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04WEB menor1142Após severas críticas à primeira proposta de calendário acadêmico elaborada pela Pró-reitoria de Graduação, a administração central construiu uma nova proposição, apresentada ao CEG no dia 21 (veja detalhes AQUI). Apesar de melhorar o tempo de duração dos períodos letivos e abrir espaço para recessos e atos acadêmicos, a proposta suscitou novas dúvidas e críticas, porque prevê uma sobreposição entre o PLE e 2020.1.
“Particularmente nos preocupa bastante a questão da sobreposição. Muitos docentes ficariam de fora de 2020.1, o que inviabilizaria a oferta de muitas disciplinas”, observa a professora Juliana Milanez, representante do campus Macaé no CEG. Ela também indica a necessidade de o colegiado avaliar cenários para o oferecimento de disciplinas práticas obrigatórias, da qual muitos estudantes dependem para se formar. “Preocupa muito a aprovação de qualquer calendário sem pensar em como será feita a oferta de disciplinas práticas”.
Os centros de Tecnologia e de Ciências Jurídicas e Econômicas vão aprofundar a discussão na próxima semana. Os dois reúnem seus Conselhos na segunda-feira (24) para consensuar propostas. O decano do CT, professor Walter Suemitsu, considera o novo calendário elaborado pela PR-1 semelhante ao proposto pela Escola de Química (veja na página 3). “Não há diferenças substantivas em relação ao tempo de duração dos períodos. Mas a sobreposição me parece ruim”, avalia. “O ideal é que os períodos aconteçam um após o outro, sem concomitância, e que os créditos do PLE sejam computados para 2020.1”, defende.
“Qualquer que seja o modelo a ser definido pela universidade, nós acreditamos que deva ser obrigatório para os docentes, para que não haja uma diferenciação tão grande na oferta de disciplinas entre os cursos”, acredita o decano do CCJE, professor Flávio Martins. Ele sugere que a discussão leve em consideração as experiências do PLE. “O debate amadurecido virá com a própria experiência do PLE. Precisamos de algumas semanas para avaliar como aconteceu o ensino remoto na universidade, já que não temos perspectivas de ensino presencial pelo menos até o início do ano que vem”.
A AdUFRJ encaminhou aos conselheiros uma carta com princípios que acredita que devam nortear as discussões sobre o calendário. Eles se resumem a: direito ao descanso mínimo e tempo de reorganizar atos acadêmicos entre períodos; buscar meios de não penalizar ou sobrecarregar ainda mais os docentes que ofereceram disciplinas durante o PLE; obedecer aos critérios de qualidade dos cursos, sem compactações que sobrecarreguem os estudantes.

Proposta ruim
A primeira proposta da PR-1 foi criticada por professores, técnicos e estudantes. Os problemas se concentraram principalmente no curto tempo dedicado a 2020.1, de apenas dez semanas, e na inexistência de intervalos entre os períodos letivos. E levou unidades a elaborarem alternativas.
“Não há hipótese de oferecermos um ensino de qualidade emendando três períodos seguidos. É muito exaustivo”, reclama a professora Thaís Aguiar, chefe do departamento de Ciência Política do IFCS.
No CCMN, a maior parte dos docentes defende abrir 2020.2 já no início do ano que vem. “Houve muitas formaturas, TCC, disciplinas foram oferecidas no PLE e mesmo antes. Tudo isso se transformaria em 2020.1”, argumenta a professora Mônica Ferreira Moreira, do Instituto de Química. “Teríamos o período de férias em dezembro e retomaríamos em janeiro ou fevereiro, iniciando 2020.2 com 15 semanas”, completa a decana Cássia Turci.
A Escola de Comunicação também elaborou um calendário alternativo. A proposta vem ganhando adesão de outras unidades. “Qualquer posição deve considerar a adesão objetiva e subjetiva ao PLE, que foi muito variada entre as unidades”, observa o professor Sandro Tôrres, diretor adjunto de graduação da ECO. “Precisaremos de tempo para equacionar todas as excepcionalidades que serão geradas no PLE”, argumenta.
A preocupação com o período legal de férias também foi um fator na elaboração da proposta. “Estamos trabalhando exaustivamente na pandemia e com uma carga emocional muito pesada”, considera a professora Suzy dos Santos, diretora da ECO.
Os estudantes alertam para o tempo necessário à elaboração do calendário. “É preciso que a universidade toda seja incluída nessa discussão, para que a proposta seja sólida”, considera Natália Borges, diretora do DCE Mário Prata.
Para o professor Nelson Braga, Titular do Instituto de Física, é preciso levar em conta os prazos da instituição. “Não podemos demorar muito sob pena de perdermos ingressantes, de termos nossa qualidade comprometida”, acredita o docente.

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