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03WEB menor1144As aulas do primeiro período de 2021 vão começar em junho na UFRJ. A decisão foi tomada na última reunião do Conselho de Ensino de Graduação, dia 2, por 12 votos favoráveis, 9 contrários e uma abstenção. A data exata ainda não foi definida. Tampouco o que será feito do calendário acadêmico de 2020.
Na tentativa de se buscar o maior consenso possível numa instituição tão diversa quanto a UFRJ, o CEG hesita. O resultado é uma equação difícil de ser solucionada, que acaba gerando descontentamentos para todos os lados. Desde que o colegiado começou a discutir o ensino remoto, em 22 de maio, quando a proposta inicial ainda era a oferta apenas de disciplinas eletivas e, depois, obrigatórias somente para formandos, são mais de três meses de dúvidas. Essa indefinição se traduz em 33 horas de reuniões virtuais do colegiado distribuídas em dez sessões ordinárias e extraordinárias dedicadas a discutir algum tipo de calendário – desde o período letivo excepcional (PLE) até períodos regulares.
O CEG recebeu, para a sessão do dia 2 de setembro, sete propostas. Mas a deliberação do colegiado eliminou das discussões as sugestões de Macaé, Caxias e do CFCH. Essas proposições indicavam o início de 2021 em agosto ou maio. Macaé não chegou a apresentar uma data específica para 2021.1, mas defendeu períodos de 15 semanas para 2020. “A decisão não atende ao que foi proposto por Macaé”, protestou a professora Alekssandra Menezes, representante do campus.

03tabWEB menor1144A escolha do CEG coincidiu com apontamentos da assembleia geral da AdUFRJ, em 28 de agosto. Enquete respondida por 235 docentes indicou que a maior parte era favorável que 2021.1 começasse em junho, embora os números indiquem que o assunto divide a comunidade. Foram 108 votos favoráveis, 76 contrários e 46 abstenções, neste ponto.
A contrariedade da maioria do corpo docente presente à assembleia, em relação à sobreposição de períodos, também se traduziu num novo recuo da reitoria: “Não será preciso votar este item porque nós estamos retirando esta proposta”, resumiu a pró-reitora Gisele Pires.
A deliberação do colegiado satisfez a maior parte da representação docente, mas deixou o plenário dividido, já que a totalidade da bancada estudantil e de técnicos votou contra. “Esta votação significa que teremos períodos de 2020 muito reduzidos, o que impacta na qualidade tão defendida neste conselho”, criticou a estudante Antonia Velloso.
“Defendo a proposta de 2021.1 começar em junho. O CCMN considera o ingresso pelo SiSU uma questão muito cara para a universidade”, rebateu o professor Murilo Santana Rangel, representante do CCMN.

O encaminhamento da PR-1, de decidir primeiro 2021.1 e, só na próxima semana, o que será feito de 2020.1 e 2020.2, gerou polêmica. “Essa discussão precisa ser feita em conjunto. Decidir 2021.1 em separado me parece equivocado”, afirmou o professor José Ricardo França, representante do CCMN.
“A programação de trás para frente é uma técnica extremamente eficaz”, defendeu o professor Vinicius Carvalho Cardoso, representante dos ex-alunos. “Define-se um dead line e depois é só programar as decisões, os demais prazos”, afirmou.
A professora Mônica Ferreira Moreira, do CCMN, resumiu a tarefa: “Ou a gente faz dois semestres curtos, ou um 2020.2 mais ‘gordinho’, iniciando em fevereiro, para dar tempo para professores e estudantes se organizarem e atender com mais tempo e calma a todos”, sugeriu a docente.

AdUFRJ encaminha carta ao CEG

A diretoria da seção sindical enviou aos conselheiros e à presidência do CEG uma carta com as preocupações apontadas pelos professores da universidade presentes à assembleia ocorrida em 28 de agosto. O documento pediu que os conselheiros considerassem uma proposta que flexibilizasse o calendário de acordo com as necessidades de cada uma das unidades. Também apontou para a necessidade de realizar uma avaliação sobre o PLE.
“Propomos ao CEG que examine a proposta de criarmos um modo de funcionamento do calendário que contemple a efetiva incorporação do PLE em 2020.1 apenas para aqueles cursos onde isso seja possível, e que mantenha um 2020.1 sequencial ao PLE para aqueles que optarem por isso. Por mais entraves administrativos que essa proposta possa gerar, não seria ela uma forma mais condizente com a enorme diversidade da UFRJ? (...) Não seria essa a melhor forma de proteger e respeitar o trabalho docente? Manter uma diferença de poucas semanas entre os calendários pode ser uma medida bem mais efetiva para mantermos nossa universidade mais unida em suas diferenças, do que o desgaste institucional para definição de uma única data de início dos semestres para os 176 cursos”, diz trecho da carta.

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