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05WEB menor1139A universidade vai renovar os contratos de todos os substitutos que participarem do Período Letivo Excepcional. O anúncio foi feito pela reitoria em uma plenária de decanos e diretores realizada no dia 28.
Até a noite de quinta, 30 de julho, a reitora Denise Pires de Carvalho garantia que aproximadamente 380 dos 459 contratos vigentes seriam renovados. O número pode ser ampliado. Os cursos poderiam responder quantos substitutos irão atuar nas aulas remotas até a data de fechamento desta edição. “É fundamental podermos renovar os contratos daqueles que atuarão no PLE”, comemorou a dirigente. Os interessados deverão receber a comunicação formal na próxima semana, informou a professora.
Não foi uma decisão fácil. O processo de renovação dos substitutos, algo corriqueiro nas universidades, passou por um cálculo cuidadoso este ano em função de novas dificuldades impostas pela gestão Bolsonaro. “Precisamos agora calibrar o emprego do orçamento de pessoal, que antes era de responsabilidade exclusiva do governo.  Os gastos não estão assegurados na Lei Orçamentária, embora sejam despesas obrigatórias”, explicou o pró-reitor de Planejamento, professor Eduardo Raupp. “Em todos os anos havia problemas parecidos, mas o governo assegurava a suplementação. Agora, não”. A nova situação tem sido criticada via associação de reitores, a Andifes. “Isso impede o funcionamento adequado das universidades”, completou o dirigente.
A reitoria reuniu os dados de gastos com pessoal e fez uma projeção até o final de dezembro, com base nas séries históricas dos últimos anos. “Não temos como saber exatamente quantas progressões ou promoções vão ocorrer. Ou seja, quanto a folha vai crescer”, afirmou Raupp. Com a entrada dos dados de julho, as pró-reitorias de Planejamento e de Pessoal verificaram que as despesas com o atual número de substitutos caberiam na equação. “O déficit projetado caiu para perto de zero. E pudemos autorizar essas renovações”.
ALíVIO
Igor Alves, substituto na Faculdade Nacional de Direito, resumiu a sensação que ele e os colegas do segmento viviam antes do anúncio da administração central. “O sentimento era de desespero geral e irrestrito. As pessoas não sabiam o que vinha pela frente. Até alguns dias atrás, a notícia ‘de corredor’, nos burburinhos, era que nenhum contrato seria renovado na universidade inteira”, disse.
O professor, que já fez cursos nas plataformas virtuais e se sente preparado para o PLE, só não ficou satisfeito que a renovação de todos os substitutos estivesse condicionada à atuação nas aulas online. “O PLE é opcional, mas os substitutos não têm opção. Ou considera que todo mundo está com problemas, ou considera que ninguém está com problemas”, afirmou. Por outro lado, Igor entende o posicionamento da UFRJ de dar uma resposta política ao governo federal que tenta, a todo custo, cortar recursos das universidades. “Mas poderia haver um meio-termo, de dar preferência aos que quisessem aderir ao PLE, em vez de deixar de fora sumariamente quem não possa aderir”, avaliou.
A professora Dani Balbi recebeu com “muito alívio” a medida da reitoria. Substituta na Escola de Comunicação, estava apreensiva quanto à preservação do emprego. Mas observou que a situação também representava um grande problema para a UFRJ diante das dificuldades que as universidades federais enfrentam, nos últimos anos, para recompor seus quadros permanentes.  “Aumentou muito o número de contratos de substitutos. Se não houvesse a renovação, a universidade teria um apagão de mão de obra docente”, disse.
A diretoria da AdUFRJ acompanha a situação dos substitutos de perto. Até a divulgação dos números finais deste processo de renovação, fica a preocupação se os que ficarem serão suficientes para suprir as necessidades da UFRJ no Período Letivo Excepcional e depois. “Se vão contratar pelos próximos seis meses, é um grupo que já está com turmas no PLE e com certeza estará na universidade quando começar o próximo período”, afirmou a presidente da AdUFRJ, professora Eleonora Ziller.

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