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WhatsApp Image 2020 09 26 at 11.50.58Uma das pautas do Conselho Universitário do dia 24 era o calendário para os semestres regulares da UFRJ. O relatório da Comissão de Ensino e Títulos foi favorável às datas definidas, no dia 9, pelo Conselho de Ensino de Graduação. Assim, a CET sugeriu a aprovação das 12 semanas letivas de 2020.1, 2020.2 e 2021.1, com duas semanas de recesso entre os períodos. A bancada estudantil, contrária à proposta, pediu vistas ao processo e suspendeu a discussão do calendário pelo menos até a próxima sessão do colegiado. A previsão é que o Consuni volte a se reunir somente no dia 8 de outubro.
A professora Eleonora Ziller, presidente da AdUFRJ, defendeu que houvesse extensão de uma semana no recesso entre semestres letivos. “Solicitamos que o nosso colegiado máximo considere um ajuste no calendário que foi aprovado pelo CEG, e inclua uma semana a mais no recesso entre 2020.1 e 2020.2, que passaria a ser de 7 a 28 de março, fazendo com que o período letivo de 2020.2 seja de 29 de março a 19 de junho, gerando assim uma pequena modificação na data para o início de 2021.1, que passaria a ser o dia 5 de julho”, diz trecho do recurso encaminhado ao Consuni e que acompanhou parecer sobre férias dos docentes, elaborado pela assessoria jurídica da AdUFRJ. Leia abaixo a íntegra do recurso.
Eleonora reconheceu a dificuldade da discussão, mas afirmou que o pleito é legítimo. “Há uma parte importante dos nossos professores que solicita um espaço maior de intervalo. Pedimos que seja incluída pelo menos mais uma semana de recesso para que possamos ter um tempo maior de preparação entre os períodos, para fazer todos os ajustes necessários e também que nos possibilite alguma margem para tirar, mesmo que de forma parcelada, nossas férias”, justificou.
A bancada técnico-administrativa apresentou um calendário alternativo ao do CEG. A proposta é que 2020.1 seja realizado de 29 de novembro a 26 de março de 2021; 2020.2, de 18 de abril a 23 de julho; e 2021.1, de 16 de agosto até dezembro. “Nossa proposta, conversada com muitos técnicos e também com os estudantes, é a possibilidade de trabalhar com período de 14 semanas, com intervalos de três semanas entre os períodos”, informou Roberto Gambine.
Mas a proposta não agradou a todos. “O CEG tem todas as representações. O colegiado analisou exaustivamente este tema, discutiu profundamente e encontrou a solução possível, que minimiza danos, que leva em conta todo tipo de problema”, rebateu o professor Nelson Braga, Titular do Instituto de Física. “Não faz sentido adiar esta decisão, não faz sentido mudar uma decisão tomada com tanto cuidado e seriedade”.
“Precisamos lembrar das datas do SiSU e outras questões administrativas que são importantes para a nossa universidade”, complementou a professora Cássia Turci, decana do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza. “Estamos tentando fazer o que é possível neste momento”, afirmou.
O professor Sérgio Jorás, representante do CCMN, pediu atenção aos critérios que serão definidos em relação, principalmente, a 2020.1. “Alunos que não conseguiram vaga em alguma disciplina no PLE podem ficar prejudicados. Acredito que seja importante dar prioridade a formandos que não puderam exercer o PLE, já que o período é opcional”, destacou. “É preciso discutir essas questões para não gerarmos deformidades nos próximos períodos”.
Representando o Sintufrj, Damires dos Santos expressou a “angústia dos técnicos” que atuam nas coordenações de unidade e de curso. “Duas semanas é muito pouco tempo para a realização do nosso trabalho entre os semestres letivos, além de não levar em conta a sobrecarga de trabalho ao longo de todos esses meses. Gostaríamos que fosse garantida uma extensão do recesso entre os semestres, mas sem sobreposição de períodos”.
Para Julia Vilhena, representante estudantil, o PLE precisa ser avaliado antes de definir calendário e regras dos períodos regulares. “Abrimos uma ouvidoria do DCE, que tem recebido muitas reclamações. Precisamos pensar soluções aos problemas do PLE e garantir que não sejam repetidos”.
Decano do Centro de Tecnologia, o professor Walter Suemitsu saiu em defesa dos estudantes. “Vários ex-alunos me escreveram relatando as dificuldades com o PLE. Há muitas disciplinas que não conseguem ser adaptadas, se não tiverem 15 semanas, e isso acaba sobrecarregando os estudantes e, inclusive, gerando questões de saúde mental. Então sugiro que os professores possam avaliar junto aos seus alunos como está sendo o PLE. Se fizermos um novo período sem avaliar o que foi o PLE, eu acho que tendemos a propagar erros”.

Recurso ao Consuni foi enviado à reitora

A AdUFRJ está acompanhando com vivo interesse todo o processo no qual a UFRJ vem se debruçando nas últimas semanas para a definição de um novo calendário acadêmico.
Não é uma discussão simples, pois envolve um alto grau de heterogeneidade entre as diversas unidades e seus centros, espalhadas em tantos campi e com tantas experiências diferentes.
O notável esforço da equipe da PR1 em construir uma proposta que atenda a esse conjunto tão diversificado, e ao mesmo tempo dê as respostas urgentes que o presente nos exige, fez com que várias propostas fossem apresentadas e posteriormente modificadas. A universidade as discutiu intensamente.
Não pretendemos reabrir toda essa discussão, nem temos uma proposta que a ela se sobreponha. Entretanto, solicitamos ao nosso serviço jurídico um parecer (disponível AQUI) sobre a questão das férias dos professores durante esse período, questão esta que vem afligindo uma parcela importante da nossa categoria. Tendo em vista a experiência que já acumulamos com os calendários de reposição das aulas após períodos de greve, nos foi recomendada a manutenção de um espaço mínimo de três semanas entre os semestres letivos, de forma a garantir um pouco mais de tempo para a preparação das aulas e um descanso mínimo entre os semestres, tendência essa também manifestada em consulta realizada em assembleia.
Entendemos que a simples introdução de mais uma semana entre todos os semestres desfigura a proposta votada pelo CEG, retardando em praticamente um mês o início do ano letivo de 2021. Entretanto, não podemos desconsiderar a legitimidade da reivindicação, uma vez que a universidade vem mantendo um alto nível de atividades, sejam elas nas áreas de pesquisa, extensão e mesmo de ensino, pois nesses meses em que as atividades presenciais da graduação foram suspensas, as orientações de TCCs e grupos de estudos de iniciação científica, além de todas as atividades de ensino que envolvem a pós-graduação, permaneceram em pleno funcionamento.
Nesse sentido, solicitamos que o nosso colegiado máximo considere um ajuste no calendário que foi aprovado pelo CEG, e inclua uma semana a mais no recesso entre 2020.1 e 2020.2, que passaria a ser de 7 a 28 de março, fazendo com que o período letivo de 2020.2 seja de 29 de março a 19 de junho, gerando assim uma pequena modificação na data para o início de 2021.1, que passaria a ser dia 5 de julho.
Reiteramos que encaminhamos este recurso ao CONSUNI porque ao fazê-lo ao CEG, assim fomos orientados, uma vez que a nossa reivindicação não era de caráter estritamente acadêmica e portanto não poderia ser apreciada por aquele colegiado. Sendo portanto matéria que não foi examinada anteriormente, consideramos não ser esta uma revisão de decisão já tomada, mas um ajuste importante, que com certeza contribuirá para a melhor realização de nossas atividades acadêmicas, nos prevenindo de situações litigiosas e tensões desnecessárias.    
Certa de contar com seu empenho e alto compromisso democrático, agradeço a disponibilidade e a atenção.

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