Minas e Rio. A eleição não está definida. A equipe de Lula tem que se preocupar com novas formas de chegar ao eleitor, sobretudo nos meios digitais, nas redes de contágio de WhatsApp e Telegram, onde a campanha de Bolsonaro tem muita densidade”, avalia o sociólogo e cientista político Paulo Baía, professor do IFCS/UFRJ.
Para a cientista política Mayra Goulart, professora do IFCS e vice-presidente da AdUFRJ, os seis milhões de votos de vantagem obtidos por Lula devem servir de combustível à militância para ir às ruas. “Estamos diante de um candidato no poder, que tem a máquina, o que por si só é uma vantagem imensa. E ele se movimentou de maneira inédita, fez políticas radicalmente eleitoreiras, com o objetivo de criar uma política econômica artificial que melhorasse a avaliação do seu governo. Isso teve resultados, a um preço absurdo, que nós vamos pagar durante muitos anos. Mas, mesmo assim, não foi o resultado esperado pelo governo. Lula teve muitos votos, mesmo numa situação muito adversa”, diz Mayra, para quem a mobilização dos movimentos sociais é fundamental para a vitória do petista.

ESTRATÉGIAS
Os primeiros dias de campanha no segundo turno foram dedicados à costura de apoios em ambos os lados. De acordo com uma fonte da campanha de Bolsonaro, o apoio das máquinas estaduais será fundamental para ampliar a vantagem do candidato no Rio e em São Paulo e superar o petista em Minas. “Cláudio Castro vai cair de cabeça na Baixada e no interior fluminense, acreditamos que o presidente vai aumentar sua vantagem sobre Lula no Rio”, diz a fonte.
A campanha de Lula vai centrar fogo no Rio na Baixada, em São Gonçalo e na Zona Oeste da capital. “O prefeito Eduardo Paes será muito importante na Zona Oeste, colocando sua base de vereadores para ir a campo. Rodrigo Neves — candidato derrotado do PDT ao governo do Rio — está entrando com a força que tem em Niterói e em São Gonçalo. Temos boas conversas em andamento com dois importantes prefeitos da Baixada, o Rogério Lisboa (PP), de Nova Iguaçu, e o Waguinho (União Brasil), de Belford Roxo, há uma boa perspectiva de se juntarem a nós. Assim como o deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade), que tem boa penetração em Caxias”, revela Tiago Santana, presidente do PT no Rio de Janeiro. Lula estará no Rio no próximo dia 11, véspera do dia da padroeira do Brasil, em agenda ainda não definida, mas que incluirá um dos três territórios prioritários: Baixada, São Gonçalo e Zona Oeste.
Um integrante do comando de campanha do PT garante que, em São Paulo, Lula dará especial atenção ao interior do estado. “Ele não foi ao interior no primeiro turno, foi um erro. Já temos uma viagem programada para Campinas”, revela esse dirigente. Segundo ele, no Nordeste a ideia é fazer uma rede de proteção aos votos já obtidos, explorando, sobretudo, a xenofobia de Bolsonaro em relação aos nordestinos, reforçada na live do presidente desta quinta-feira (6), em que ele associou a boa votação de Lula na região ao analfabetismo.
Para a deputada federal reeleita Jandira Feghali (PCdoB-RJ), há que se ter um olhar especial para a abstenção. “O estado do Rio de Janeiro foi dos que tiveram a maior abstenção, e a capital também. E temos condições de ampliar a votação no Rio. Inclusive ampliação ao centro, buscando prefeitos do interior do estado. É fundamental uma intensa mobilização, com agenda nos territórios, nos bairros, nas periferias, com as propostas concretas de Lula para melhorar a vida do povo. E mostrar os riscos de uma reeleição de Bolsonaro, é preciso mostrar isso também, para ampliar a rejeição a ele”, acredita a deputada.
A busca pelo eleitorado de centro também é uma preocupação das duas campanhas. “Eu acho mais fácil o Lula fazer esse movimento em direção à direita do que o contrário, porque ele é uma figura muito mais maleável que o Bolsonaro”, afirma o cientista político Carlos Alberto Almeida, professor da UFF. Ele acredita que Lula pode conquistar mais votos se apostar agora em temáticas não tão exploradas no primeiro turno: “Eu acho que o Lula pode vir a enfatizar mais o tema econômico e o do meio ambiente. Ele pode mobilizar apoiadores importantes, como a Marina Silva”.
Já para o cientista político Fernando Meireles, professor da USP, a disputa por espaços territoriais será acirrada. “Bolsonaro perdeu espaço em praticamente todas as capitais e nas cidades maiores, mas cresceu no interior. Para ele, o esforço no segundo turno vai ser direcionado para esses grandes centros. No caso do Lula, o grande foco de atenção precisa ser o Nordeste, principalmente no interior, onde o Bolsonaro melhorou. É um lugar em que o PT historicamente sempre foi bem, então vai ser um grande desafio”, analisa.
Para Elisa Guaraná, professora de Ciências Sociais da UFRRJ e presidente da AdUR, Bolsonaro deve reforçar uma estratégia que se mostrou eficaz até aqui. “Ele está o tempo todo trabalhando em dois pilares: a corrupção e o tema de valores. E isso funcionou para o primeiro turno, para que ele tivesse esse fôlego muito maior do que as pesquisas estavam apontando”, esclarece.
Por outro lado, Elisa percebe um resgate do público evangélico para a campanha de Lula, e que isso tem um efeito importante: “Voltou-se ao patamar de 2014. Há um esforço muito grande de trabalhar dentro dos espaços da igreja evangélica, com pastores e pastoras. O caminho é os próprios religiosos falarem com as pessoas, em um diálogo direto”.
Pelo lado do PT, isso já vem sendo feito. Deputado federal eleito, Reimont (PT-RJ) diz que a temática religiosa é um dos focos. “No segmento religioso, há uma possibilidade real de ampliarmos nossa votação, pois há muita mentira circulando. Tenho trabalhado nesse tema no meio religioso. Já fizemos uma reunião com padres em Manguinhos para traçar estratégias. E temos reuniões agendadas com evangélicos e com outras matrizes. Pretendemos fazer um grande encontro com todos. Estamos também mobilizando diversas lideranças religiosas para fazer lives nas redes e desfazer as mentiras que estão sendo veiculadas, como a perseguição a padres, a perseguição a igrejas evangélicas”, informa Reimont. “Estou bem animado, acho que vamos vencer as eleições”, completa.
Assim seja

WhatsApp Image 2022 10 06 at 16.18.13ATUALIZAÇÃO: em função da chuva, o ato marcado para esta sexta-feira, no CCS, foi adiado. Em breve, mais informações sobre a nova data

Amanhã, na escadaria do CCS, as entidades representativas da UFRJ — AdUFRJ, APG, DCE, Sintufrj e ATTUFRJ —, que se reúnem no Fórum de Mobilização e Ação Solidária (FORMAS), realizam um ato contra o último confisco do governo Bolsonaro na verba das universidades. Somente na UFRJ, a "tesourada" foi de R$ 18 milhões.

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