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stay home 5205390 640Imagem de Hatice EROL por PixabayAs gravações e reproduções das aulas durante o período letivo emergencial foram o foco do Conselho de Representantes, na terça-feira (28). Pesa na balança, de um lado, a demanda dos estudantes para que os conteúdos estejam disponíveis nas plataformas, facilitando o acesso em tempos de pandemia. Do outro lado, a ressalva de parte dos docentes em relação à proteção da própria imagem e da produção intelectual.
A AdUFRJ atua para assegurar o direito dos professores que não gravarem aulas. A posição tem como base o reconhecimento da autonomia pedagógica. “Esta é uma posição legítima, que diz respeito à liberdade de cátedra e ao direito que todos têm de definir o modo de relacionamento com seus alunos”, avalia Eleonora Ziller, presidente da seção sindical. Contudo, a associação docente enfatiza também a importância do diálogo com os alunos.
“Consideramos legítima a reivindicação dos estudantes. E orientamos os professores a reconhecer essa necessidade e conversar diretamente com seus estudantes”, afirmou Eleonora. Durante a conversa com os conselheiros, ela defendeu uma posição solidária e inclusiva. E destacou o fato de que “noventa por centos dos estudantes considerarem as aulas como principal conteúdo da formação universitária” merece reflexão. “A verdade é que a minoria chega, de fato, a realizar pesquisa, fazer iniciação científica ou extensão”, frisou.
Alguns conselheiros fizeram críticas à baixa qualidade do ensino não presencial. “Acho importante o debate aberto com o DCE (Diretório Central dos Estudantes). Não é possível [que façam] uma campanha que coloque as aulas gravadas como sinônimo de quem tem compromisso, versus quem não tem compromisso”, ressaltou a professora do NEPP-DH, Fernanda Vieira. “Aulas gravadas já são perda de qualidade”. O tema dos direitos de imagens esteve entre as principais polêmicas apresentadas pelos docentes, nos debates sobre o ensino remoto emergencial, promovidos pela AdUFRJ, desde o início da discussão na UFRJ.
Um dos fatores é o receio de futuras represálias políticas. As áreas de Humanas, Sociais e Aplicadas se colocam como mais sensíveis. “As gravações nos expõem profundamente. Principalmente, para quem trabalha com temas da atualidade, muitas vezes trazidos pelos nossos alunos”, ponderou a conselheira da Faculdade de Direito, Luciana Boiteux.

DIREITOS DE IMAGENS
A AdUFRJ anunciou no Conselho de Representantes que pretende contratar uma assessoria jurídica especializada para avançar nas questões referentes a gravações e reproduções de aulas. “A nossa advogada sugeriu uma consultoria. Nossa ideia é realizar um encontro com os conselheiros. Mas, para que possamos aproveitar melhor o investimento, precisamos de um esforço para sistematizar as questões mais relevantes”, informou Eleonora.

PLATAFORMAS LIVRES
Outra pauta levantada pelos docentes no CR foi o local virtual para realização do ensino remoto emergencial. “Na Faculdade de Educação, avaliamos ser importante impulsionar plataformas públicas e não naturalizar o uso das privadas”, pontuou a professora Ângela Santi. “Não custa lembrar que o Moodle não permite que se salve ou se coloque os arquivos em outro lugar. E só tem acesso à aula quem for da turma”, acrescentou, ainda, Patrícia Mallmann, da FACC. “Usar plataformas privadas é um tiro no pé”.

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