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Esta semana, a UFRJ completou 100 dias sem aulas presenciais. A universidade, claro, não parou. Os vínculos entre professores e alunos foram mantidos em orientações, atividades de extensão e pesquisas, por exemplo. Mas o já longo período sem atividades didáticas e a incerteza quanto ao término da pandemia movimentaram o debate dos colegiados acadêmicos da instituição em direção ao ensino remoto.Nos últimos dias, o Conselho de Ensino de Graduação (CEG) e Conselho de Ensino para Graduados (CEPG) autorizaram as aulas em meio virtual, liberaram cada unidade para montar o formato e não cancelaram o primeiro semestre de 2020. Na graduação, foi criado um “período letivo especial” para a fase em que haverá aulas remotas.
As mudanças geraram uma série de dúvidas entre professores e estudantes. A reitoria pecou em sua tarefa de unificar as ações acadêmicas da universidade. O Jornal da AdUFRJ ouviu professores e estudantes sobre o tema, além de realizar cobertura assídua dos colegiados e grupos de trabalho que estão debatendo o assunto. Há questionamentos de todo o tipo. Desde o modelo de avaliação virtual que será implementado até o que será feito com o semestre 2020.1. Confira, a seguir, algumas respostas.

 

Primeiro semestre de 2020 não será cancelado

 

03WEB menor1134A autorização para aulas remotas significa o cancelamento do período 2020.1?
Não. O período 2020.1 da graduação está congelado. “A UFRJ não pensa em hipótese nenhuma em cancelar o período 2020.1”, contou a professora Gisele Viana Pires, pró-reitora de Graduação e presidente do CEG. “Até porque já tivemos atividades no período, como colações de grau, defesas de trabalho de conclusão de curso e mais de um mês de aulas para os alunos de Medicina”, explicou. O período de aulas remotas será especial, e não vai contar para o número máximo de períodos que o aluno tem para concluir seu curso. Na pós-graduação, o novo calendário trata dos períodos 2020.1 e 2020.2. Com menos alunos e turmas menores, a pós tem mais flexibilidade para começar as aulas remotas. “Muitos programas estão dando aula, em comum acordo entre professores e seus alunos. Os alunos começaram a pedir, e isso foi andando”, afirmou a pró-reitora de Pós-Graduação Denise Freire. O calendário substituto vai atender as turmas que ainda não tiveram aulas, mas também confirmar as atividades que já aconteceram remotamente.

Quando começam as aulas remotas para a graduação e pós-graduação?
O texto final das resoluções que autorizam a modalidade foi aprovado quarta-feira, 24, pelo CEG. O conselho terá duas semanas para propor um calendário, que precisa ser aprovado pelo Conselho Universitário. A pós-graduação já tem um calendário pronto esperando a aprovação do Consuni. Pela proposta, o calendário começa em 3 de agosto.

As aulas remotas serão obrigatórias?
Não. Professores e alunos não serão obrigados a adotar as aulas mediadas por tecnologia. Na graduação, essa escolha está garantida pela criação do período especial de aulas. Além disso, os estudantes poderão trancar a disciplina em qualquer momento do curso, desde que seja antes do lançamento da nota. Nos cursos de pós, pesquisadores poderão requerer a qualquer momento o grau “J”, que significa abandono justificado da disciplina.

Professores que não oferecerem disciplinas remotas sofrerão algum prejuízo?
Não. Tanto na graduação quanto na pós, a oferta de disciplinas é facultativa. “Já há professores dizendo que não vão oferecer. No caso da pós-graduação, a grade não é fixa, salvo raríssimas exceções. Uma disciplina pode substituir a outra. Os alunos vão poder procurar por disciplinas com créditos equivalentes”, explicou Denise Freire.

Como será a oferta de disciplinas remotas?
A decisão de quais disciplinas serão oferecidas ficará a cargo das unidades (no caso da graduação), dos programas (na pós) e dos professores.

Já foram feitas todas as matrículas dos alunos de 2020.1?
Os 830 alunos da terceira chamada da Lista de Espera do Sisu 2020.1 estão fazendo a sua matrícula remotamente. O processo será concluído no começo de julho, quando a Comissão de Heteroidentificação vai se reunir, em um processo que precisa ser presencial, para analisar os casos dos alunos cotistas.

A UFRJ terá vaga para estudantes do Sisu 2020.2?
Sim. A UFRJ fez a manifestação de interesse e aderiu ao Sisu 2020.1. Agora a universidade aguarda o Inep, já que o período de inscrições no Sisu foi adiado para 7 a 10 de julho. A matrícula destes alunos na UFRJ será feita toda de maneira remota.

Quando começa o período 2020.2?
“Só posso falar no segundo semestre de 2020 quando a gente terminar o primeiro semestre, e isso depende da pandemia”, explicou Gisele Pires. “O início das atividades acadêmicas de 2020.2 será depois do término de 2020.1. É um processo de construção delicado, que envolve vários setores da UFRJ”.

A UFRJ determinará uma única plataforma para o ensino remoto?
Não. Está sendo feito o treinamento em duas plataformas: no Google Classroom e no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), que é uma instalação da plataforma Moodle oferecida pelo Instituto Tércio Pacitti (ex-NCE). A diversificação tenta impedir travamentos em caso de múltiplos acessos. “São 50 mil alunos na graduação e mais 10 mil na pós. A AVA não tem infraestrutura para aguentar todo mundo”, explica o professor Bruno de Paula, coordenador do Núcleo de Ensino a Distância, da Pró-reitoria de Graduação.

Como os professores aprenderão a utilizar as plataformas?
Cada unidade participa do treinamento com dois representantes, um por plataforma. Eles devem agir como multiplicadores do aprendizado iniciado junto ao Instituto Tércio Pacitti, para o AVA, e à Superintendência de Tecnologia da Informação (TIC), para o Google Classroom. Além disso, haverá tutoriais disponibilizados em cada plataforma.

Como fica a situação das disciplinas que exigem aulas práticas?
Também fica a critério de cada unidade. No início da quarentena, o MEC restringia a autorização para a realização de disciplinas remotas às aulas teóricas. Na semana passada, nova portaria flexibilizou a autorização, desde que obedecidas diretrizes curriculares do Conselho Nacional de Educação.

Como vai funcionar o ensino a distância?
O formato depende do curso e do professor. A Comissão de Formas Alternativas de Ensino da UFRJ, criada pela reitoria em abril, prepara um relatório com sugestões de boas práticas. Uma delas é que sejam privilegiadas atividades assíncronas, ou seja, em que não há reunião entre alunos e docentes em tempo real. E que as atividades síncronas sejam gravadas para posterior disponibilização. Aulas síncronas demoradas também devem ser evitadas.
(Colaborou Kelvin Melo)

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