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Tivemos uma semana de grande movimentação em toda a UFRJ: departamentos, conselhos, congregações se reuniram e se debruçaram sobre a proposta apresentada no dia 14 de agosto pela Pró-Reitoria de Graduação para a definição do calendário para os próximos períodos letivos. Avaliamos que esse foi um processo virtuoso, que demonstrou a vitalidade de nossa vida institucional e o forte compromisso dos docentes desta universidade, que atenderam prontamente a essa convocação com a elaboração de inúmeras propostas que buscam responder aos desafios que o presente nos impõe.
Entretanto, essa vitalidade foi, ao mesmo tempo, o nosso maior entrave para que as deliberações fossem tomadas na sexta-feira: nenhum de nós teve acesso ao conjunto de proposições que surgiram nessas discussões, assim como os conselheiros também as viram pela primeira vez. Trata-se de matéria da mais alta importância, que irá determinar o nosso funcionamento pelos próximos semestres, com grandes consequências para a instituição, mas também para a vida de cada um de nós.
Existem motivos reais para que essa decisão seja tomada o quanto antes, mas isso não pode representar atropelos e, principalmente, deliberações que precisem ser reformuladas posteriormente. É legítima a reivindicação de que tenhamos primeiro a compreensão do conjunto de propostas que foram elaboradas, pois muitas unidades e centros indicaram suas propostas sem conhecer o que outros estariam propondo. Essa troca irá favorecer o surgimento de sínteses que atendam melhor a complexidade e a heterogeneidade dos nossos cursos, que não são poucos.
Por compreender a urgência e a gravidade do momento que atravessamos, a AdUFRJ enviou documento ao Conselho de Ensino e Graduação, CEG, na última quinta-feira, 20, solicitando que as propostas apresentadas fossem analisadas e discutidas, mas que a sua deliberação não ocorresse sem a devida escuta à comunidade universitária. É preciso que a UFRJ tome conhecimento do conjunto de proposições apresentadas, que tenha acesso ao que foi formulado nesse grande esforço institucional e possa assim deliberar com mais segurança.
Buscamos acompanhar e compreender todas as propostas apresentadas, e reforçamos três princípios essenciais para esse debate, que também nortearam as diversas contribuições oriundas dos Centros:
1. Não podemos assumir a tarefa de lecionar três períodos letivos em sequência sem que haja entre eles um recesso que nos permita o lançamento de notas, a reorganização de turmas, o planejamento de novas atividades, além de todo o trabalho administrativo que é requerido. Destacamos ainda que o direito a um descanso mínimo entre os períodos letivos não só é um direito dos professores, mas também é necessário para o corpo discente.
2. É fundamental encontrar um modo de não penalizar ou sobrecarregar ainda mais os docentes que se apresentaram para oferecer disciplinas durante o PLE.
3.  A necessidade de adequação do calendário da universidade deve, em primeiro lugar, obedecer aos critérios de qualidade dos cursos oferecidos, não permitindo que sejam feitas compactações que os comprometam ou sobrecarreguem de forma excessiva os estudantes.
A nova proposta apresentada pela Reitoria (vide AQUI) implica em mudanças muito rápidas, que exigirão um grande engajamento de toda a estrutura da universidade. A semana que se inicia no dia 24 não só trará a novidade do ensino remoto emergencial, mas provavelmente um acalorado debate sobre o tema. Nós não nos furtaremos a ele. E esperamos que o corpo docente se envolva ainda mais nesse processo. Na segunda-feira já devemos ter um calendário de discussões a ser apresentado para todos os professores.
Em tempos de pandemia e distanciamento social, não foi pouco o que fizemos até aqui, e esperamos que o que se construa a partir de agora fortaleça e revigore ainda mais nossa instituição. Se a vida democrática do país parece respirar com ajuda de aparelhos, a universidade precisa ser não só a referência crítica a esse processo, mas aquela que oferece em seu funcionamento o exemplo de práticas responsáveis e consequentes.

Diretoria da AdUFRJ

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