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04WEB menor1141A diretoria da AdUFRJ se reuniu na terça-feira (11) com coordenadores de cursos de graduação para ouvir as principais demandas geradas pelo período letivo excepcional. Participaram do encontro 48 coordenadores. Houve muitas reclamações. De maneira unânime, eles foram contrários à proposta estudada pela reitoria de bonificar professores que aderissem ao PLE. A medida – adiantada pelo Jornal da AdUFRJ e retirada do horizonte depois da forte reação da comunidade acadêmica – previa que docentes que participassem do período excepcional ofertando o mesmo número de vagas de suas disciplinas presenciais regulares seriam liberados de atuar em 2020.1.
Uma nota preliminar da reitoria foi encaminhada para os representantes do Conselho de Ensino de Graduação e repercutiu negativamente na reunião da AdUFRJ. “Ontem chegou uma mensagem da reitora dizendo que quem aderir ao PLE vai ser liberado do semestre de 2020.1. Como assim? Quem decide isso? Essa proposta inviabiliza totalmente 2020.1”, criticou a professora Karina Kuschnir, coordenadora do bacharelado em Ciências Sociais, do IFCS.
A docente é uma das signatárias de uma carta dos coordenadores que expressa preocupações sobre o PLE. Um dos pontos reivindicados é o reforço dos atos aprovados na universidade. O documento foi lido na sessão do CEG do dia 12 (veja a íntegra abaixo).
Também assina o documento o professor Alexandre Freitas, coordenador do bacharelado em Economia. Ele criticou orientações que vão, aos poucos, desconfigurando o PLE, em sua visão. “O CEG apontou que o período era opcional e para concluintes. Depois veio a informação de que deveria ser aberto para todos; depois, que era preciso alocar todos os que tinham chip”, observou o professor. “É preciso reforçar a institucionalidade. O fluir do processo está com muito ruído e dificulta o trabalho”.
“O trabalho das coordenações está inviável. Na prática, as resoluções do PLE foram sendo deslegitimadas, esgarçadas, nota após nota”, concordou a professora Júlia O’Donnell, coordenadora da licenciatura em Ciências Sociais. “O que vai acontecer com nosso direito de férias? Como vamos fazer três semestres seguidos sem férias?”, questionou a docente, que apontou o excesso de trabalho durante a pandemia como fator de desgaste e até de possível adoecimento dos professores.
O encontro demonstrou a heterogeneidade dos cursos. No curso de Pintura, da EBA, por exemplo, não houve problemas com excesso de inscrições em disciplinas, nem alunos reclamando de vagas. “Não tivemos dificuldade de fazer as inscrições dos concluintes de forma manual. E menos de 50% do nosso corpo discente buscou as vagas do PLE”, contou a vice-coordenadora Martha Werneck. Ela tomou conhecimento da proposta da reitoria durante a reunião. “A reitora não pode liberar os professores de fazer 2020.1, porque vamos ficar sem muitos docentes, o curso vai implodir”.
 “Se é opcional para os professores, não é possível atender a todos os alunos, por princípio”, observou a professora Ethel Menezes Rocha, diretora adjunta da graduação em Filosofia. “As coordenações não têm como obrigar os professores a oferecerem disciplinas no PLE. Ela acredita que a universidade deveria encurtar o período excepcional. “Ele foi totalmente desfigurado e já está claro que não deu certo. Eu tenho uma proposta de encurtar o PLE e começar 2020.1 em novembro, para todos”.
Já no bacharelado de Física, a coordenadora Erica Polycarpo garantiu que foram abertas vagas para todos os alunos, de todos os períodos. Para ela, a excepcionalidade do PLE não está no fato de ter de ser destinado para alunos concluintes, mas no seu formato, com ensino exclusivamente remoto. “Embora com foco nos concluintes, conseguimos oferecer vagas para todos os estudantes”, informou a docente.
A presidente da AdUFRJ, professora Eleonora Ziller, sugeriu a realização de um encontro, ainda sem data, para avaliar o PLE. “Compreendemos que além da necessidade de definições mais claras, é preciso que a universidade tenha um horizonte para 2020.1 e 2020.2 melhor estabelecido, a partir de todas as posições apresentadas”, resumiu.

NOTA DOS COORDENADORES DE CURSOS DE GRADUAÇÃO

Rio de Janeiro,
10 de agosto de 2020
 
Ao Conselho de
Ensino de Graduação,

Vimos por meio desta apresentar uma avaliação da implementação do PLE até o momento. Sabemos que o país e a Universidade enfrentam múltiplas dificuldades. A associação entre a pandemia do COVID-19 e a restrição financeira que se abate na Universidade é um grande desafio. O CEG teve que tomar decisões difíceis em um contexto complexo, levando em consideração várias limitações.
Foi a partir destas decisões, com destaque para as Resoluções 03 e 04 de 2020, que os Institutos e coordenações de graduação elaboraram suas estratégias para o PLE. Cumprimos fielmente o que foi definido, nos submetendo, como não poderia deixar de ser, democraticamente, à institucionalidade do Conselho no qual todo o corpo social está representado. No entanto, elencamos a seguir uma série de graves problemas de implementação do PLE, de modo a contribuir para suas soluções no presente e no futuro. Como primeiro ponto, apontamos as dificuldades criadas pelo fato de o PLE ser opcional para docentes. Sabemos que é importante respeitar suas dificuldades pessoais, técnicas, de infraestrutura, pedagógicas etc. para ofertar disciplinas remotas. Entretanto, essa resolução criou um contexto delicado para coordenadores, diretores de graduação e de Unidades. O planejamento foi extremamente dificultado, já que parte do corpo docente teve sua carga de trabalho duplicada e outra não. Ou seja, para além do esforço de adaptação pedagógica e tecnológica, o PLE é um semestre extra, um adicional de trabalho para os docentes voluntários, que não poderão ser dispensados de suas horas didáticas nos demais semestres de 2020. Como segundo ponto, salientamos que todo esse esforço dos docentes voluntários não recebeu a infraestrutura de trabalho adequada por parte da universidade. Até o momento, não há uma plataforma oficial segura para o Ensino Remoto, seja para ministrarmos as aulas síncronas, seja para garantir seu armazenamento assíncrono.
A implantação do PLE revelou uma distribuição desigual entre as Unidades, pois algumas têm acesso institucional ao GSuite, outras ao Ava/Moodle, mas muitas solicitam o cadastro e recebem o aviso de que “não há como acomodar todos”. Como terceiro ponto, destacamos o posicionamento ambíguo sobre a quais estudantes se destinavam as vagas do PLE. Mesmo nas unidades que tiveram como estratégia ofertar o máximo de disciplinas, e mesmo onde houve grande adesão dos professores, o número de vagas não foi suficiente. Muitas vezes os alunos periodizados e com maiores CRs conseguiram vagas, e outros que estão atrasados ou têm maior dificuldade não foram contemplados. A alta demanda dos estudantes por vagas destoa do que consta das Resoluções, que definem o PLE como prioritário para concluintes. A crescente pressão por vagas ficou inteiramente sobre as direções e coordenações de graduação, que tinham como dever respeitar o que foi decidido nas plenárias de seus departamentos, conforme determinaram as Resoluções do CEG, referendadas pelo Consuni. (Cabe aqui um agradecimento público às secretarias de graduação. Sem elas, o PLE não teria sido possível. Técnicos administrativos e educacionais desempenharam um papel essencial, trabalhando de suas residências, no limite de suas capacidades, sem qualquer apoio tecnológico e de infraestrutura por parte da Universidade.) Como quarto e quinto pontos temos a longa duração do PLE (previsto para terminar em meados de dezembro) e as exigências de vínculo ao PLE para alunos contemplados nos editais de auxílio digital (sem que as coordenações tenham condições para garantir vagas para esses estudantes). Em resumo, coordenadores e diretores de graduação estão sem meios para corrigir as profundas desigualdades geradas pelas diferentes regras e demandas do PLE, sofrendo diariamente pressões e, por vezes, hostilidade por parte de alunos e docentes. Em vista de tudo isso, cabe ao CEG reduzir tamanhas incertezas, agindo de forma clara e inequívoca. Por isso, propomos considerarem na reunião de hoje as definições do PLE, reforçando ou modificando os parâmetros das Resoluções 03 e 04, de modo oficial. Não podemos aceitar uma postura dúbia e hesitante, que a cada semana traz “apelos” que matizam ou até mesmo contrariam o que foi decidido de forma democrática e representativa nos Conselhos superiores. Visando futuras decisões, solicitamos a urgente definição sobre os períodos de 2020-1 e 2020- 2, de modo a reduzir os danos e desigualdades internas criadas pelo PLE, permitindo um planejamento a médio prazo de semestres remotos mais benéfica e isonômica para todos. Agradecemos a atenção, na certeza que o CEG saberá ser coerente com suas próprias normas, alterá-las quando julgar necessário, atuando para diminuir as incertezas e promovendo maior estabilidade nas instâncias universitárias em tempos tão difíceis. Estamos certos de que não lhes faltarão coragem e consistência em seus posicionamentos.

Atenciosamente,

 1 - Diretor Adjunto de Graduação do Instituto de Economia – Alexandre Freitas
 
2 - Diretora Adjunta de Graduação em Ciências Sociais e Coordenadora do Bacharelado em Ciências Sociais do IFCS - Karina Kuschnir

3 - Coordenadora da Licenciatura em Ciências Sociais do IFCS – Julia Galli O’Donnell

4 - Diretor Adjunto de Graduação e Extensão Instituto de História - Antonio Carlos Jucá de Sampaio
 
5 - Coordenador da Licenciatura em História do IH - Felipe Charbel

6 - Diretora Adjunta de Graduação em Filosofia e Coordenadora de Licenciatura em Filosofia do IFCS - Ethel Menezes Rocha
 
7 - Coordenador do Bacharelado em Filosofia do IFCS - Mário Carvalho

8 - Coordenadora dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Letras: Português-Japonês - Rika Hagino

9 - Coordenador dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Letras: Português-Latim - Renan Moreira Junqueira
 
10 - Coordenadora dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Letras: Português-Hebraico - Karla Louise de Almeida Petel
 
11 - Coordenador dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Letras: Português-Literaturas - Marcelo Alexandre Silva Lopes de Melo
 
12 - Coordenadora dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Letras: Português-Francês - Tânia Reis Cunha

 13 - Coordenadora dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Letras: Português-Espanhol - Leticia Rebollo Couto

 14 - Coordenadora dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Letras: Português-Italiano - Maria Lizete dos Santos.
15 - Coordenadora dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Letras: Libras - Clarissa Luna Borges Fonseca Guerretta

 16 - Coordenador dos Cursos de Bacharelado em Português-Grego e Licenciatura em Português - Pedro da Silva Barbosa

17 - Diretor Adjunto de Ensino de Graduação da Faculdade de Letras - Humberto Soares da Silva
 
18 - Coordenadora dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Letras: Português-Árabe - Suely Ferreira Lima

19 - Coordenador dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Letras: Português-Inglês e Letras: Português-Alemão - Rogério Tilio
 
20 - Coordenadora dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Letras: Português-Russo - Elitza Lubenova Bachvarova

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