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WEB menor1115 p2Foto: Marcos Tristão/ABIO segundo ano do governo Bolsonaro começou com dois perigosos e inaceitáveis ataques à democracia: no dia 16 de janeiro, o então Secretário Nacional de Cultura e diretor de teatro Roberto Alvim publicou um vídeo em que defendia “uma arte nacionalista” e anunciava um edital para viabilizá-la. Contudo, todo o cenário, simbolismo e texto proclamado por ele na mensagem mimetizavam o modo de comunicação e as ideias do regime nazista de Hitler. O vídeo contém plágios de frases de Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda do nazismo e uma das figuras de maior destaque daquele regime genocida.
O segundo evento ocorreu no dia 21 de janeiro. O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do site jornalístico The Intercept Brasil (TIB), por associação com os suspeitos de hackear os celulares de autoridades brasileiras. A invasão dos celulares de figuras como o procurador Deltan Dallagnol produziu a série de reportagens chamada Vaza-Jato, pela qual vários veículos jornalísticos – TIB, Folha de São Paulo, Revista Veja – esmiúçam os meandros da operação anticorrupção Lava-Jato e demonstram que os procuradores envolvidos e o principal juiz do caso, o atual Ministro Sérgio Moro, agiram de modo parcial, por fora da lei, combinando sentenças e perseguindo suspeitos, especialmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O teatrólogo Alvim foi demitido depois de forte pressão institucional e da opinião pública de dentro e fora do país. Mas nada aconteceu com ele do ponto de vista criminal, uma vez que apologia ao nazismo é crime no Brasil. A mesma pressão nacional e internacional se vê no caso Glenn, que foi protegido de ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e mesmo assim foi denunciado.
Os dois eventos mostram como o bolsonarismo vai testando as instituições para viabilizar no Brasil um governo autoritário. Neste ano que apenas se inicia, outros eventos podem ser citados como parte desse ataque à democracia: o modo como o presidente destrata jornalistas publicamente; o absurdo “erro” do ENEM, que prejudica pelo menos 40 mil famílias e pelo qual ninguém será responsabilizado.
Não podemos deixar de destacar, por fim (porém não menos importante) os muitos ataques que a Autonomia Universitária vem sofrendo deste governo desde o final de 2019. Na véspera de Natal, o governo editou uma Medida Provisória regulamentando a eleição para reitor. A ação do governo é duplamente autoritária. Primeiro, porque não há urgência em fazer isso por MP. Segundo, porque a experiência prática de mais de 20 anos de eleições das universidades foi ignorada na proposta governista. A ANDIFES não foi consultada, por óbvio.
E, no começo de 2020, mais um dos diversos ataques contra a universidade, a ciência e a tecnologia: o MEC publicou um decreto que busca limitar o número de viagens de servidores da educação (universidades incluídas) e que abre a porta para uma interpretação mais restritiva que inviabilizaria a presença de pesquisadores brasileiros em congressos.
É fundamental juntarmos todas e todos os democratas em uma grande frente que tome a ofensiva nessa luta e exija das instituições não apenas uma reação quando os ataques ocorrem, mas medidas concretas para evitar que essa perigosa dinâmica continue. Nós da ADUFRJ vamos pautar essa necessidade urgente nos espaços em que participamos, tanto no CONSUNI da UFRJ quanto no Congresso Nacional do ANDES que ocorre agora em Fevereiro e na articulação com outros Sindicatos e Associações Docentes do Observatório do Conhecimento.

Diretoria da AdUFRJ

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