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Elisa Monteiro
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O corte de 16,5%, previsto para o orçamento do ano que vem, pode reduzir a pó um esforço gradual da UFRJ para colocar as contas em dia. Segundo a pró-reitoria de Planejamento e Finanças, a universidade deve fechar 2020 com um déficit operacional (anual) na casa dos R$ 20 milhões, contra o saldo negativo de R$ 50 milhões do ano anterior. “O corte fará o déficit explodir novamente, chegando a R$ 75 milhões”, alertou o pró-reitor, professor Eduardo Raupp. A informação foi compartilhada durante a Plenária de Diretores e Decanos do último dia 27.

 “Se em 2021 tivéssemos o mesmo orçamento de 2020, chegaríamos a um déficit de R$ 12 milhões para 2022”, disse Raupp. A projeção da reitoria era de uma dívida ainda menor em 2023, algo em torno de R$ 7 milhões. Renegociações com a Light e a Cedae – grandes credoras da UFRJ – e a otimização da captação de receitas próprias, como aluguéis, foram algumas iniciativas citadas para a redução do passivo.  “O corte orçamentário do ano que vem coloca todo esse esforço a perder”, reforçou Raupp.

Os valores atualizados dos orçamentos de 2011 e de 2012 equivalem ao dobro do atual, com aceleração das perdas a partir de 2016 e sem sinal de recuperação, explicou o pró-reitor. As negociações para secar “gorduras” não foram em vão: “Se não tivéssemos feito ajustes e se tivéssemos arrastado dívidas de dois meses, como vinha se fazendo, provavelmente a universidade estaria insolvente em março ou abril”.

A forma do repasse do orçamento em 2021 também preocupa Raupp. “A proposta orçamentária do governo (PLOA) só libera 44% dos recursos. Os outros 56% dependem da liberação de créditos suplementares do Congresso Nacional”, observou. Na prática, a universidade daria a partida em 2021 com um valor que “não cobre mais do que um terço do ano”. “Em 2020, tivemos um maior clamor de complementação em função da pandemia. Mas não sabemos como ficará”, avaliou. O dirigente disse que a proposta ao Consuni para reorganização e realocação de gastos levará em conta todos esses fatores.

A pró-reitoria de Gestão e Governança anunciou a redução de contratos de limpeza, alimentação e segurança a partir do mês de outubro. Segundo o pró-reitor André Esteves, ao todo, dez contratos foram revistos. Por solicitação das unidades, o pró-reitor esclareceu que “não houve de fato encolhimento das despesas durante a quarentena” em função dos termos de contratos, que não são diretamente vinculados ao consumo real.  A administração disse não descartar a judicialização nos casos de fornecimento de água e luz.

Alguns representantes de unidades manifestaram preocupação com a preservação de patrimônio, especialmente, equipamentos laboratoriais, diante da redução das verbas. Além da manutenção, foram relatados problemas com furtos ou ameaças de furtos. “Nós tivemos três aparelhos de ar-condicionado roubados em outubro. O parque computacional está ali. Se perdermos mais um, cai toda a rede da UFRJ”, relatou Henrique Serdeira, do  Núcleo de Computação Eletrônica (NCE). “Estamos com o mato alto e parcialmente na escuridão de frente para a Washington Luiz”, alertou Daniele Silva sobre o polo Geraldo Cidade (UFRJ Caxias).

A adaptação das instalações da universidade ao cenário pandêmico também foi questionada durante a reunião. “Prevendo um modelo híbrido para 2021, precisamos nos preparar para uma possível volta. E isso é caro. Nós temos um prédio da década de 1970”, argumentou o diretor do Instituto de Química, Claudio Mota. “Com uma vacinação, no horizonte de junho, temos que pensar como trabalhar esse retorno não só acadêmico, mas administrativo”, completou o decano do CCJE, Flávio Martins.

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